“A floresta dos Horrores”
Na mente dos homens, vive alojadas algumas idéias de loucuras, cuja ciência não tem explicações, tão absurdas quanto a historia contada neste conto, como se fosse o universo dos loucos, é a imaginação do escritor. Sua historia, frutos da imaginação, insana, produtivas ou improdutivas, a ciência talvez explique!
O calvário das almas amaldiçoadas, um lugar aonde os corpos são enterrados, bem longe de seus familiares.
Os poucos guerreiros de uma batalha fria e conturbada enterram os mortos na floresta negra para que os espíritos não encontrem o caminho da salvação.
Os guerreiros do inferno defendem uma idéia de que o bem não existe e quem ousar desafiar esta idéia, ou provar o contrario;
Será morto e suas almas condenadas a viver na penumbra dos horrores.
Suas honras serão manchadas na memória dos viventes.
Bento – onde estou? Que lugar é este?
Bento é um homem publico cobrador de impostos, ele tem tido divergências com a sua chefia dentro da hierarquia do seu Departamento.
Isso devido ele ser honesto e não compartilhar com os corruptos, assassinos e ladrões.
Os bandidos armaram para Bento morrer e levar toda a culpa mediante a sociedade, inclusive de seus entes queridos; esposa e filhos.
Após ele morrer, os maus espíritos o encaminharam para uma espécie de sala de espera dos horrores, ali, já havia uma guerra do bem contra o mal, os espíritos maus, queriam que Bento se vingasse de seus algozes, mas o espírito do bem, o teriam outras ações para Bento, porem, vai demorar em os espíritos do bem entrar no charque que se encontra a alma de Bento.
O lugar é escuro, não tem sol, a terra é úmida e o pouco de mata que existe, é quase sub-merça por uma lama preta, gosmenta e com cheiro de sangue.
Bento, um cobrador de impostos justo, o único de sua espécie, contrariou os homens de maus espíritos, corruptos, almas negras que preenchem o intimo dos corpos ainda em vida humana.
Por isso; fora morto e sua alma lançada na floresta de horrores, um lugar onde o espírito paga pelos atos que se comete em vida.
Bento – quem é você? Porque eu estou aqui?
Criatura – aqui é o inferno, um lugar que não se pode imaginar em quanto este vive, aqui vêm apenas os condenados. Você deve sofrer por seus maus feitos.
Bento – eu sou justo, trabalhei com honestidade, então, aqui não é meu lugar, me ajude a sair, por misericórdia.
Criatura – mesericórdiaaa? naaãoo, você não terá misericórdia, você terá que assombrar os que vivem, deve semear a discórdia entre eles e matá-los. Por isso foi enviado para cá. Para se vingar dos que o condenaram. Só assim poderá ser liberto. Não, não vou me tornar um assassino. Minha alma é pura, eu sou limpo. Diz Bento!
Criatura profere uma gargalhada seguida de um eco estrondoso.
E parte em direção ao pântano, deixando Bento chafurdado no lamaçal de sangue e enxofre.
A Criatura é um ser de quatro olhos, pele rústica e em relevos, igual à de um elefante, asas enormes e com espinhos, embora tenha asas, ele não voa, suas asas parecem estar quebradas.
Apenas os anjos voam.
E ao voarem, passam bem altos, eles assim o fazem, tentando encontrar almas boas desprezadas no charque negro.
A missão da Criatura é esconder as almas para que os Anjos não às encontrem.
A Criatura é o anjo do mal.
Bento – em pensamento; não, eu não posso ficar aqui. Vou caminhar por estas trilhas, mesmas escuras, lamacentas. Vou tentar encontrar alguém, deve ter mais alguém por aqui.
O cansaço toma Bento e ele se deita em baixo de uma figueira brava, de lá, ele vê os Anjos sobrevoando a floresta, ele sente-se tão cansado, que não consegue sinalizar para os Anjos.
Em breve, ele é surpreendido pela Criatura, que vem em sua direção carregando dois corpos estraçalhados para os jogarem no charque.
Os corpos caem próximo de Bento.
Ele vê quando as almas saem dos corpos estraçalhados.
A Criatura faz Bento carregar os corpos e o intimida a não fazer amizades com as almas.
Bento observa uma das almas, é malvada e cruel, a outra, esta consumida em duvidas e desilusão, inda não decidiu se boa, ou ma.
As almas se discordam entre si, elas não aceitam ajuda de Bento.
A criatura percebe, e lança a alma que se sente em duvidas num precipício escuro.
A outra se ajoelha aos pés imundos da criatura e se coloca a sua inteira disposição, a criatura fita Bento e lentamente, volta os olhares para aquele imundo espírito.
A criatura o levanta de seus pés, olha bem dentro de seus olhos e dá uma ordem;
- traga Bento para nosso lado.
Então terá perdão, eu o promovo a uma espécie de secretario, diz a criatura!
Bento é conhecido por suas boas ações, em vida, por isso sua alma é pura, isso o torna vulnerável. Se ele for contaminado pelo mal, poderemos usá-lo para conseguirmos o que queremos; quanto mais almas nos corromper-mos, maior o nosso império será. A floresta esta infestada de almas, o pouco de terra que existe, esta forrada de ossos podres. A escuridão é quase permanente. O mundo dos vivos esta cada vez mais corrompida, a cada dia nasce mais e mais o mal. Mas os vivos não percebem que isso é coisa dos maus espíritos. E seus destinos é um charque de podridão, angustia e dor, uma dor quase que eterna.
Bento em pensamento - Hoje os anjos sobrevoarão os céus escuros deste inferno, vou tentar me comunicar, eles devem conhecer meus pensamentos.
Durante um tempo, não se ouve nenhum rumor, mas uma lamentação vem da profundeza do precipício, a alma caída, lamenta, arrepende-se de suas fraquezas.
Bento arrebata aquela alma e a traz para seu lado.
Juntos eles esperam os anjos.
A criatura percebendo o bem que Bento pratica, não tem duvidas, esta alma não fará o que ele quer, agora, a alma negra terá que agir, imediatamente! O mal precisa proliferar e tocar a alma dos que ainda estão em vida, os viventes precisam conhecer mais invenções, de forma que os vivos praticam mais o mal e passem a desacreditar num amor, o mesmo que os salvariam.
Bento agora, não esta mais só, tem outra companhia.
Uma alma arrependida e decidida a praticar o bem.
Os anjos sobrevoam, cada vez que uma boa alma em um corpo com vida esta orando por alguém, e esta noite, seus entes queridos oram por Bento, os anjos voam e desta vez, Bento se comunica com eles.
Desta forma, suas almas saem do charque resgatado pelas orações de seus entes queridos.
O charque, o lodo maldito continua, este lugar é para receber aqueles que não acreditam no bem.
Somente os justos se livram dele.
Por tanto, não adianta denegrir, caluniar ou levantar falsos testemunho contra aqueles que praticam o bem.
Eles sempre estarão a salvos, contra o mal.
“A imaginação do escritor é o universo dos loucos”
Fim