“Pitoco e os sacos de ossos”

“Ofereço este conto a todos os leitores, poetas e poetisas do recanto, principalmente para aqueles que curtem um cachorrinho vira lata.”

Beijo no coração.

Pitoco, vem pitoco! Insistente Rômulo chama seu vira latas peralta. Pitoco é o nome que Rômulo deu ao cachorrinho feio de doer, mas um bichinho que o rapaz gosta. Rômulo mora num apartamento de luxo e todo dia ao sair na portaria do prédio, o pitoco esta lá, o cachorrinho o espera, pois certamente recebe um carinho do rapaz rico do condomínio de luxo. Infelizmente Rômulo não pode levar o bichinho para morar com ele devido uma exigência da comunidade que proíbe animais no condomínio. Ultimamente, o pitoco esta tendo umas manias estranhas, todo dia ele trás um osso na boca e tenta entregar ao Rômulo, que apressado quase não observa o presente que o amiguinho lhe traz.

“Pitoco e os sacos de ossos”

No escritório onde Rômulo trabalha ventila comentários sobre um maníaco que seqüestra e mata suas vitimas e oculta os cadáveres, a região citada fica próximo ao bairro que Rômulo reside.

Rômulo ao ouvir os comentários tem fleches de lembranças em sua memória, ele se lembra, vagamente de ter visto sacos pretos próximos a entrada do condomínio, mas de uns dias passados ate o momento, os sacos desapareceram; será? Pensa Rômulo; - será que os sacos pretos havia cadáveres dentro? Não.

Não, eu acho que estou ficando maluco, isso não.

Rômulo se lembra dos ossos que lhe traz o cachorrinho feioso e se compromete a observar melhor o objeto.

Hoje, sexta feira, Rômulo volta pra casa um pouco mais cedo e vê o cachorro parado na frente do portão, ao ver o carro, Pitoco chacoalha o rabo, anda de um lado a outro e começa a desenterrar um ossinho na grama ao fundo da calçada, Pitoco quer entregar o estranho objeto ao seu novo amigo.

Ao perceber o movimento do cãozinho, Rômulo para o carro e desce, vai ate o cachorro e brinca com ele, passando a mão por sobre a cabeça e com a outra mão retira o osso da boca do bicho.

Rômulo observa atentamente e vê que o osso é de um dedo, mas pensa melhor e leva o estranho objeto para um amigo de a área dar um diagnostico.

E constata-se, é um dedo de mão humana.

Rômulo aciona a policia que inicia investigação.

Rômulo conta para a policia como tudo começou, o Delegado Rafael pede para o seu regimento apreender o cachorro para preservá-lo e ate utilizá-lo na investigação, vendo que o animalzinho tem carisma por Rômulo e infalível olfato, o Delegado crê que isso pode ajudá-lo a encontrar pistas.

O primeiro lugar a ser revistado é o condomínio, através de informações a policia chega à casa de numero 50, o mau cheiro é forte, e pode ser sentido do outro lado da rua.

Pitoco avança na frente da policia técnica e adentra a casa.

As paredes sujas de sangue, os cômodos da casa têm ferramentas como machados, serrotes. Estas ferramentas estão largadas no chão, sujas de sangue.

No quarto de um suposto casal, tem sacos pretos amarrados pela boca, estão todos cheios de ossos humanos, a geladeira na cozinha esta trancada com um velho cadeado. Delegado Rafael pede para romperem o cadeado, ao ser este rompido; a porta se abre e pedaços de ossos caem de dentro da geladeira.

São pedaços de pessoas, gente que perdeu a vida cruelmente estão guardadas aos pedaços putrefatos.

Enquanto a casa e vistoriada um homem de estatura media se aproxima, ao ver a policia tenta fugir pelos fundos das casas de muros baixos do condomínio, sem duvidas é o assassino.

Pitoco dispara atrás do meliante com bravura, ataca o homem que cai no meio da rua, entre o alvoroço das pessoas e gritos de ordem da policia, o cachorro feioso derruba o homem e o segura pelo pescoço rosnando heroicamente.

A policia chega e algema o suspeito e através das investigações, constatam o envolvimento do assassino nas mortes das pessoas que desapareceram nos últimos dias. Pitoco, bom; o Pitoco ganha o direito d ter seu nome escrito com letra maiúscula e o direito de morar num luxuoso aconchego bem próximo da casa de Rômulo, pitoco, quero dizer; Pitoco, agora é membro da comunidade canina do bairro onde mora é lembrado com carinho pelas famílias das vitimas de um assassino cruel que barbarizou a cidade e agora esta preso, graças ao nosso herói, feio de doer, mas bom, igual a justiça.

Fim.

Joel Costadelli
Enviado por Joel Costadelli em 23/12/2013
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