Os personagens:
O proprietário da mansão...
Alberto foi criado pelo avô paterno.
Homem austero, de poucas palavras e acima de tudo cruel.
Jamais aceitou a ligação do filho, único, com a dançarina de cabaré com a qual, depois de rápida, porém tórrida relação amorosa tivera o filho que agora adulto e só, herdara a mansão disponibilizada para locação.
Do avô, Alberto também herdara o gosto pelos contos de terror, de crimes, de mistérios.
Desde pequeno, logo após a alfabetização, suas leituras favoritas eram os casos de crimes resolvidos pelos detetives Sherlock Holmes, Charles Chan e pelo inspetor Hercule Piorrot dos livros de Agatha Christi. Possuía também os filmes de Alfred Hitchcock e os livros de Edgar Allan Poe...
Seu avô sempre dizia que “as pessoas gostam dessas histórias porque através desses personagens podem realizar todos os seus sonhos macabros, dar vazão às suas taras e praticar as maldades que o medo da lei e a pressão da sociedade não permitem”
Mas Alberto era diferente. Ele não tinha medo da lei. Como juiz de direito ele era a lei e podia fazer tudo porque sabia se beneficiar nos meandros das leis, além de ter bastante dinheiro para realizar seus sonhos mais perversos...
O detetive...
Anselmo Vilela Arruda nutria uma necessidade em ser reconhecido como homem da lei. Talvez por conta de um passado obscuro de que Arruda conseguiu a duras penas deixá-lo para trás.
Sempre fechado e com olhar perscrutador o detetive era requisitado para os casos insolúveis, e os solucionava.
Em seu intimo, ele atribuía ao fato de que sempre podia se colocar no lugar do assassino e sentia um prazer quando imaginava, se colocando no lugar do bandido. Saboreando mentalmente o ato insano de matar, estuprar e fazer gente sangrar.
Isso era como ele dizia pra si mesmo. “O meu espinho na carne.” O sangue lhe trazia prazer, mas sua profissão era como se fosse uma jaula que mantinha presos seus desejos animalescos. Mas ele sempre se perguntava. “Até quando?”
A escritora...
Patrícia sofria de angústia.
Desde adolescente, quando viu a mãe colocar veneno no chá que serviu ao marido, que não era seu pai biológico, por causa de uma suposta traição que ela lutava para compreender as pessoas.
Os questionamentos que lhe atormentavam, e para os quais nunca obtivera respostas satisfatórias, faziam com que seu humor fosse volátil.
Alguns conhecidos diziam que ela era bipolar...
Nunca se fixara num relacionamento e muitas vezes, ao se olhar no espelho, detestava aquela figura feminina, que ela considerava, cheia de defeitos, assimétrica, com muito isso e pouco aquilo.
Talvez por uma sexualidade mal resolvida, em alguns momentos admirava em Tereza, sua fiel escudeira e confidente, a feminilidade exacerbada. Noutros detestava aquela futilidade, aquelas horas intermináveis diante do espelho ou em salões de beleza, gastando o que não tinha, para ter as unhas mutiladas, os cabelos puxados, escovados, torcidos, pintados, descoloridos, encaracolados e a pele depilada em locais inimagináveis.
Muitas vezes imaginou mergulhar Tereza numa banheira cheia de ácido fervente para ver as carnes sendo consumidas.
Muitas vezes imaginou cortar as mãos de Tereza para ela nunca mais poder pintar as unhas com aqueles esmaltes de cores berrantes.
Através dos seus livros, Patrícia podia realizar todos os seus sonhos, todos os seus desejos maus, até o dia em que pudesse colocá-los em prática...
Ah! Quanta ânsia para que finalmente esse dia chegasse...
O jardineiro...
Aylé gostava do sabor adocicado da carne humana. Ainda menino, em sua aldeia, por diversas vezes participara da festa ritual da vitória, onde a carne dos prisioneiros de guerra, imolados em honra dos deuses, era consumida para que se transmitissem a coragem e a bravura daqueles guerreiros para todos os que participassem do banquete.
Depois que fugiu da sua região, por conta da perseguição das tropas do governo do ditador Idi Amim Dadá, perdeu contato com os membros da sua tribo e nunca mais tinha sentido o prazer de comer carne humana.
A presença e o cheiro de Tereza fizeram voltar às lembranças do tempo da mãe África, tão distante e ao mesmo tão presente. O perfume natural daquela mulher recém saída do banho proporcionou a descarga de adrenalina e as sensações da macabra experiência.
