Os Vários Sabores do Pecado
“O mundo só é mundo porque existe um Deus que não permite que ele seja o céu”
Capítulo I - Eu
Eu estava desmotivado, minha esposa tentava a todo tempo me animar. Lembro-me que a idéia surgiu em um momento incomum, digo isso por que nunca havia feito um sexo tão ardente quanto o daquela inesquecível sexta feira.
Eu estava lendo um pouco, isso sempre me ajudou. A rede em que estava deitado balançava levemente, zombando do ar e da gravidade, o vento chegava assobiando enquanto os pássaros cantavam empoleirados por sobre as árvores na praça central que ficava de frente a minha casa.
Lia aquele capítulo ansioso pelo desfecho da trama que
me intrigara bastante. Afinal, o maldito autor conseguiu me enganar e o assassino misterioso era o homem que se passara por bêbado o tempo todo, o que na verdade me levou a concluir que o único tonto da estória era eu.
Minha amada chegou sorrindo para mim, nem mesmo aquele riso estava me ajudando como sempre me ajudou, mas enfim, ela sempre foi tão linda. Deitou-se ao meu lado e então tomou o livro de minha mão, a rede chacoalhou.
Confesso que não tinha desejo algum naquele momento, mas ela sempre foi muito melhor que eu com essas coisas. Sempre fui tipo um nerd. A morena abriu o zíper, enquanto me olhava nos olhos, e suas mãos deslizaram para dentro de minha calça como se soubesse todos meus segredos, na verdade acho que ela sempre soube, afinal, ela me despertou.
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Capítulo II - O Pastor
Sarah só queria o marido de volta, entrou na igreja aquele dia. Ela nunca havia ido aquela igreja, não, há muito ela não visitava igreja alguma. Fitou as imagens ao seu redor, e vislumbrou todo o cenário nostálgico da suposta casa de Deus. Era como se todo aquele silencio dissesse mais do que pensava ouvir.
- Sim? Minha filha? – Perguntou o homem de terno e gravata que chegava como um bom pai oferecendo-lhe algo, seria a salvação?
- Eu preciso de Deus, estou desesperada – ela murmurou enquanto uma gota fria engatinhava pelo rosto, melancolicamente.
O homem olhou-a, viu que era uma mulher formosa, parecia ser de uma boa família, ter dinheiro, teria também um esposo pela aliança no dedo, mas sendo assim o que de fato afligia aquela mulher? O homem tentava deduzir.
- Calma querida, Deus te ama, você precisa ficar calma – ele repetiu aquilo tantas vezes na cabeça dela – veio ao lugar certo, está na casa do teu pai – o pastor abraçou-a e juntos começaram a chorar, enquanto ela contava-lhe sobre suas aflições e sobre seus desejos.
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Capítulo III – O primeiro encontro
A praça estava quieta aquela tarde. Tudo estava tão lindo e tão sereno. O mundo parecia rodar. Sarah ainda pensava na discussão que tivera com a mãe, ela era jovem, tinha apenas dezesseis anos.
As palavras da mãe ainda eram dolorosas, afinal o que a mãe pensara dela, por que a mãe simplesmente não a ouviu antes de julgar-lhe como uma pecadora, como uma maldita pecadora.
Sentou-se no banco, as lágrimas pingavam como chuva
fina, chuva de vento, como seu falecido pai sempre falara. “Calma querida, essa chuva logo passara, não tenha medo, pois estou aqui com você.” Trovões, relâmpagos, nada disso tinha poder perto de seu pai, e depois que ele morrera sua mãe parecia ter ido junto dele, mas agora ela estava sozinha e o vestido mal passado que vestiu apressada era ainda uma lembrança de seu aniversário de quinze anos.
Uma folha caiu, caiu como se temesse a queda, devagar, dançando como se namorasse o vento, uma valsa perfeita, para lá e para cá. Olhando-a a morena sorriu, e quando o fez ele a viu.
Andando com as mãos enfiadas no bolso, Davi viu o sorriso mais lindo que já conhecera. E ainda assim pode perceber a tristeza da jovem. Olhou para o livro que carregava entre os dedos, parecia à garota da capa, a garota dos seus sonhos, seria aquilo apenas um reflexo de sua solidão ou o tal destino colocara a sua frente à jóia mais rara que ele pudesse ter visto.
