A DEGOLA
Reinaldo, 21 anos, era foragido de alta periculosidade com várias passagens por roubo, assalto à banco e latrocínio. Naquela manhã de quarta recebeu uma ligação no celular. Chamou 3 comparsas, Lino, Bigorna e Zóio. Após roubarem um carro, aguardaram na comunidade a hora para realizar o serviço. Era noite perfeita para a prática do crime, a TV ia transmitir o jogo importante do Campeonato Brasileiro e a vizinhança distraída não notaria. A ordem veio de dentro do Presídio de Segurança Máxima. Por se tratar de vingança eles teriam de cumprir a determinação do "Partido".
Alex era policial civil lotado na DHPP, com larga experiência em investigação de crimes contra à pessoa; várias prisões e apreensões nos seus 26 anos de serviço. Era divorciado, tinha um casal de filhos, sendo que Ana optou morar com ele desde a conturbada separação. Alex andava muito preocupado porque a filha solteira estava grávida de 8 meses. Ela era assistente administrativa, não andava muito bem de saúde, ficando o tempo todo em casa na licença maternidade. Ana tinha nascido com disfunção neurológica, tinha sinestesia, enxergava palavras e números com forma e cores, como estivesse nascida drogada. Sempre se interessou por ciências ocultas, até o dia que foi iniciada numa seita secreta sem o conhecimento do pai.
Depois que Ana começou a apresentar sinais de gravidez, toda vez que ele estava de plantão jantava em casa, queria estar presente demonstrando carinho pela filha. Após o jantar despediu-se da filha, deu a partida no carro, não percebendo que estava sendo observado por 4 elementos drogados na van branca (baú) estacionada do outro lado da rua.
Não foi difícil para os 3 meliantes invadirem a casa do policial; o quarto elemento aguardou na van caso fosse necessária uma fuga inesperada. O jogo estava no segundo tempo, Ana adormeceu no sofá da sala, não ouviu os marginais forçarem a janela do quarto dos fundos. Eles estavam alucinados para terminar logo com tudo deixando as marcas do ódio e vingança na vida do policial. O pai de Ana tinha sido o principal policial na prisão em flagrante do mais perigoso traficante dos últimos anos.
A filha do policial foi amordaçada e violentada. Depois de humilhada a executaram com golpes de faca.
O chefe de dentro do presídio, para mostrar poder tinha falado como queria "o serviço" por metáforas ao celular; algo que até os executores ficaram assustados. Antes do jogo terminar eles saíram com uma mochila na mão sem serem notados. O destino era o Presídio de Segurança Máxima no interior do estado, de onde partiu a ordem. Havia dois menores entre eles. Estavam tão loucos que resolveram cheirar mais cocaína. No caminho torceram para não serem abordados pela polícia rodoviária.
Fortemente armados, a cada pedágio procuravam demonstrar tranquilidade, observando ao redor o movimento. Eles chegaram num ponto da rodovia que não se via mais carros nem indo e nem voltando. O céu sem nuvens num breu total, só mostrava as estrelas com seu brilho, ao mesmo tempo que encantava causava medo e apreensão; Reinaldo ao volante acelerava acima do limite. Muito louco pela droga consumida resolveu brincar apagando os faróis da van, ficando na mais completa escuridão. Os outros riam num misto de euforia e terror. Quando de repente, apareceu um ponto branco ao longe no meio da pista. Na medida que o carro foi se aproximando viram que era uma mulher de braços abertos... Reinaldo acendeu os faróis e a mulher desapareceu...
_Mas que porra era aquilo, vocês viram...? Perguntou um deles.
_Deve ser algum animal cruzando a estrada, no interior tem muito disso mano...
_Mas acontece que brilhava, viu não? - Disse Reinaldo.
_Vi, mas acho que nós cheiramos muito, tá ligado...? -replicou o Zóio.
_Eu to muito louco mano...- disse Bigorna.
_Uma coisa eu não entendi, porque o chefe pediu pra jogar a cabeça da moça em frente ao presídio que ele tá, se jogasse perto do D.H.P.P não seria mesma coisa? - reclamou Lino.
_Não, o chefe quer mostrar pra polícia que tem poder e ele que mandou fazer o serviço. Se aceitassem o suborno nada disso teria acontecido, agora foi mexer com o "Comando", é isso aí. Agora vão saber com quem eles foram se meter...aquele FDP do polícia civil não quis acordo, agora ta pagando, sifo....