Pela diferença de tamanho e de força, não seria difícil dominar aquela mocinha de corpo, deliciosamente, perfeito andando na calçada rua abaixo. A excitação que sentia quase fez Aylé correr atrás como fazia com as gazelas africanas.
O amigo...
Marcus deu o serviço por terminado. Dessa vez, por mais de seis horas ele esteve diante do monitor, escolhendo imagem, colando, substituindo, contornando, aparando arestas, num trabalho meticuloso de foto shop. Os olhos ardiam, mas a satisfação que estava sentindo pelo sucesso do trabalho, estava proporcionando aqueles mesmos espasmos dolorosos que sentia por todo o ventre, principalmente na altura da bexiga. Com passos vacilantes foi até a cozinha e encheu um copo americano, até transbordar, com água quente, direto da torneira elétrica e bebeu de um só fôlego.
Sentiu a náusea tomar todo seu corpo e correu, se segurando nas paredes, para o banheiro. Precisava vomitar, só assim sentiria o alívio tão desejado. Voltou para a cozinha e bebeu outro copo com água morna agora com sal e um pouco de açúcar.
Enxugou o suor da testa com uma toalha de papel e voltou para a sala. Transferiu a sua obra de arte para a TV de 72 polegadas.
As imagens de tamanho real, só faltavam falar e possuir o odor característico dos fluidos dessas duas fêmeas maravilhosas. Sobre a mesa, em tamanho postal, a fotografia original, tirada no clube de campo no último verão. Patrícia e Tereza, depois de muita insistência, concordaram em ficar sob chuveirão, segurando os cabelos no alto da cabeça, deixando as axilas à mostra. Tirar da fotografia o biquine de Tereza foi tarefa fácil, meio complicado tirar o short e a camisa regata de Patrícia, mas conseguir achar nos seus arquivos mamas e vulvas que se encaixassem perfeitamente nas duas mulheres foi um trabalho que estava sendo feito ha vários meses. Ele conseguira e agora, as duas, estavam completamente nuas e insinuantes em sua sala, na tela de sua TV. Ele não saberia dizer quantos arquivos foram vasculhados até a exaustão a fim de achar a imagem com encaixe perfeito, com tonalidade da pele igual, uma de cada vez, depois o conjunto e por fim o cenário paradisíaco.
Tudo com a precisão e meticulosidade com que um relojoeiro suíço monta um Mido, de ouro, com vinte e um rubis. A sua obra de arte iria ficar guardada no cofre de casa e o backup no cofre do banco, onde só ele tinha a chave e o segredo. Tudo mais seria apagado do computador porque ninguém, nunca poderia saber disso. Elas duas assim, nuas, insinuantes, seria só dele, de mais ninguém, nunca, nem que para isso ele tivesse que cometer uma loucura. A cabeça doía e os espasmos voltaram diante da visão que lhe estimulava a libido, mas em vez de ir para a cozinha beber água morna, Marcus abriu a porta da varanda. O ar frio da madrugada enregelou os seus pulmões, provocando um espasmo ainda maior. Vencido pela dor, Marcus vomitou na varanda sentou na cadeira de ferro gelada e fechou os olhos com a cabeça apoiada na mesinha.
Presente em sua lembrança estava a imagem do pastor que lhe atormentava desde a adolescência. O mesmo que nas noites silenciosas do seminário adventista, forçara-o a deixar-se penetrar ante a ameaça de ser denunciado à congregação de estar possuído por satanás. O pastor dissera que foi o demônio que fez com que a pele do seu prepúcio fosse grande e estreita não permitindo expor a glande. Mas ele, o pastor, iria orar ao senhor para que tudo se remediasse, desde que ele não falasse a ninguém e que fosse à saleta, por trás da biblioteca, à noite, quando todos estivessem dormindo.
Com o cinismo dos pedófilos, o maldito pastor chupou e mordeu, com força, o seu pênis e mandou que ele deitasse na mesa de costas, que ele iria dar uma surra em satanás. Marcus quis gritar quando sentiu o membro rijo do pastor rasgando-lhe as entranhas, mas teve a boca tapada e o pastor reafirmou que contaria tudo para a assembléia. Essas seções de tortura duraram muitos meses até que Marcus disse ao pastor que queria beijar uma menina da congregação. O pastor fez um sermão em que demonizava todas as mulheres e mexeu os pauzinhos para que Marcus fosse expulso do seminário.
