Minha “amiga” em meu quarto – parte III
Mais um dia chegou na vida de Clarissa. A noite passada já tinha se acabado e todos os temores da noite anterior parecia não a importunar mais. Ela acordou quando os primeiros raios de sol entraram pela janela do seu quarto. Apesar do sol já estar brilhando lá fora, ela sentiu frio quando ela tirou o cobertor com o qual estava embrulhada. Ela se levantou e vestiu uma blusa de frio amarela que tinha ganhado de uma das sua tias. Ela procurou por Hazar, só que não o viu. Decidiu, então, ir tomar café. No entanto, antes dela ir tomar café, ela foi ao banheiro e deu de cara com Pilar.
- Que susto! Disse Clarissa com o corpo todo arrepiado.
- Por que o susto? Não há razões para se preocupar...
- É que não vi o Hazar e pensei que...
- Estávamos dando uma volta enquanto você dormia. Disse Pilar meio enfadada por ter de se explicar.
- Filha com quem você está falando? Disse Linda indo em direção ao banheiro.
- Com minha amiga... imaginária. O nome dela é Pilar e ela tem uma gato chamado Hazar.
- Amiga imaginária, é? Bem, o café já está na mesa. Nós iremos hoje à tarde conversar com um médico.
- Não irei a aula hoje? Um singelo sorriso brotou nos lábios de Clarissa ao ouvir a confirmação que tanto a agradou.
Nesse momento a campanhia tocou e Linda foi atender. Era a sua vizinha Nádia. Ela queria saber se ela tinha visto o Caco, sua cacatua de estimação. Linda disse que não e a convidou para fazerem uma busca pelo quintal da casa. Antes que elas dessem o primeiro passo em direção ao quintal, a campanhia toca novamente e Linda abre a porta. Eram outras três vizinhas e elas a pergutaram se ela tinha visto seus animais de estimação. Ela estranhou a situação e convidou as três vizinhas para fazerem uma busca pelo quintal, todas juntas. Elas olharam tudo, porém não encontraram seus animais.
- Tchau. Tenham um bom dia. Espero que encontrem seus animais o mais rápido possível. Despediu-se Linda das sua vizinhas.
- Clarissa, minha filha, você viu a Sissi? Clarissa, você me ouviu? Linda achou estranho a filha não ter respondido e foi à cozinha ver se ela estava lá. Como não a viu por lá, ela foi ao quarto da menina. Quando ela chegou no quarto, ela viu que o quarto estava todo revirado, as bonecas da menina estavam todas sem as cabeças. Fazia um frio no quarto tão grande que ela se arrepiou do pés à cabeça. Ela começou a ficar preocupada com o desaparecimento repetino da menina. Ela a procurou por todos os lados da casa, mas não a encontrava. Seu coração começou a bater cada vez mais rápido quando ela perguntava aos vizinhos se a tinham visto e eles repondiam que não. Ela voltou para casa e ligou para o marido.
- Alô. Alô. Linda?
- A Clarissa sumiu! Linda demorou um pouco para falar essas palavras. As lágrimas já estavam escorrendo pelo seu rosto, feito uma cascata.
- Como assim ela sumiu? Disse o pai da menina já preocupado.
Ela contou toda a história antes do sumiço da menina ao marido. Ela falou das vizinhas que tinham ido logo cedo para ver se seus bichos estavam na casa dela, sobre a situação do quarto e ela se lembrou de algo.
- A Clarissa disse que tinha uma amiga imaginária. Não me lembro o nome dela. Ela estava conversando com essa amiga no banheiro.
- Como assim, Linda? Não há nexo algum no que você acaba de dizer. Como uma pessoa imaginária poderia raptar alguém? A Clarissa deve ter ido a algum lugar e já deve estar voltando.
- Não é isso! Ela disse que a menina tinha um gato. O nome do gato era algo parecido com Mazar, Lazar... Hazar, esse era o nome do gato!
- Como!?
- Hazar. Disse Linda já com a voz trêmula.
- Não pode ser! Isso não pode estar acontecendo! Não é possível!
Esbravejou o pai de Clarissa ao telefone. Estou indo para casa. Me espere aí! O pai de Clarissa desligou o telefone, desceu rapidamente as escadas do prédio onde trabalhava e foi direto para o estacionamento. Chegando perto do carro, ele viu um gato preto de longe e ouviu um riso ardiloso sem saber da onde vinha. Ele entrou no carro e foi o mais rápido possível para casa.
Continua...