O lago
Casas no lago Mevi são alugadas todos os verões. Famílias, casais e amigos vão ali atrás de sossego, paz e tranquilidade. Todos os verões são praticamente iguais, as pessoas vão e voltam super satisfeitas e felizes. Mas verão passado foi diferente, algo deu errado no passeio da família Florença.
Cecília, Marcos, e seus dois filhos Júlia e Diego, foram passar o fim de semana à beira do lago Mevi. Se encantaram com o lugar, amaram o ambiente e o conforto ali oferecido. Aproveitaram bastante o dia, não perderam um segundo sequer. À noite, após o jantar, eles resolveram fazer uma caminhada à beira do lago. Júlia, a filha mais nova do casal disse que não iria com eles pois não estava se sentindo bem. Mesmo com a insistência dos pais e do irmão, ela não foi, preferiu ficar só em casa.
Ao chegarem às margens do lago, perceberam que havia respingos de sangue por ali. Marcos e Diego resolveram seguir a trilha de sangue e disseram à Cecília para que ficasse ali a espera deles. Ao seguirem a trilha, perceberam que ela se findava na entrada de uma das casa. Bateram na porta várias vezes, mas não ouvia-se nenhum barulho vindo de lá de dentro, então resolveram arrombar a porta pra ver o que estava acontecendo. Em meio ao escuro ouviram um gemido, pegaram suas lanternas e foram ver se havia alguem por ali, mas sem sucesso, a casa estava vazia. Um outro gemido foi ouvido, logo eles perceberam que este veio do chão da casa. Começaram então a procurar uma entrada ou coisa do tipo. Após alguns minutos de procura, Diego chamou o pai lhe pedindo ajuda para abrir um alçapão que estava coberto por um carpete. Depois de abrirem começaram a descer escada a baixo, sem se preocuparem com nada foram surpreendidos com um degrau quebrado e caíram na mesma hora. Ao caírem, acabaram desmaiando.
Diego foi o primeiro a ficar consciente e foi tentar acordar o pai. Depois de alguns minutos, já recuperados, ouviram um terceiro gemido, esse vinha de dentro de um baú. Ao abrirem o tal baú tiveram uma surpresa, estava ali, toda amarrada, Júlia, a filha de Marcos, irmã de Diego. Eles rapidamente a tiraram de lá e começaram a soltá-la. Enquanto eles a soltava, foram surpreendidos por um homem, cujo qual segurava em uma das mãos uma pá. O homem foi se aproximando e com um só golpe derrubou Diego, depois foi na direção de Marcos e o atingiu, logo depois se virou e atacou Júlia.
Um a um foram sendo amarrados e colocados em umas mesas improvisadas, logo mais começaria a tortura. Aos poucos eles foram ficando conscientes, e ao perceberem o perigo que estavam correndo, ficaram desesperados, tentavam se soltar de todas as formas, mas não havia mais jeito, a morte era a única certeza. Pouco tempo depois o tal homem volta, agora, é Cecília que está em suas mãos, ela aparenta estar desmaiada.
Pronto, estão todos ali, a tortura já vai começar. Marcos foi o primeiro escolhido.. sem sorte, foi logo perdendo a língua , depois teve os olhos furados e a boca costurada. Os gemidos de dor eram insuportáveis, a agonia era enorme, e o medo tomou conta do ambiente. Diego foi o próximo a ser escolhido, teve suas pernas e braços arrancados, o sangue saía a todo vapor. Cecília sabia, ela seria a próxima.. não demora muito e o homem vai pegá-la. Ele começa a rasgar sua camisa, depois vai abrindo sua barriga com uma faca, sem dó nem piedade, arranca seu coração.
Júlia foi a última, estava totalmente aterrorizada com aquilo. Mas com ela foi diferente, ele não queria machucá-la, mas já era tarde, aquilo era o certo a se fazer. Ele a pediu perdão, e com um beijo pois fim ao sofrimento dela.. mas algo estranho aconteceu, sentiu que junto a ela, havia ido seus motivos para viver, sentiu um imenso vazio em seu peito. Então, deitou-se ao lado dela, segurou em sua mão, suspirou fundo, apertou o gatilho e deu fim a própria vida. O barulho do disparo assustou as outras pessoas que ali estavam, com isso, demorou apenas alguns segundos para que toda aquela tragédia fosse descoberta.
Sabendo que esse episódio abalaria os hóspedes, os donos do lugar resolveram abandonar o negócio e cessaram a locação das casas. Em memória da família, construíram um imenso jardim à beira do lago Mevi.
Esse caso repercutiu em todos os jornais e noticiários. Todos ficaram abismados com tanta crueldade e brutalidade. E até hoje a polícia não conseguiu entender os motivos que levaram esse homem a cometer essa atrocidade.
Moradores locais dizem que ali, todas as noites, ouvem-se gritos e gemidos da família Florença. Dizem tambem que o assassino vaga pelo leito do rio Mevi gritando o nome de Júlia.