O trauma se instalou em sua mente fraca e, isolado do mundo, nunca se aproximou de uma mulher. Ele mesmo nem sabia o porquê daquela amizade com Patrícia, porque a visitava e embora ela fizesse parte de seus sonhos eróticos, jamais tocara nela, devido à indefinição da sua sexualidade. Ele sabia que satanás agia contra os homens através das mulheres e muitas vezes desejou que elas não existissem.
Marcus é hoje um empresário renomado, possui muito dinheiro e também muitas fantasias...
O proprietário da mansão...
Alberto foi criado pelo avô paterno.
Homem austero, de poucas palavras e acima de tudo cruel.
Jamais aceitou a ligação do filho, único, com a dançarina de cabaré com a qual, depois de rápida, porém tórrida relação amorosa tivera o filho que agora adulto e só, herdara a mansão disponibilizada para locação.
Do avô, Alberto também herdara o gosto pelos contos de terror, de crimes, de mistérios.
Desde pequeno, logo após a alfabetização, suas leituras favoritas eram os casos de crimes resolvidos pelos detetives Sherlock Holmes, Charles Chan e pelo inspetor Hercule Piorrot dos livros de Agatha Christi. Possuía também os filmes de Alfred Hitchcock e os livros de Edgar Allan Poe...
Seu avô sempre dizia que “as pessoas gostam dessas histórias porque através desses personagens podem realizar todos os seus sonhos macabros, dar vazão às suas taras e praticar as maldades que o medo da lei e a pressão da sociedade não permitem”
Mas Alberto era diferente. Ele não tinha medo da lei. Como juiz de direito ele era a lei e podia fazer tudo porque sabia se beneficiar nos meandros das leis, além de ter bastante dinheiro para realizar seus sonhos mais perversos...
O detetive...
Anselmo Vilela Arruda nutria uma necessidade em ser reconhecido como homem da lei. Talvez por conta de um passado obscuro de que Arruda conseguiu a duras penas deixá-lo para trás.
Sempre fechado e com olhar perscrutador o detetive era requisitado para os casos insolúveis, e os solucionava.
Em seu intimo, ele atribuía ao fato de que sempre podia se colocar no lugar do assassino e sentia um prazer quando imaginava, se colocando no lugar do bandido. Saboreando mentalmente o ato insano de matar, estuprar e fazer gente sangrar.
Isso era como ele dizia pra si mesmo. “O meu espinho na carne.” O sangue lhe trazia prazer, mas sua profissão era como se fosse uma jaula que mantinha presos seus desejos animalescos. Mas ele sempre se perguntava. “Até quando?”
A escritora...
Patrícia sofria de angústia.
Desde adolescente, quando viu a mãe colocar veneno no chá que serviu ao marido, que não era seu pai biológico, por causa de uma suposta traição que ela lutava para compreender as pessoas.
Os questionamentos que lhe atormentavam, e para os quais nunca obtivera respostas satisfatórias, faziam com que seu humor fosse volátil.
Alguns conhecidos diziam que ela era bipolar...
Nunca se fixara num relacionamento e muitas vezes, ao se olhar no espelho, detestava aquela figura feminina, que ela considerava, cheia de defeitos, assimétrica, com muito isso e pouco aquilo.
Talvez por uma sexualidade mal resolvida, em alguns momentos admirava em Tereza, sua fiel escudeira e confidente, a feminilidade exacerbada. Noutros detestava aquela futilidade, aquelas horas intermináveis diante do espelho ou em salões de beleza, gastando o que não tinha, para ter as unhas mutiladas, os cabelos puxados, escovados, torcidos, pintados, descoloridos, encaracolados e a pele depilada em locais inimagináveis.
Muitas vezes imaginou mergulhar Tereza numa banheira cheia de ácido fervente para ver as carnes sendo consumidas.
Muitas vezes imaginou cortar as mãos de Tereza para ela nunca mais poder pintar as unhas com aqueles esmaltes de cores berrantes.
Através dos seus livros, Patrícia podia realizar todos os seus sonhos, todos os seus desejos maus, até o dia em que pudesse colocá-los em prática...
Ah! Quanta ânsia para que finalmente esse dia chegasse...
O jardineiro...
