Faltavam poucos minutos para a decolagem, quando os dois passageiros embarcaram. Foram observados com estranheza, pois eram os únicos a usarem pesadas roupas de frio. Do lado externo a temperatura era de vinte e oito graus. Os recém-chegados ocuparam seus assentos em silencio. Tanto o homem, quanto a mulher eram de uma palidez extrema. Minutos após a decolagem, uma menina começou a chorar se queixando de dor de cabeça. Segundos depois tripulação e passageiros começaram a se sentir mal, exceto o estranho casal. Uma melodia sinistra encheu o ar, e as luzes se apagaram. Alguns ainda reclamavam de náusea e desconforto, mas a maioria silenciara desmaiada. Na cabine o piloto se enroscara em posição fetal enquanto perdia os sentidos. Seu companheiro tentou retomar o controle da aeronave, mas desfaleceu sem alcançar seu objetivo. O avião começou a perder altura. Os que ainda estavam conscientes gritaram desesperados. O homem pálido calmamente se dirigiu a cabine e assumiu o controle, enquanto a mulher ia em direção ao desmaiados e sugava o sangue deles com avidez. Apesar de enfraquecidos alguns tentaram se arrastar para longe da demoníaca figura, mas foram dilacerados sem piedade. Com as roupas, e os cabelos agora emplastrados, a mulher ocupou a cadeira do piloto, enquanto seu parceiro se banqueteava com os restos humanos deixados por ela. O ruído de mastigação e seus rosnados satisfeitos eram agora o único som ouvido. A criatura tirou o casaco deixando visíveis as enormes veias, por onde o sangue circulava agitado. A palidez extrema foi substituída por uma cor azeitonada. Horas depois a aeronave pousou no aeroporto de uma conhecida capital. Foi um grande susto para o pessoal em terra, encontrar em pedaços todos os ocupantes daquele voo, mas a surpresa maior foi não encontrarem o responsável pelo pouso.