A FUNERARIA

O velho Antonio desligou o telefone e sentou-se em sua poltrona. Quando aquele numero particular tocava ele sabia o que o aguardava, e daquela vez não foi diferente.

Já fazia alguns anos que tinha feito aquele maldito acordo, e agora sabia ser muito tarde para desistir.

Tudo começou quando os planos funerarios tomou conta da cidade. Sua funeraria já vinha passando de geração em geração, mais os planos funerarios veio para acabar com aquelas funerarias que não tinham intenção de associar-se a eles.

Um certo dia quando já tinha se conformado em dividir seus lucros com os planos funerarios, aquele homem serio de terno completamente preto entrou em sua casa funeraria para lhe fazer uma proposta.

- Seu Antonio? - Perguntou sem cerimonia enquanto lhe estendia a mão.

- Sim, em que posso servi-lo? - Respondeu o velho Antonio, já imaginando que seria um cliente para contratar seus serviços funerarios.

- Vou direto ao assunto - disse o desconhecido - Não é segredo que os planos funerarios tomaram conta da cidade e sei também que o senhor é um dos poucos que ainda resiste, mais sei também que os clientes sumiram e se demorar mais um pouco o senhor vai ser obrigado a baixar suas portas e assim acabar com um negocio de familia que vem de outras gerações, estou certo?

- O senhor é algum representante....

- Não, não não - tomou a palavra o homem desconhecido com um gesto de mão. Por favor, me deixa terminar.

- Pois então temmina.

- Pelo contrario, quero lhe propor um negocio que tenho certeza o senhor não teria que aderir aos planos e muito menos baixar suas portas, minha proposta levantaria ainda mais suas financias.

- Maldita hora que aceitei ouvir aquela proposta. - Pensou o velho, enquanto se mantinha na mesma possição desde que desligara o telefone.

A proposta financeiramente era inrecusavel, ele só tinha que manter a funeraria aberta para o excasso publico e exclusivamente ficar a disposição da empresa daquele homem. O que ele só veio descobrir tarde demais , é que os clientes nem sempre já chegavam mortos. Depois daquela noite onde ele selou acordo com um aperto de mão, não voltou mais a ver aquele homem, todo més era depositado em sua conta o valor que foi estipulado no acordo, e por mais de quatro meses, não apareceu um unico defunto para ele aprontar...

Foi em uma tarde chuvosa, que o telefone tocou, o bina indicava um numero que não tinha o DDD da cidade, mais quando atendeu, aquela voz do outro lado da linha, só podia ser de uma pessoa.

- Seu Antonio, tenho um serviçinho para o senhor, meus homens estão chegando ai dentro de algumas horas e espero que faça valer nosso acordo.

Sem deixar que o velho desse uma unica palavra desligou.

Já passava da meia noite, quando por fim ele ouviu um carro parar na porta.

- Por fim o defunto chegou - Pensou enquanto ia abrir a porta.

Mais sua surpresa não poderia ser maior, o suposto defunto, foi retirado do porta mala de um carro preto, e arrastado para a funeraria por dois brutamontes devidamente trajando terno preto e oculos escuro em plena madrugada. O suposto defunto tinha uma pano travessado na boca o que empedia de gritar e os olhos vendados.

- O que significa isso? - Ainda perguntou, mais foi calado com um gesto de mão por um terceito homem, que devia ser o motorista e educadamente empurrado para dar passagem aos visitantes.

- O senhor Valntino te mandou seu primeiro cliente para ser preparado para o funeral. - Falou um dos homens, enquanto colocava em uma mesa de preparação o futuro defunto.

Aquele foi o primeiro de muitos homens que chegaram ali arrastados, e amarrados em sua mesa de enbalsamento, aquele foi um dos muitos que ele viu ser embalsemado ainda com vida, enquanto eram feito perguntas e mais perguntas, que por fim eram respondidas, e quando os brutamontes se davam por satisfeito, largavam o miseravel com a barriga aberta e as viseras no chão para que seu Antonio terminasse o serviço e desse fim ao corpo em seu forno de cremação. Não foi dificil seu Antonio descobrir que tinha firmado acordo com gente grande da MAFIA.

E agora depois de uma boa pausa, o mesmo numero voltou a chamar e mais uma vez ele ouviu daquela voz, que mais um cliente estava a caminho.

Cecilia Davila
Enviado por Cecilia Davila em 28/09/2013
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