Surpresa de Natal #ThursdayTales
Era véspera de Natal e faltava exatamente uma hora para que o relógio avisasse que já era meia noite. Samantha estava dormindo tranquilamente quando ouviu um barulho no portão. Levantou-se colocando o chinelinho que estava sob a cama e foi até a janela. Por um vão discreto entre as cortinas ela podia ver um vulto.
“Quem será?” – ela pensou – “Talvez seja o papai fingindo ser o Papai Noel”.
Ela tinha apenas oito anos, mas não acreditava mais nessas coisas. Colocou uma blusinha de frio sobre o pijama e desceu até o jardim.
Estava tudo completamente escuro, a única luz que iluminava ali vinha do poste da casa vizinha. Samantha caminhou com alguma dificuldade até o portão e o encontrou aberto.
“Papai?” – Ela chamou baixinho.
Ninguém respondeu. A rua estava silenciosa, os únicos sons da rua eram provenientes das folhas das arvores que chacoalhavam com o vento. Samantha sentiu um arrepio percorrer por todo seu corpo. Devia ter imaginado tudo aquilo, não havia ninguém lá. Ela se assustou quando ouviu a porta da frente da casa batendo.
Ela correu até a porta e deu uma olhada na rua. O clima estava estranho. Ela estava com uma sensação ruim, aquele não seria um bom Natal.
Depois de entrar em casa e se certificar que a porta estava bem trancada ela foi para seu quarto. Antes de se deitar ela deu uma nova olhada pela janela. Nenhum sinal do vulto de antes. Samantha se deitou meio preocupada. Nunca tinha se sentido daquele jeito.
“É só ansiedade” – pensou – “tudo isso vai acabar amanhã”.
Samantha tentou dormir, mas foi sem sucesso. Toda vez que ela cochilava sonhava com o vulto que ela tinha visto pela janela.
E então, depois de muito tempo ela acabou pegando no sono. Foi acordada bruscamente com alguém colocando uma mordaça em sua boca. Abriu os olhos e se deparou com um homem alto, vestido de preto. Ela tentou mover os braços e as pernas, mas ambos estavam bem amarrados. Queria gritar, mas a mordaça a impedia e a machucava.
Samantha fechou os olhos desejando que aquilo parasse e que fosse um sonho. Por um momento tudo ficou calmo. E então ela sentiu o golpe. O homem cortava cada parte do corpo dela que ele podia alcançar. A dor era imensa e ela não podia gritar.
E então ele parou bruscamente. Ela sabia o que estava por vir. Fechou os olhos e esperou pelo fim.
A vizinhança foi acordada na manhã de Natal pelos gritos de uma mãe em desespero. Todos foram ver a cena que era chocante. Uma pequena menina imersa em uma poça de sangue com uma boneca no colo recostada na arvore de Natal.
Do meio da multidão, sem que ninguém percebesse, saiu um homem todo de preto com um sorriso discreto no rosto.
“O Natal está apenas começando.” – Ele sussurrou baixinho.