O tempo...
Um frio corre-lhe a espinha... Aquela ponte do Rio Coutinho nunca fora tão extensa. Aqueles olhos brancos. Aquela figura toda coberta de barro, fita-lhe à distância profundamente seus atentos olhos que estão alertas ao brilho da luz alta dos faróis do carro que vem na outra pista. Ele se aproxima - aparentemente lento - em sua direção. O tempo passa mais lentamente ainda. A luz de seu carro é baixada para não ofuscar a visão do motorista. A figura ao meio da ponte desaparece... Sua razão não entende. Mas não ousa perguntar neste momento. Qual seria a pergunta? Qual seria a resposta? Fala lentamente à esposa que lhe faz companhia “Para onde foi aquela figura?” A mesma com voz quase sumida lhe responde “Não sei! Você também viu?” O silêncio impera. A resposta não vem...