Psicojusticeiro - Um Ensaio do mal interior!

Agnieska era o nome da sobrinha dele, e eu passava meus dias com aquele nome na mente, ou minhas noites, depois das tardes em que já a estava encontrando e depois daquelas em que a espionei do meu quintal, pro quintal dela, eu a via de todas as formas que se possa imaginar, sabia até o que ela estava comendo enquanto sentia o cheiro da minha varanda ao vê-la cozinhar.

Nunca fui de falar muito, muito menos em que estivesse interessado, sempre fui de observar e observar, é como uma doença que sofro, o mal da observação, meu tesão vem basicamente do vouyerismo e nada mais.

E com o tempo apertado que tinha entre minhas idas ao psiquiatra pela força em que se punha contra mim, pensava basicamente em matá-la durante todas as minhas noites de vida naquele tempo, e eu nunca pensei que fosse gostar dela, e também não sei por que quis matá-la, apenas sei que nada que eu goste merece estar por aqui comigo agora...

Observar tem seus limites. E também tem suas virtudes, nos faz quase ter dons esprituais, dons de premonição do que pode acontecer, ou do que vai(basta que eu force o acontecimento!),e qualquer pessoa acharia isto uma loucura, o que pra mim é tão normal como fritar um ovo, a única comida que Agnieska soube me fazer, enquanto me contava:

- Eu só não entendo por que todas as manhãs, você some dos cômodos da casa, e...

- Você tá brincando que me observa esse tempo todo ne?

- não, são 2 anos desde que se mudou, e 27 dias!

- Você só pode ser maluco, espero que goste do que cozinhei, tenho até medo do que possa fazer se não gostar...

- Talvez pudesse cozinhar um pedaço de sua carne e comer junto, isto é, caso não goste...

E ela me olhou profundamente assustada durante esse momento, e retrucou:

- é brincadeira né?

Era mais uma técnica minha, deixar a pessoa desestabilizada psicologicamente, amendrotada, para que ela pudesse me dizer o que eu queria realmente saber e o que ela queria realmente esconder, e qualquer pessoa diria a mim para que eu respeitasse os segredos dos outros, mas esse era muito obscuro, muito escondido, e era exatamente por isso que eu sabia que algo estava muito errado, ou muito sujo nisso...

- Não mude de assunto, eu ouço seus gritos pelas manhãs, e ainda duvido do que seja, mas eu tenho certeza que você não duvida da minha capacidade de pular o muro e arrombar as portas não é? ainda mais agora, que sei de cada cômodo...

Acho até que nesse momento ela percebeu a vasta dimensão da minha loucura, e talvez tenha percebido que colocou um maluco dentro de sua casa - mas meu tesão de matá-la, era tão forte quanto o tesão de fode-la, com certeza.

- Não preciso dizer a você.

- Ele é solteiro, não vejo-o com namoradas, e você mora só com ele, e por que ele correria nu pela casa atrás de você?

- Meu Deus que vergonha!

- Só me diga que ele não te força?!

- Ele vem abusando de mim desde os meus 13 anos!

Na época, Ag tinha 16 anos, e meu tesão em nela, ou em mata-la, tornou-se no tesão de matar alguém, afinal pra mim isso era muito pior, alguém deixou de ser inocente ali, e alguém perdeu o direito de viver naquele momento, e foi assim que pensei, imediatamente:

- Eu posso resolver este problema.

- Seus métodos não são os melhores....

- São resolutivos, são definitivos!

- Devo a ele muita coisa!

- Ao ponto de ser forçada a dar a boceta todos os dias? Você está me dizendo que sente culpa por ele lhe estuprar a tanto tempo?

- Não, estou dizendo que sentiria culpa em lhes fazer mal...

- Diga que sim, e deixe esta parte comigo..

Era nesse momento onde eu seduzia as pessoas a fazerem o que eu queria, ou deixar que eu fizesse, quando isso envolvia algo que eles também queriam, era como dizem um toma lá dá cá, eu te dou algo e você me dá algo muito mais valioso pra você em troca...