Quando um deles percebeu algo estranho, a mochila que estava com a cabeça de Ana havia desaparecido...assustado pediu pra acender a luz do baú da van e ficou vasculhando entre as caixas vazias que havia...
_Aí mano...a mochila que tava aqui sumiu...
_Procura direito essa porra aí...
_Eu disse que sumiu...tá ligado?
Reinaldo ao volante ficou furioso, quando foi gritar alguma coisa viu a mulher ao longe de braços abertos no meio da estrada pedindo pra parar... ele ficou apavorado, não era possível o que estava vendo, os outros também viram, era Ana no meio da pista de braços abertos; ele tentou passar por cima, perdeu a direção e a van capotou quatro vezes...
De manhã Alex chegou cansado do plantão, tinha sido noite corrida com muitas ocorrências. Estacionou o carro, entrou e viu Ana acordada vendo o jornal da manhã dando destaque à morte por degola do traficante Jacaré. A cabeça dele tinha desaparecido. Havia suspeitas que o bandido comandava o crime de dentro do presídio pelo celular. Ana sabia que o seu pai tinha sido o principal agente a participar da prisão do chefe do crime organizado.
Na manhã do mesmo dia a polícia rodoviária encontrou uma van roubada de rodas pro ar no matagal na beira da rodovia. Os quatro ocupantes estavam sem os olhos, sem as mãos e com várias perfurações de faca pelo corpo, todos eram procurados pela justiça. Na van havia vários papelotes de cocaína, pedras de crack, fuzis, munição, e coletes à prova de bala. Os policiais não entenderam como a cabeça de Jacaré foi parar dentro de uma mochila no interior da van...
Depois do café Ana acessou o seu e-mail agradecendo a seita secreta pela ajuda recebida e a participação dos membros no episódio.
No mês seguinte Ana deu à luz a uma linda menina...o ex-namorado, o pai do bebê não quis assumir...
Exatamente no dia do nascimento de Graziella, o pai que negou a paternidade estava em alta velocidade na Avenida Marginal sofreu um violento acidente de moto e foi lançado dentro do rio. Os bombeiros depois de insistentes buscas encontraram a cabeça do motoqueiro boiando às margens do rio...o corpo não foi encontrado.
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Reinaldo, 21 anos, era foragido de alta periculosidade com várias passagens por roubo, assalto à banco e latrocínio. Naquela manhã de quarta recebeu uma ligação no celular. Chamou 3 comparsas, Lino, Bigorna e Zóio. Após roubarem um carro, aguardaram na comunidade a hora para realizar o serviço. Era noite perfeita para a prática do crime, a TV ia transmitir o jogo importante do Campeonato Brasileiro e a vizinhança distraída não notaria. A ordem veio de dentro do Presídio de Segurança Máxima. Por se tratar de vingança eles teriam de cumprir a determinação do "Partido".
Alex era policial civil lotado na DHPP, com larga experiência em investigação de crimes contra à pessoa; várias prisões e apreensões nos seus 26 anos de serviço. Era divorciado, tinha um casal de filhos, sendo que Ana optou morar com ele desde a conturbada separação. Alex andava muito preocupado porque a filha solteira estava grávida de 8 meses. Ela era assistente administrativa, não andava muito bem de saúde, ficando o tempo todo em casa na licença maternidade. Ana tinha nascido com disfunção neurológica, tinha sinestesia, enxergava palavras e números com forma e cores, como estivesse nascida drogada. Sempre se interessou por ciências ocultas, até o dia que foi iniciada numa seita secreta sem o conhecimento do pai.
Depois que Ana começou a apresentar sinais de gravidez, toda vez que ele estava de plantão jantava em casa, queria estar presente demonstrando carinho pela filha. Após o jantar despediu-se da filha, deu a partida no carro, não percebendo que estava sendo observado por 4 elementos drogados na van branca (baú) estacionada do outro lado da rua.
Não foi difícil para os 3 meliantes invadirem a casa do policial; o quarto elemento aguardou na van caso fosse necessária uma fuga inesperada. O jogo estava no segundo tempo, Ana adormeceu no sofá da sala, não ouviu os marginais forçarem a janela do quarto dos fundos. Eles estavam alucinados para terminar logo com tudo deixando as marcas do ódio e vingança na vida do policial. O pai de Ana tinha sido o principal policial na prisão em flagrante do mais perigoso traficante dos últimos anos.
