A Vingança dos escravos de Ana Jensen
A Vingança dos Escravos de Ana Jensen
Jorge Linhaça
No Sec. XVIII, em São Luiz do Maranhão, uma personagem destacou-se por sua atitude liberal em relação á própria vida, mas também pela aspereza com que tratava seus empregados e a crueldade com que tratava seus escravos. Seu nome era Ana Jensen, também conhecida como Donana, a Rainha do Maranhão.
Conta-se que certa feita, uma escrava de alvos e perfeitos dentes, sorriu debochadamente da rica senhora e , esta, como castigo mandou que lhe arrancassem os dentes sem anestesia, o que causou a morte da escrava por hemorragia. Seu corpo foi jogado em um poço onde, mais tarde, segundo estudos maranhenses, seriam encontrados mais de cem corpos de escravos, igualmente mortos de maneira desumana.
E é sobre o poço dos escravos que me atrevo a exercitar este conto.
Mulheres autoritárias continuam a existir, hoje até mais do naquela época mais machista.
Não faltam aquelas que usam de todo o seu poder ou subterfúgios para castigar desalmadamente aos seus desafetos, no entanto não sabem o destino que os espera.
Uma vez por ano, numa data que ouso não revelar, quando a névoa cobre a lua cheia, os escravos supliciados, retornam do fundo do poço, ou do lugar onde ele existia, numa grotesca procissão de mortos vivos, liderados pela macabra figura da escrava desdentada e vagam em busca de sua vingança contra aqueles e aquelas que seguem os mesmos caminhos de maldade de Ana Jensen.
Ao encontrar suas vítimas, perseguem-nas e as carregam noite adentro até o local do poço maldito onde são julgadas pelos seus atos e condenados a sofrer sérios castigos, depois dos quais podem ser encontrados vagando loucos pela cidade; seus corpos podem ser encontrados em ermos da cidade ou desparecerem por completo, levados pelo séquito macabro para as profundezas do poço onde habitam.
Dizem alguns que foi por medo de tal julgamento que Sarney mudou-se do Maranhão.