O sol já beijava suavemente a plantação de trigo que amadurecia lentamente aos pés daquela colina, regado as canções entoadas pelos belos pássaros que quase que num rito o faziam com alegria. Acordei apreciando aquela vista tão bela e tão melancólica. A tristeza também esta nas coisas belas.
Aquele aperto no peito que atrapalhava o sono voltou como os primeiros raios do claro dia e minha alma sentia os grilhões do medo, pesados grilhões...
A minúscula janela ornada com grossas grades me trazia de volta à dura realidade. Os anos seguiam lentos antes da sentença. Agora eles correm soltos.
Amanhã não terei essa vista e os pássaros não serão mais ouvidos. Somente a escuridão e os gritos que permeiam os tímpanos provenientes do inferno.
Preparo-me para a ultima refeição. Engraçado. Faz muitos anos que não sinto fome. Hoje sinto que meu estomago empedrou.
Tomei um quente e demorado banho com direito a xampu e sabonete Phebo. Sempre gostei do sabonete Phebo e sua fragrância me arrebatou para o tempo que em que eu ainda vivia. Sei que estou morto desde que aqui cheguei, mas o medo do inferno atormenta meu ser...
O saboroso bife grelhado com ervilhas não consegui tocar, não consegui me alimentar...
A voz do carcereiro fez meus ossos tinirem...
- Está na hora!
Levantei-me como um cordeiro que sabe que irá para o abate. Senti na pele o que lia na bíblia.
O corredor da morte literalmente é doloroso e tem cheiro de sangue. Talvez o cheiro tivesse sido criado por minha imaginação que de fértil nada tem...
A maca com diversos aparatos era coberta por um límpido e alvo lençol. Não tinha visto algo tão puro, o branco é puro. Talvez para amenizar a escuridão do abismo que me espera.
O carrasco era uma linda mulher e seus olhos me fitaram. Eu pude sentir a mescla de ódio e prazer que eles emanavam. Sua voz ríspida fez o que é de praxe:
- Suas ultimas palavras?
Meneei a cabeça negativamente. Não tinha nada a dizer. Fechei os olhos para guardar em minha ultima lembrança, o rosto de Laura. Minha adorável Laura.
A injeção administrada percorre o corpo rapidamente e o sono toma conta de todo o meu eu. Como é bom poder dormir sem o peso da culpa.
Antes que eu pudesse apagar definitivamente ouvi um sussurro ao meu ouvido... Era Laura.
- Durma agora meu amor. Estarei te esperando do outro lado da ponte...
Aquele aperto no peito que atrapalhava o sono voltou como os primeiros raios do claro dia e minha alma sentia os grilhões do medo, pesados grilhões...
A minúscula janela ornada com grossas grades me trazia de volta à dura realidade. Os anos seguiam lentos antes da sentença. Agora eles correm soltos.
Amanhã não terei essa vista e os pássaros não serão mais ouvidos. Somente a escuridão e os gritos que permeiam os tímpanos provenientes do inferno.
Preparo-me para a ultima refeição. Engraçado. Faz muitos anos que não sinto fome. Hoje sinto que meu estomago empedrou.
Tomei um quente e demorado banho com direito a xampu e sabonete Phebo. Sempre gostei do sabonete Phebo e sua fragrância me arrebatou para o tempo que em que eu ainda vivia. Sei que estou morto desde que aqui cheguei, mas o medo do inferno atormenta meu ser...
O saboroso bife grelhado com ervilhas não consegui tocar, não consegui me alimentar...
A voz do carcereiro fez meus ossos tinirem...
- Está na hora!
Levantei-me como um cordeiro que sabe que irá para o abate. Senti na pele o que lia na bíblia.
O corredor da morte literalmente é doloroso e tem cheiro de sangue. Talvez o cheiro tivesse sido criado por minha imaginação que de fértil nada tem...
A maca com diversos aparatos era coberta por um límpido e alvo lençol. Não tinha visto algo tão puro, o branco é puro. Talvez para amenizar a escuridão do abismo que me espera.
O carrasco era uma linda mulher e seus olhos me fitaram. Eu pude sentir a mescla de ódio e prazer que eles emanavam. Sua voz ríspida fez o que é de praxe:
- Suas ultimas palavras?
Meneei a cabeça negativamente. Não tinha nada a dizer. Fechei os olhos para guardar em minha ultima lembrança, o rosto de Laura. Minha adorável Laura.
A injeção administrada percorre o corpo rapidamente e o sono toma conta de todo o meu eu. Como é bom poder dormir sem o peso da culpa.
Antes que eu pudesse apagar definitivamente ouvi um sussurro ao meu ouvido... Era Laura.
- Durma agora meu amor. Estarei te esperando do outro lado da ponte...