“Unidos ate depois da morte”

Meu nome é Clovis, sou delegado de policia e atualmente estou com um caso assustador, um caso de terror para resolver. Já passa da meia noite, o sono não vem, ouço o portão da frente da minha casa abrir lentamente, como se alguém entrando sem querer me assustar, só a Mara agi desta forma. Penso eu; - pena que Mara morreu de forma tão triste, tão jovem, cheia de vida e sonhos. A brutalidade da vida urbana não perdoou a pobre menina, com apenas vinte anos de idade. Eu não consigo mais dormir, tentando descobrir os assassinos que a matou, agora, me resta apenas fleches de recordações, recordações das palavras de Mara, por que não acreditei nela, quando me dizia sobre estar sendo perseguida por aqueles malditos assassinos do colégio? Há Mara; - que bom se pudesse ouvir e me ajudar a encontrá-los.

“Unidos ate depois da morte”

O dia amanhece a chuva bate na janela do meu quarto, o relógio na cabeceira da cama mostra que já são cinco horas da manhã.

Levanto meio embriagado pelo sono que ainda me atordoa, o distrito esta cheio de relatórios; - penso enquanto procuro meus óculos na cabeceira da cama.

A cadeia da Delegacia esta cheia de meliantes.

Isso tudo me tira o foco das investigações sobre o caso Mara.

Ao entrar no carro, o telefone toca, “numero desconhecido” decido não atender, mas antes de eu ligar o carro o telefone toca novamente.

Decido atender, do outro lado da linha uma voz feminina, é Carol, amiga de Mara, ela me diz ter informação sobre o paradeiro dos assassinos de Mara.

Mais tarde nos encontramos no departamento de policia, Carol aceita, o convite.

Já quase cinco horas da tarde, ela chega, a moça esta bem vestida, perfumada, eu a convido pra entrar em minha sala, assim podemos conversar melhor.

Carol me diz que um dos bandidos esta preso a pouco tempo e havia suspeita de ele estar em cárcere.

Eu pergunto a ela; - você o reconheceria? Sim, ela me responde meio receosa, com medo.

A convido para ir ate a sala d reconhecimento.

Por um minúsculo visor, Carol reconhece Douglas, dentre todos os mais perigoso que havia ali, Douglas é o que mais inspirava atenção, o garoto foi preso em flagrante durante um crime onde ele matou e estava desossando o corpo da vitima, sua boca estava com sangue escorrendo pelos cantos, ao ter seu rosto iluminado pelo farol da viatura, fez questão em abrir sua enorme boca podre, cheia de carne humana, no momento da prisão, ele ameaça matar os policiais e comer lhes suas carnes do mesmo jeito que comia a carne da pobre vitima.

Mara fora encontrada a beira de uma estrada na madrugada de sua morte, havia partes de seu corpo dilacerado, ate o momento, pensávamos que os assassinos a teriam matado e dado o corpo para um cão, agora, com a visita de Carol, já começa dar rumo com pistas mais concretas.

Pergunto a Carol; - como teve a idéia de vir ate aqui falar com a policia? Carol – eu tive um sonho, nele Mara me pedia socorro, me pedia para lhe procurar, ela me disse que vocês tinham uma forte amizade e que você a prometeu estar com ela, ate depois da morte.

Ouvindo isso, esbocei um sorriso meio sem graça, concordei com Carol. – É eu a tinha como minha princesinha, eu a amava muito, mas sou casado, e Mara tem a metade da minha idade, sabíamos que tudo entre nos, não passaria de amizade, cuidados mesmo, entende? Sim, me responde Carol meia sorrindo.

Neste momento, interrompo o assunto convidando-a para ir comigo ate a prisão carcerária do meu distrito.

Ela me acompanha, ao se aproximar da cela de Douglas, ela me segurou forte o braço esquerdo, - minha nossa, é ele, como esta frio, sem reação nenhuma.

Ele fica sempre assim quando planeja matar alguém.

Você o conhece? Sim, ele cresceu no nosso bairro, mas a gente se afastou dele elo fato de suas manias esquisitas, Mara o temia, eu me lembro dela me pedindo para investigar um garoto da turma do colégio, mas eu pensava que Mara estava tendo imaginações férteis, nunca me passou pela mente que a coisa estava assim tão seria.

No dia seguinte, quatro horas da madrugada, eu acordo com um telefonema de Carol, Doutor, Douglas fugiu, ele me ligou e prometeu me matar e comer minha carne, depois ele vai atrás do senhor.

Neste momento, mandei dois policiais ate a casa de Carol para que a acompanhasse ate o distrito, eu me troquei de roupa.

Hoje Samanta voltaria de Recife, Samanta é minha mulher, com quem estou casado há dois anos, meu segundo casamento, ela vai chegar e eu não poderei ir buscá-la no aeroporto, - que droga, me irrito com a situação.

Vou apressadamente para a delegacia, a chegar, já me encontro com Carol, pálida de susto.

A delegacia esta em pavorosa, a corregedoria no meu pé, os federais rosnando no meu cangote o tempo todo.

Mas eu preciso encontrar Douglas, antes de amanhecer o dia, eu saio em diligencia à captura do bandido.

Ao chegar ao bairro onde ele se esconde um rastro de sangue, o cara fugiu não era nem vinte e três horas, mas só foi percebida sua ausência quatro horas da madrugada, ele já havia feito quatro vitimas, os corpos estavam irreconhecíveis, a primeira vitima foi o guarda da carceragem.

Encontramos seu corpo dilacerado num banco da praça próxima da delegacia, o segundo o porteiro do prédio aonde ele entrou para se esconder, da mesma forma o corpo estava sem os braços e faltando uma orelha, o terceiro, uma jovem taxista, ele a matou arrastou seu corpo pelas ruas próximas, o quarto, foi um vigia que tentou dete-lo, este ele cortou-lhe a língua, a próxima seria Carol e depois eu.

Douglas nos esperava num beco, sem saída, ele teria armado uma cilada para nos pegar.

Ao perceber algo errado, um morador nos avisa e com isso a cilada de Douglas servil para ele mesmo.

Ao ser pego, Douglas ateou fogo sobre seu próprio corpo e lançou-se sobre nos, ele gritava, vou pro inferno, mas levo vocês comigo.

Sem êxito, um dos soldados o metralhou, mais de trinta tiros o acertaram, Douglas cai no chão, inda em chamas e teve seu corpo queimado ate o ultimo tecido.

Naquela mesma noite, Carol sonhava com Mara, mas eu; há, eu recebi sua visita, bem clara em minha frente na sacada do meu prédio, ela me deu um beijo no rosto e partiu em paz, creio que agora foi em direção a luz que a conduz a paz do seu espírito.

Minha mulher dorme um profundo sono, nem imagina a minha paz, boa noite.

Fim

Joel Costadelli
Enviado por Joel Costadelli em 11/11/2013
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