Não, decerto o destino os havia unido, pois por olhar demais e pensar demais antes de agir o jovem que via através das lentes de seu óculos tropeçou deixando que o livro caísse aos pés da garota. E foi aos pés dela que tudo começou e tudo iria terminar.
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Capítulo IV – Na cama
Deitados na cama ambos se divertiam, se encontravam e se perdiam em meio ao pecado, e em meio ao desejo incontrolável. Toques, sentimentos, beijos, unhas, mãos e segredos.
Jorge lhe segurou a mão enquanto o parceiro lhe beijava o pescoço, ambos nus, despidos de suas outras vidas. Estavam ali procurando viver algo verdadeiro sem temer as reações de uma comunidade irracional.
- Sabe que te amo? – perguntou o homem que já não sabia mais o que era o amor, afinal como amar duas
pessoas? Como amá-las de diferentes maneiras e ainda assim amá-las do mesmo jeito? Sentou-se no colo de Jorge e passando a mão por debaixo de seu próprio corpo segurou firme o membro enrijecido do homem que ele amava. Sentiu o sexo do outro adentrar-lhe o ser e beijou-o como se nada existisse além daquilo.
O outro acaricio-lhe o cabelo e sorriu ainda com os lábios molhados. Engoliu em seco um sentimento que não queria demonstrar. Ele não podia aceitar a si mesmo, Jorge nunca se aceitou, ainda que o desejo o fizera fazer e repetir aquele ato mil vezes, e mais mil se fosse necessário. Não, ele simplesmente não queria ser assim.
Porém desejo é desejo, amor é amor, e ali tudo que ele queria era o seu homem, mesmo que só fosse seu por uma hora. Fizeram amor, deitaram juntos após o sexo e se acariciaram por mais alguns minutos, em silêncio, apenas se acariciaram enquanto o relógio na parede os avisava que já era hora de se separar.
- Nos encontraremos semana que vem? – perguntou para Jorge, que suspirou.
- Você acha mesmo que me ama? – perguntou, Jorge.
- Eu disse que sim – Respondeu dando-lhe um beijo que foi mal retribuído. Os lábios de Jorge mal se moveram, mas o amante já estava acostumado ao temperamento de seu enamorado.
- Então vá, volte para sua vida, vou voltar para minha, e sim, vamos nos encontrar. Cuide-se, ta bom? – ele disse sem demonstrar mais nada, olhou para roupa na cabeceira da cama e tentou se recompor. Apenas tentou, pois quando a porta fechou-se e o amante foi embora, despencou de joelhos e em um ato desesperado pegou a correia que estava caída à beira da cama e começou a surrar-lhe as próprias costas, enquanto as lágrimas queimavam seus olhos.
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Capítulo V – A Assassina
- Sabe que marquei sua consulta para hoje, o consultório do doutor Murilo é no bairro Canaã. Se apronte, pois sairemos em meia hora.
A mãe a ignorava, afinal o que uma criança de apenas dezesseis anos podia saber sobre a vida?
Se aprontou, olhou para o livro sobre a cama. Abriu a primeira página e se lembrou do dia em que o ganhara. O dia em que se viu em um conto de fadas e conheceu o homem de sua vida.
Aos seus pés Davi apanhou o livro. O óculos estava desajeitado nos olhos graças ao baque do tropeço. Ele o ajeitou e por simples reflexo, ao ver a lágrima que continuava a descer nostálgica no rosto da menina, secou-a com o dedo indicador e falou em tom suave e encantador.
- Não chore, não sei por que está chorando, mas não chore, por favor – ele colocou o indicador nos próprios lábios, e moveu os olhos como se temesse estarem sendo observados – não chore, pois as flores aqui podem secar se souberem que a rainha delas está triste.
Sem ar e sem voz, surpreendeu-se com aquilo. Afinal, de que mundo vinha aquele garoto? De que sonho? De que conto de fadas sairia algo tão perfeito. Davi parecia um daqueles CDF’s, devia estar cursando a faculdade, era dois ou três anos mais velho que ela, mas era bonito, vestia-se bem, e ainda carregava um livro, um livro com o nome dela. Sarah, era a autora, Sarah Schulman.