A filha do policial foi amordaçada e violentada. Depois de humilhada a executaram com golpes de faca.
O chefe de dentro do presídio, para mostrar poder tinha falado como queria "o serviço" por metáforas ao celular; algo que até os executores ficaram assustados. Antes do jogo terminar eles saíram com uma mochila na mão sem serem notados. O destino era o Presídio de Segurança Máxima no interior do estado, de onde partiu a ordem. Havia dois menores entre eles. Estavam tão loucos que resolveram cheirar mais cocaína. No caminho torceram para não serem abordados pela polícia rodoviária.
Fortemente armados, a cada pedágio procuravam demonstrar tranquilidade, observando ao redor o movimento. Eles chegaram num ponto da rodovia que não se via mais carros nem indo e nem voltando. O céu sem nuvens num breu total, só mostrava as estrelas com seu brilho, ao mesmo tempo que encantava causava medo e apreensão; Reinaldo ao volante acelerava acima do limite. Muito louco pela droga consumida resolveu brincar apagando os faróis da van, ficando na mais completa escuridão. Os outros riam num misto de euforia e terror. Quando de repente, apareceu um ponto branco ao longe no meio da pista. Na medida que o carro foi se aproximando viram que era uma mulher de braços abertos... Reinaldo acendeu os faróis e a mulher desapareceu...
_Mas que porra era aquilo, vocês viram...? Perguntou um deles.
_Deve ser algum animal cruzando a estrada, no interior tem muito disso mano...
_Mas acontece que brilhava, viu não? - Disse Reinaldo.
_Vi, mas acho que nós cheiramos muito, tá ligado...? -replicou o Zóio.
_Eu to muito louco mano...- disse Bigorna.
_Uma coisa eu não entendi, porque o chefe pediu pra jogar a cabeça da moça em frente ao presídio que ele tá, se jogasse perto do D.H.P.P não seria mesma coisa? - reclamou Lino.
_Não, o chefe quer mostrar pra polícia que tem poder e ele que mandou fazer o serviço. Se aceitassem o suborno nada disso teria acontecido, agora foi mexer com o "Comando", é isso aí. Agora vão saber com quem eles foram se meter...aquele FDP do polícia civil não quis acordo, agora ta pagando, sifo....
Quando um deles percebeu algo estranho, a mochila que estava com a cabeça de Ana havia desaparecido...assustado pediu pra acender a luz do baú da van e ficou vasculhando entre as caixas vazias que havia...
_Aí mano...a mochila que tava aqui sumiu...
_Procura direito essa porra aí...
_Eu disse que sumiu...tá ligado?
Reinaldo ao volante ficou furioso, quando foi gritar alguma coisa viu a mulher ao longe de braços abertos no meio da estrada pedindo pra parar... ele ficou apavorado, não era possível o que estava vendo, os outros também viram, era Ana no meio da pista de braços abertos; ele tentou passar por cima, perdeu a direção e a van capotou quatro vezes...
De manhã Alex chegou cansado do plantão, tinha sido noite corrida com muitas ocorrências. Estacionou o carro, entrou e viu Ana acordada vendo o jornal da manhã dando destaque à morte por degola do traficante Jacaré. A cabeça dele tinha desaparecido. Havia suspeitas que o bandido comandava o crime de dentro do presídio pelo celular. Ana sabia que o seu pai tinha sido o principal agente a participar da prisão do chefe do crime organizado.
Na manhã do mesmo dia a polícia rodoviária encontrou uma van roubada de rodas pro ar no matagal na beira da rodovia. Os quatro ocupantes estavam sem os olhos, sem as mãos e com várias perfurações de faca pelo corpo, todos eram procurados pela justiça. Na van havia vários papelotes de cocaína, pedras de crack, fuzis, munição, e coletes à prova de bala. Os policiais não entenderam como a cabeça de Jacaré foi parar dentro de uma mochila no interior da van...
Depois do café Ana acessou o seu e-mail agradecendo a seita secreta pela ajuda recebida e a participação dos membros no episódio.
No mês seguinte Ana deu à luz a uma linda menina...o ex-namorado, o pai do bebê não quis assumir...
Exatamente no dia do nascimento de Graziella, o pai que negou a paternidade estava em alta velocidade na Avenida Marginal sofreu um violento acidente de moto e foi lançado dentro do rio. Os bombeiros depois de insistentes buscas encontraram a cabeça do motoqueiro boiando às margens do rio...o corpo não foi encontrado.
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