A casa abandonada

O final da tarde já se aproximava, Juninho e Eduardo jogavam chute ao gol.

- Vai Edu! Chuta essa bola com toda sua força, aposto que irei defender!

- Não acho uma boa idéia Juninho. Vamos jogar perto da minha casa.

- Já disse que não posso mano, minha mãe não me deixa sair daqui.

- Bom então vamos lá...

Eduardo tentou, mas não tinha força nos pés e o chute pouco fez efeito.

- Viu? Não disse que pegaria fácil? Parece até uma menina chutando.

- Teve sorte isso sim, agora me deixe defender. Quero lhe mostrar como é que se faz!

- Vamos nessa, não irei pegar leve...

Juninho chutou a bola e acabou acertando a testa de Eduardo. A bola foi cair no muro do vizinho.

- Edu ta tudo bem cara? Desculpe-me não fiz por mal.

- Acho que estou bem sim, um pouco tonto e com muita sede.

- Nada melhor do que um bom copo de coca com gelo. O que me diz meu chapa?

- É pra já, mas vamos recolher a bola primeiro. Onde está?

- Caiu atrás do muro desse vizinho.

-Quem? Esse ai do muro branco e alto?

- Esse mesmo. Precisamos bolar alguma coisa pra tirar nosso objeto de lá.

- Nunca vi ninguém nesta casa, parece estar abandonada. Se fizermos pezinho talvez entremos.

- Mais já está ficando tarde, não posso ficar muito tempo aqui fora.

- Então irá deixar sua bola?

Os dois calaram-se durante um minuto e então Juninho disse:

- Vamos entrar lá, pegar a bola e dar o fora está certo? Não quero chegar tarde para o jantar.

Juninho fez pezinho para Eduardo subir.

- Certo Juninho me de sua mão.

Eduardo puxou a mão, e os dois entraram.

- Ela não deve estar muito longe. Vamos ficar juntos.

Os dois andaram durante quinze minutos no quintal esverdeado, mas nada encontraram.

- Alguma coisa está errada. Era pra gente já ter a encontrado, não pode ter caído tão longe.

- E não caiu, está ali dentro da casa consegue observar pela janela?

- Como foi parar ai?

- Não faço idéia. Vamos entrar rapidamente, logo em seguida caímos fora.

Juninho aceitou e os dois se dirigiram para dentro da velha e sombria casa.

- Vamos bater, vai que alguém abre ai pedimos a bola.

- Certo.

Eduardo e Juninho bateram durante dezenas de vezes até que a porta se abriu sozinha.

Nhéqueeee

- Essa porta precisa de um óleo.

- Não vejo nada. Olá? Alguém?

Tudo em repleto silêncio.

- Onde está?

- Em cima daquela poltrona, vou pegar.

- Tenha cuidado.

- Peguei, venha vamos de uma vez, esse lugar me assusta.

Os dois se dirigiram a porta principal, mas esta se fechou rapidamente numa batida seca e estrondosa.

- Droga! Sabia que tinha algo de estranho em tudo isso.

- Estou com medo. Disse-lhe que não era uma boa idéia jogar aqui.

- Vamos procurar por alguma luz, me de sua mão. Precisamos ficar juntos.

Ambos andaram sem foco algum, até que sentiram algo estranho.

- Acho que pisei em alguma coisa gosmenta e fedorenta. Muito fedorenta.

- Que cheiro horrível. Parece que alguém morreu aqui.

- Vamos tatear a parede, podemos achar alguma fonte de energia.

De repente as luzes da casa se acendem num piscar de olhos.

- O que está havendo?

- Talvez isso responda sua pergunta.

Juninho mostra a Eduardo o que ele estava realmente pisando. Uma pessoa morta entrelaçada com os fios de energia que circulam o casarão.

- Meu Deus. Vamos embora daqui, por favor!

- Precisamos abrir essa porta, mas está totalmente selada. Temos que arrumar outro jeito de sair.

- As janelas.

Juninho solta a mão de Eduardo e sobe as escadas em busca de solução, mas um minuto após ouvem-se gritos...

- Aaaaaaaaah, aaaaah

Eduardo fica pálido e o terror toma conta, mas a porta principal acabara de se abrir. Ele corre para fora da casa. Chegando a um telefone público liga para polícia. Dez minutos depois as viaturas cercaram tudo e foram entrando. Os principais relatos foram:

“A casa está impecável, sem registro de suspeitas. Continuaremos a verificar, mas parece que as coisas então normais”

A casa estava impecável, porém Juninho nunca mais foi encontrado. Eduardo acordou no dia seguinte sem lembrar-se de nada. Viu o clima chuvoso e voltou a dormir tranquilamente.

Rafael Fernando Cibi
Enviado por Rafael Fernando Cibi em 25/09/2013
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