Assim que acabou de se aprontar, Sarah seguiu em direção a cozinha, sua mãe preparou-lhe um lanche. Ela estava enjoada, estava muito enjoada. Só de ver os ovos fritos por sobre a mesa vomitou.
A mãe assistiu a cena com certo ar de insanidade, não era possível que sua filha tivesse sido tão tola. Engravidar-se do primeiro namorado, mesmo conhecendo a palavra de Deus ela havia fornicado. Havia feito sexo com um adolescente. Virou-se de costas para Sarah e disse-lhe secamente.
- Recomponha-se – A mãe falava enquanto que com uma
faca de serra a mão cortava o pão ao meio – ande logo, coma um biscoito de sal e vamos logo para o médico.
Uma hora depois Sarah estava entrando em uma sala branca, um homem que se julgava médico abria uma mala. Uma assistente colocava luvas e uma máscara. Juntos sorriram para ela e disseram que ia ficar tudo bem.
A menina não queria fazer aquilo, mas precisava, afinal o pai da criança ao saber da gravidez disse a ela que o filho não era dele e se mesmo se fosse não seria. Que ela o criasse sozinha. Os pais dele deram a mesma resposta, pior, chamaram-na de “crente da bunda quente”. Disseram para Marta, a mãe de Sarah, que a filha dela era mais uma de olho na fortuna de Michael, o garoto. E foi aí que Sarah soube o que era ser apenas mais uma nas mãos de um garoto mimado.
Mas não foi só isso que levou-a a optar pelo aborto, não, ela não podia contar para Davi, não podia simplesmente dizer; “estou grávida”. Afinal o rapaz era um excelente garoto, ele mal havia tocado nela até então, eram só beijos e caricias, eram só carinhos, pela primeira vez ela soube o real significado da palavra amor.
Sarah desmaiou na mesa ao ver os vestígios da criança, ao ver o sangue escorrendo pelos instrumentos , o feto sendo embalado em um saco qualquer, e ali ela conheceu o que era sentir o ódio por si mesma e pelos que a levaram a fazer aquilo.
...
Capítulo VI - Segredos
- Então você sonha com a criança até hoje? – ele perguntou.
- Sim, pastor. Tenho pesadelos terríveis, a criança crescida e deformada me apontando metade um dedo indicador – Sarah contava aquilo entre soluços – um dia sonhei que eu estava na cama com Davi, e de repente ele não estava mais lá, eu sentia algo entre minhas pernas, oh, perdão pastor, não queria lhe dizer isso – ela disse.
- Continue Sarah, não precisa medir as palavras – disse o homem de terno.
- É que, é que eu nunca disse nada a ninguém, nem depois que minha mãe morreu naquele quarto, e nem depois da morte de Michael – eu estava sozinha, eu só tinha o Davi – Sarah esfregava uma mão a outra – continuando, eu sentia algo, algo adentrando em minha, meu Deus, eu pensei que estava fazendo amor, mas não, começou a doer, doer muito, e de repente estava me rasgando, e quando olhei, vi o bebê, não havia dentes, mas as gengivas sangravam, um das mãos estava amputada e a cabeça – ela mal conseguia contar, gaguejava, chorava e tremia – havia um corte no crânio, completamente deformada, eu podia ver o cérebro dele, eu o vi rindo e tentando entrar dentro de mim e então acordei.
- Meu Deus, que horrível Sarah – o pastor realmente parecia horrorizado, mas ainda assim tentava acalmá-la.
- E o problema de Davi, você o considera um viciado? – indagou o pastor.
- Ele não consegue ficar sem isso, é como uma droga, ele se abate, perde o desejo, se afunda em solidão. Tenho medo dele ficar depressivo, pastor.
- Entendo, e já disse isso a ele? Ao menos sobre o problema dele?
- Não, nunca – resposta – o que me aconselha pastor?
- Conselhos, ah, conselhos – ele disse – o que você acha Sarah? Acha que eu posso ajudá-la? O que você procura? – ele perguntou.
- Eu cresci com minha mãe dizendo que eu devia seguir a igreja – Sarah falou – acho que eu preciso procurar o lugar correto, a igreja certa pastor.