Não sei o que ela imaginou, mas tenho certeza absoluta que aquela tarde que foi a minha primeira com ela, e foi também o momento onde toquei no assunto, que penso que achou que eu na verdade trocaria aquela tarde de horas de sexo com ela por resolver o problema dela de uma maneira que ela não imaginava, talvez ela fosse uma dessas pessoas que como eu, não percebessem o óbvio - o óbvio nesse momento que ela não viu, é que ele merecia morrer, e que eu era louco o suficiente pra resolver isso.

Um maníaco se dando o título de Deus, muita blasfêmia para religiosos, uma ovelha negra escrota para os familiares e simplesmente, um psicótico maníaco depressivo, para os que tinham estudado minha cabeça e foi numa tarde de 10 de Outubro de 2015, próximo do meu aniversário que resolvi executar minha obra de arte!

Separei com cuidado e amolei 1 punhal, e uma tesoura de Jardinagem pequena, esses objetos estavam tão enferrujados que Deus do céu, talvez fosse até melhor usá-los como estavam, talvez ao invés de fatiar a carne,eu a beliscasse primeiro com a ferrugem venenosa, tão venenosa quanto eram pra mim os gritos que eu já sabia do que se tratavam.

às 16h ele chegava do trabalho, a luz do banheiro acendeu,e eu acompanhava do 2º andar da minha casa, o piso da casa reluzia e isso facilitava para que eu visse os reflexos, ela já tomava seu banho em seu quarto, talvez tomasse banho antes de ser estuprada, o que pra mim não tinha lógica alguma, ele era rápido nos movimentos dele durante esse horário, como se demonstrasse sua excitação imunda pelo corpo da Ag, sua sobrinha, a quem declarava um amor estupidamente de pai e filha, na frente de todos na vizinhança, enquanto eu mordia os lábios para não contar.

Passados minutos, ele cruzou para a cozinha, demorou e ficou num ponto cego onde eu não podia ver o que ele fazia, tive quase a impressão de que ele tinha me visto, o que já era normal que tivesse o seu vizinho maluco espiando, foi quando encostei a escada no muro de 1,8m, aquele muro imundo e escorregadio, por isso mesmo já estava com as botas, e Ag tinha deixado a porta de trás aberta como lhe pedi, separou sacos de lixo e compramos muito alcool 70%, ele entrou no quarto dela e eu vi, a porta bateu com força como se um viking tivesse entrado, e ele era mais ou menos isso, um homem de uns 110 kg e 1,75, pulei o muro apressado, cortei um pedaço do plástico que ela havia deixado e levei nas calças, a cama já rangia e trepidava com o peso daquele gordo nojento em cima do corpo dela, ela era muito frágil, com 1,70m ,acho que não tinha 75kg, empurrei a porta devagar e o vi nu, empurrando seu corpo contra o dela, e ela gritava: Devagar! Devagar! Não perdoei a cena que vi, eu sabia basicamente que se o apunhalasse nas costas, por ser grande e pela faca ser pequena, o ideal é que fosse no meio delas, ele tentaria tirar o punhal com as mãos para trás, enquanto eu o derrubaria com o saco no rosto, e foi o que eu fiz, empurrei a faca com força, ele gritou, e pegou no cabo da faca, enquanto o puxei com toda a revolta com o saco no rosto, o asfixiara com o joelho nas costas dele, enquanto Ag olhava a cena perplexa e o empurrando com as pernas - ele passou a enforcá-la, enquanto que o golpe final, no desespero, foi das mãos que tiraram da minha cintura aquela tesoura e cravou-lhe no queixo e no pescoço do maldito, a sala cheirava àquele odor conhecido do ferro, e minhas mãos ficavam quentes como eu queria e esperava que a dele estivessem frias, por que era seu sangue que me aquecia as mãos.

Passamos a embalar o corpo, e eu já tinha um local para ele, jogaria no mar, aos peixes, mas Ag sabia de tudo, e eu não sou nenhum justiceiro, e claro que Ag foi dormir com ele, para sempre, no fundo do mar.

Clóvis Correia de Albuquerque Neto
Enviado por Clóvis Correia de Albuquerque Neto em 30/12/2013
Código do texto: T4630106
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.