BEIJO FATAL
Linda. Negra. Corpo. Rosto. Roupas sensuais.
Noite de luar. Tempo quente. Convida.
Ela sai à caça. Procura. Encontra.
Chega ao local. Som alto. Gente eletrônica. Amor? Não! Só corpo. Momento. Gosto. Corpo.
Ela olha. Escolhe. Ele. Jovem. Moreno. Lindo.
Ela dança. Rebola. Olha. Ele encontra. Dança. Sorri.
Ela olha. Retribuiu o sorriso e mexe até o chão.
Ele vem. Ela sai.
Ele tenta mais uma vez. Ela sai.
Ela deixa o tempo passar. Depois volta e dança.
Ele vem. Ela fica.
Sorrisos. Palavras.
Um beijo. Um convite.
Um local escuro e afastado.
Ele beija.
Ela beija e mexe.
Ele louco. Ela lambe.
Ele louco. Ela chupa.
Ele louco. Ela sente o momento.
Ele entregue. É o momento.
Ela beija. Sua língua percorre toda a boca dele.
Ele geme. Ela enfia a língua na garganta.
Ele louco. Ela enfia mais profundo.
Ele sente a dor. Tenta parar. Não consegue.
A língua chega ao esôfago. Ele tenta gritar.
Neste momento, a linda mulher se transforma num ser horripilante, com maxilar projetado a frente, olhos como de serpentes e garras. Sua língua agora é algo sólido como uma espada que rasga o estômago dele que cai. Morto.
Ela suga até o final.
Deixa o corpo sem vida tombar. Limpa a boca e vai, sem olhar pra trás.