Minha “amiga” em meu quarto – Parte IV

Quando o pai de Clarissa chegou, Linda já o esperava no portão de casa. Ele estacionou o carro do lado de fora e ambos entraram.

- Algum sinal dela?

- Nada. Algo de muito grave deve estar acontecendo com a minha filha. Eu posso sentir isso. Os olhos de Linda já estavam avermelhados de tanto chorar.

- Preciso ir na garagem pegar algumas coisas. Acho que sei onde ela deve estar... O pai da menina foi rapidamente para a garagem e Linda o seguiu.

- Como assim?!

- Onde está aquela maldita caixa de madeira?

- Alí! Apontou Linda, ao ver a caixa em cima de uma prateleira de metal, já enferrujada pela ação do tempo. O que tem nessa caixa? Foi a sua avó que te deu isso, não foi?

- Sim, foi a minha avó. Preciso ir, antes que seja tarde demais. Será melhor se você ficar aqui. Há muitas coisas que você pode não entender...

- Eu vou com você... aonde você for! Disse Linda já determinada a ir.

- Então vamos! Só preciso pegar mais uma coisa. Minha arma.

Ambos entraram no carro e o pai de Clarissa seguiu para onde achava que sua filha estaria. Eles saíram da estrada e pegaram um caminho de terra. Ele parou o carro, e, à pé, eles caminharam por uma trilha que dava para dentro de uma floresta. Quanto mais eles entravam na floresta, eles podiam ouvir mais claramente algumas pessoas gritando e o som de tambores.

- Ai meu Deus! Lá está minha filha. Linda já ia correr em direção à menina para resgatá-la e foi impedida pelo seu marido.

- Não faça nada por enquanto! Esconda-se detrás desta árvore e eu vou averiguar a situação e ver quantas pessoas estão aqui. Fica com essa arma. Se alguma coisa der errado, fuja e peça ajuda.

- Deveríamos chamar a polícia. Disse Linda com o celular na mão. Infelizmente os celulares deles estavam sem sinal.

Quando o pai de Clarissa chegou mais perto onde estava a menina, ele viu um círculo com um raio por volta de quatro metros, feito de animais mortos em volta da sua filha que estava sentada no meio do círculo. Ela estava em transe e uma das mãos estava levantada como se alguém a estivesse segurando. Ele procurou por Sissi, mas não a viu entre os animais mortos.

Ele se aproximou mais ainda e pode ver que tinham três mulheres que pareciam ser jovens mas aparentavam uma idade de bem mais velhas. Ele viu um gato andar em volta do circulo, rosnando e miando alto. O gato foi se transformando aos poucos e por fim, já não era mais um gato e sim um monstro assustador de quatro patas. O monstro parou e rosnou bem alto em direção a Clarissa. Nesse momento uma outra garota apareceu como um fantasma segurando a mão de Clarissa. Ao ver a garota, o pai de Clarissa pegou um canivete da caixa que trazia consigo e passou sobre a mão direita. O sangue verteu rapidamente de sua mão. Ele pegou um cordão e colocou em sua mão que já estava ensanguentada e um outro cordão colocou em seu pescoço. Com o coração acelerado, ele correu para o meio do círculo. As mulheres e o monstro não fizeram nada para impedir o pai da menina. Ele entrou no círculo e colocou a sua mão em cima da de Clarissa. Ele colocou, também, um cordão no pescoço da menina.

Pilar o olhou com contentamento e disse: Estávamos esperando por você, Abner.

Hazar soltou um uivo assustador que fez todos os pássaros que estavam pelas redondezas voarem rapidamente para longe dalí.

Leandro Marçal
Enviado por Leandro Marçal em 18/08/2013
Reeditado em 11/09/2013
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