A Menina e o Velho
Na praça publica a menina cantava alegre, pulando corda junto com seus dois amiguinhos, enquanto que do banco, o velhinho decrépito a observava, invejando sua doce juventude.
Quando os dois amiguinhos foram embora, a menina ainda no pique se entristeceu. O velhinho babão tomou coragem e se aproximou dela.
Com dificuldade, ele amarrou uma das pontas da corda em uma arvore seca e bateu a corda, enquanto a menina pulava e ria, gozando de toda sua infância.
Pobre velho, se remoendo de inveja, parou de bater a corda:
— É sua vez? – Perguntou ela inocente.
O coitado se encheu de boa vontade e ousou tentar o pulo... Fracassou, não tinha forças para isto.
A menina lhe abraçou e antes de ir embora disse:
— Não se entristeça vovozinho... Fique com a corda e treine bastante, amanhã volto aqui e a gente pula mais!
Diante a inocência da menina, o velho desamarrou a corda, subiu com extrema dificuldade na arvore seca e a amarrou num galho. Fez uma forca com a outra ponta, colocou em volta do pescoço e pulou, da única forma que sabia pular.