- Disse bem minha filha, é o que todos procuram – ele disse e Sarah já o estranhava – Sabe de uma coisa, você não precisa de igreja, não, precisa apenas voltar para seu marido e cuidar dele ou então largue-o se ele continuar te ignorando – esse conselho chegou como uma facada.
- Mas – Ela dizia quando o pastor a encarou com um olhar quase ameaçador.
- Que igreja é essa? – Ela questionou – quem é você? Que tipo de pastor é você?
- Do tipo que sabe muito mais do que você pensa. Sei o que você está passando e sei que ficará bem se tomar as atitudes corretas. Vá, se for preciso encontre outra igreja, mas igrejas são só casas, Deus está em todo lugar, ás vezes a gente erra – a voz do pastor soava melancolicamente – às vezes ainda há tempo para ele, para ele voltar atrás e decidir por você. Largar esse vício, Sarah. Mas talvez simplesmente isso não seja possível – ele terminou.
- Não estou entendendo, você é um pastor – não poderia estar me dizendo isso.
- Não Sarah, não sou mais um pastor – ele disse enquanto arrancava o terno fora e Sarah pôde ver as marcas no corpo do homem. Ela viu as feridas por sobre a pele dele, feridas que deviam estar ardendo . O pastor a olhou e sorriu – Agora sou simplesmente um homem qualquer, apenas me chame de Jorge – num impulso Sarah saiu correndo da igreja, temerosa e aturdida.
O pastor olhou para ela, olhou sabendo de tudo, sabendo quem era e decidido do que iria fazer.
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Capitulo 7 – Vá para o inferno
Ela chegou em casa, eu estava apenas fazendo o que gosto. Ela tentou conversar mas eu queria acabar aquilo logo.
- Fale comigo, Davi. Temos que falar sério – Eu odiava papos sérios com ela. A amava, mas do meu jeito. Eu queria tanto terminar aquilo, simplesmente a ignorei – Davi? – ela chamou, e eu a pedi para esperar eu terminar, eu só tinha mais aquele dia.
- Espera ta, quando terminar aqui a gente senta, conversa, faz esse maldito sexo que você tanto gosta, a gente faz o que você quiser! – pronto, eu simplesmente falei.
Ela calou-se, parou de repente, eu vi o reflexo dela pela
tela do monitor, ah, e ela saiu rumo ao quarto.
Enfim consegui continuar em paz, e aquela discussão até parecia ter me ajudado.
Estava tudo tão calmo, tudo tão bom, e então de repente eu ouvi um grito, um grito. Ela devia estar histérica, ao menos foi o que pensei. Ela apenas gritou, um grito agudo e insano, me levantei e fui até ela.
Ela estava no quarto, às malas prontas, os olhos minguados e chorosos, lágrimas se aglomeravam em sua face. Droga, eu odiava aquilo.
- O que pensa que está fazendo? – perguntei.
- Você não me ama – ela falou.
- Do que está falando? Sabe que te amo. Te amei desde a primeira lágrima que te vi derramar, desde que te vi naquela praça. Por isso compramos essa casa, bem na frente do banco onde nos encontramos – caminhei até a janela e a abri. Apontei para o banco e falei – veja, foi ali.
- O pastor estava certo – pastor? Eu pensei – você vai me ignorar, vai continuar me desprezando. Não é de mim que você gosta, não é do meu maldito sexo, não é? – ela estava tão nervosa – Jorge tinha razão – e foi então que eu enlouqueci.
- Jorge? O que tem ele? Como você o conheceu? – eu estava perplexo.
- Eu fui até ele. Eu precisava entender tudo – Sarah sabe de tudo. Eu deduzi.
- Não pode estar falando sério. Você sempre soube?
- Do quê? Do seu vicio? Dessa vontade louca sua?
- É? – respondi completamente sem chão.
- Só você não percebe seu idiota – Ela gritou.
- Não sei o que dizer – eu disse.
- Você precisa parar com isso – Sarah me disse.
- Não consigo – como ela podia estar tão calma sabendo de tudo? Pensei.
- Você é doente, Davi. Quer continuar a fazer essa coisa nojenta até quando? – Foi à gota d’água, e eu explodi. Ergui minha mão e dei-lhe um tapa no rosto.
