A VELHINHA

César caminhava rapidamente pelas ruas do Centro depois de mais um dia de trabalho. Não podia perder o próximo ônibus, só queria chegar a casa e descansar.

Ao parar num sinal, ouviu uma voz fraca: “Moço, por favor, me ajude a atravessar?”, César olhou em direção a voz e encontrou uma simpática velhinha, corpo magro e curvado; rosto branco em rugas e um sorriso. Sem muito jeito fez que “Sim” com a cabeça e aguardou o semáforo. Quando viu o verde, segurou as mãos da velhinha para iniciar a travessia... Foi quando sentiu algo estranho, tipo uma tontura. Ainda assim continuou a caminhada de mãos dadas com a mulher. Só que em cada passo sentia as pernas mais pesadas. De repente a visão ficou turva e o outro lado da rua pareceu mais distante; Sentiu vontade de parar, mas não podia, precisava continuar... De súbito olhou para as mãos da velhinha e viu, entre nuvens, uma garra negra, com escamas e unhas pontiagudas. Assustado, olhou para o rosto dela que sorria... Sorria e sorria... Foi sua última visão.

- Gente! Gente! Acuda este pobre moço, acho que ele teve um mal súbito...! – Gritou a senhora, chamando a atenção dos transeuntes para o corpo caído ao chão. Enquanto as pessoas procuravam animar César que parecia desacordado ou morto, a velhinha saía discretamente num sorriso sinistro de terror.