Minha “amiga” em meu quarto – Final
Quando Pilar foi presa no mundo em que Abner escolheu, o corpo de Pilar deixou de ser humano e se tornou um espírito, mesmo que ela não tenha morrido fisicamente.
- Bem, vejo que terei de tomar as ações cabíveis neste momento. O rapaz deu alguns passos em direção ao círculo. Ao se aproximar dele, as chamas ainda estavam acessas e isso pode revelar que ele estava vestido com uma túnica preta e um capuz escondia sem rosto.
- Não vai se revelar? Disse Pilar enquanto olhava fixamente para o rapaz que já estava dentro do círculo.
- Já que insisti. O rapaz tirou o capuz e lançou um olhar sinistro para Pilar. Um espírito que carregava consigo uma foice apareceu atrás do rapaz e lhe passou a foice.
- Não pode ser! O medo consumiu todo o espírito de Pilar.
- Ainda há tempo... de se arrepender. Essa será a minha última oferta.
- Jamais!
O rapaz deu um pulo mais alto do que o monstro e foi com tudo na direção de Pilar. Hazar, ao perceber que sua dona receberia um golpe fatal, entrou na frente dela e a defendeu do golpe. Pilar ficou imóvel. Lágrimas de desespero escorriam pelo seu rosto, mas ainda assim ela não dava o braço a torcer.
Quando o Ceifador ia dar o segundo golpe, o monstro invocado entrou na frente de Pilar e lançou um golpe em direção ao rapaz. Um golpe anulou o outro.
- Se eu fosse você, eu não a protegeria. Disse o rapaz ao monstro. Seu fim será o mesmo que o Hazar.
- Ela é minha! Bradou o monstro.
- Então vocês dois irão para o mesmo lugar. A lâmina da foice começou a derramar sangue. Ele se aproximou de um dos corpos que estava em chamas e colocou a lâmina em cima. A lâmina começou a pegar fogo e o sangue que antes era de um vermelho brilhante, mudou de cor e se tornou mais preto do que as penas das aves agourentas do Vale da Morte.
- Agora será o seu fim.
O golpe final foi dado. Em questão de segundos o corpo de Hazar, os corpos dos animais e os espíritos de Pilar e do monstro haviam desaparecidos.
Clarissa saiu do transe e isso deixou seu pai alegre. Os epíritos dos Anciões e os epíritos das pessoas que Pilar havia matado foram para o descanso eterno.
Quando a mãe de Clarissa percebeu que não havia nenhum perigo, ela correu em direção à sua filha e a abraçou.
- Pensei que... Abner ficou surpreso ao ver a sua esposa viva.
- Ele me protegeu. Disse ela apontando para o Ceifador.
- Bem, vamos embora! Abner se levantou e ajudou a sua esposa e a sua filha a se levantarem.
- Olha quem está aqui, Clarissa! Disse o Ceifador. Sissi começou a latir e correu para a sua dona. Ele a havia encontrado escondida em um dos arbustos próximos daquela região onde estavam.
- Vão na frente. Eu já as encontro. Disse Abner.
Clarissa e a mãe dela foram na frente. Abner e o Ceifador manteram o passo mais lento, pois precisavam conversar.
- Me deixe somente chegar em casa. Não quero que elas me vejam morrer.
Abner havia feito um acordo com o Ceifador ao cortar a sua mão em cima do cordão que o pertencia.
- Não tenho pressa. Sua vida agora me pertence e eu irei tirá-la quando eu quiser. Disse o rapaz sorrindo.
- Vamos pai! Gritou Clarissa.
O Ceifador deu um passo para trás e desapareceu. O que restava a Abner agora, era viver com a certeza de sua morte, porém sem saber quando ela iria chegar para lhe reivindicar a sua vida.