- Por que Jorge te contou tudo? Eu acreditei nele, eu amava ele – Eu disse e então vi o ódio nos olhos dela, mas pior que isso, eu vi a surpresa.
- Como? – ela indagou.
- Eu não sei explicar, mas eu amo você também – como pude ser tolo de achar que ela estava falando de minha homossexualidade – eu e ele, apenas aconteceu.
- Meu Deus. Do que você está falando? E foi só aí que eu percebi que ela não ia embora e me deixar ali, vivo. Sarah tinha uma arma, ela sempre teve. Dizia que andava com medo, medo de alguém do passado. Ela acordava durante a noite, acordava assustada, mas não me contava quais os pesadelos que tinha. Ela nunca queria falar deles. Simplesmente encostava a cabeça em meu peito e começava a chorar. Dizia que essa pessoa a assustava muito.
Sarah apontou a arma para mim, olhou-me com um ódio
terrível e então disse:
- Eu vou matar você como fiz com eles. Minha mãe e o pai dele. Eu a matei envenenada, ela foi cruel com ele. E Michael, o pior pai que eu conheci, o pior pai para meu filho – Ela estava louca.
- Do que está falando? Sua mãe? – perguntei, afinal eu nunca conheci a mãe dela. Ela havia me contado que a mãe e o pai haviam morrido juntos em um acidente de carro.
Ela parecia focar em alguém, mas não era em mim.
- Me desculpe, filho! – Ela disse e eu mal entendia o que se passava – pare aí mesmo! – ela falou – eu disse para parar aberração! – ela parecia apavorada – pare aí mesmo ou eu atiro!
- Eu estou parado, Sarah, abaixe essa arma, eu prometo que tudo vai se resolver – tentei acalmá-la.
- Eu sinto muito meu bebê, sinto muito! – Ela então disparou.
...
Na igreja um fiel entrou ao lado da mãe, uma idosa que freqüentava a casa de Deus há anos. Ambos estavam ali para limpar a igreja antes que se iniciasse o santo culto.
O rapaz entrou na frente procurando pelo pastor e quando olhou para o tanque de batismo viu o homem que todos tanto amavam pela pessoa serena que era, ele estava boiando, mas havia uma corda amarrada no pescoço e essa corda prendia a cabeça dele debaixo d’água. O homem estava cheio de feridas nas costas, a água em um avermelhado ralo, num tom sombrio e nefasto. Amarrada a corda no fundo da água a caixa de oferendas, a mesma caixa que o pastor usara para tomar o dinheiro dos fiéis, roubar graças a grande habilidade que tinha de fazer aquilo, não eram cursos, nem um dom específico, era o que ele era, era o que a igreja precisava que ele fosse.
...
Capítulo final
Escrever para mim é como um maldito vício, enquanto ouço o som das teclas sendo pressionadas por meus dedos é como se tudo de repente me acalma-se. É como se eu pudesse criar um mundo de mentiras e verdades onde as ações eram predeterminadas por mim. Eu posso ser ruim, posso ser bom, posso ser Deus ou o Diabo. Sou homem e sou mulher, sou humano e animal, mas acima de tudo tenho a certeza que quando escrevo e depois que escrevo me transformo em um ser imortal, ainda que pereça.Aí você se pergunta, afinal se ele escreveu como ele chegou ao fim depois que ela atirou?
Bem, minha querida mulher atirou em si própria. Acho que não posso fazer muito por ela, mas sofri imensamente, pois a amava muito.
Para responder a você como soube te contar todos os fatos, bem, na caixinha das oferendas Jorge deixou uma carta endereçada a mim. Nela ele me contou tudo que Sarah o havia revelado e mais, enfim ele venceu o preconceito e assumiu-se.
Terminou a carta dizendo que me amava mais do que tudo.
Fim!
Pessoal eu realmente queria escrever algo melhor, mas escrevi hoje estava sem tempo, e como no conto, acabei tendo que deixar minha família um pouco a deriva, pois confesso escrever é como um vicio para mim. Quanto a escolha do título, me entendam, nem eu mesmo me entendo.
Obrigado de coração a todos que participaram do DTRL10, e que venham muitos outros!
A Urna DTRL10 já está postada e aguarda sua participação.
Fiquem todos com Deus.