Aylé gostava do sabor adocicado da carne humana. Ainda menino, em sua aldeia, por diversas vezes participara da festa ritual da vitória, onde a carne dos prisioneiros de guerra, imolados em honra dos deuses, era consumida para que se transmitissem a coragem e a bravura daqueles guerreiros para todos os que participassem do banquete.
Depois que fugiu da sua região, por conta da perseguição das tropas do governo do ditador Idi Amim Dadá, perdeu contato com os membros da sua tribo e nunca mais tinha sentido o prazer de comer carne humana.
A presença e o cheiro de Tereza fizeram voltar às lembranças do tempo da mãe África, tão distante e ao mesmo tão presente. O perfume natural daquela mulher recém saída do banho proporcionou a descarga de adrenalina e as sensações da macabra experiência.
Pela diferença de tamanho e de força, não seria difícil dominar aquela mocinha de corpo, deliciosamente, perfeito andando na calçada rua abaixo. A excitação que sentia quase fez Aylé correr atrás como fazia com as gazelas africanas.
O amigo...
Marcus deu o serviço por terminado. Dessa vez, por mais de seis horas ele esteve diante do monitor, escolhendo imagem, colando, substituindo, contornando, aparando arestas, num trabalho meticuloso de foto shop. Os olhos ardiam, mas a satisfação que estava sentindo pelo sucesso do trabalho, estava proporcionando aqueles mesmos espasmos dolorosos que sentia por todo o ventre, principalmente na altura da bexiga. Com passos vacilantes foi até a cozinha e encheu um copo americano, até transbordar, com água quente, direto da torneira elétrica e bebeu de um só fôlego.
Sentiu a náusea tomar todo seu corpo e correu, se segurando nas paredes, para o banheiro. Precisava vomitar, só assim sentiria o alívio tão desejado. Voltou para a cozinha e bebeu outro copo com água morna agora com sal e um pouco de açúcar.
Enxugou o suor da testa com uma toalha de papel e voltou para a sala. Transferiu a sua obra de arte para a TV de 72 polegadas.
As imagens de tamanho real, só faltavam falar e possuir o odor característico dos fluidos dessas duas fêmeas maravilhosas. Sobre a mesa, em tamanho postal, a fotografia original, tirada no clube de campo no último verão. Patrícia e Tereza, depois de muita insistência, concordaram em ficar sob chuveirão, segurando os cabelos no alto da cabeça, deixando as axilas à mostra. Tirar da fotografia o biquine de Tereza foi tarefa fácil, meio complicado tirar o short e a camisa regata de Patrícia, mas conseguir achar nos seus arquivos mamas e vulvas que se encaixassem perfeitamente nas duas mulheres foi um trabalho que estava sendo feito ha vários meses. Ele conseguira e agora, as duas, estavam completamente nuas e insinuantes em sua sala, na tela de sua TV. Ele não saberia dizer quantos arquivos foram vasculhados até a exaustão a fim de achar a imagem com encaixe perfeito, com tonalidade da pele igual, uma de cada vez, depois o conjunto e por fim o cenário paradisíaco.
Tudo com a precisão e meticulosidade com que um relojoeiro suíço monta um Mido, de ouro, com vinte e um rubis. A sua obra de arte iria ficar guardada no cofre de casa e o backup no cofre do banco, onde só ele tinha a chave e o segredo. Tudo mais seria apagado do computador porque ninguém, nunca poderia saber disso. Elas duas assim, nuas, insinuantes, seria só dele, de mais ninguém, nunca, nem que para isso ele tivesse que cometer uma loucura. A cabeça doía e os espasmos voltaram diante da visão que lhe estimulava a libido, mas em vez de ir para a cozinha beber água morna, Marcus abriu a porta da varanda. O ar frio da madrugada enregelou os seus pulmões, provocando um espasmo ainda maior. Vencido pela dor, Marcus vomitou na varanda sentou na cadeira de ferro gelada e fechou os olhos com a cabeça apoiada na mesinha.
Presente em sua lembrança estava a imagem do pastor que lhe atormentava desde a adolescência. O mesmo que nas noites silenciosas do seminário adventista, forçara-o a deixar-se penetrar ante a ameaça de ser denunciado à congregação de estar possuído por satanás. O pastor dissera que foi o demônio que fez com que a pele do seu prepúcio fosse grande e estreita não permitindo expor a glande. Mas ele, o pastor, iria orar ao senhor para que tudo se remediasse, desde que ele não falasse a ninguém e que fosse à saleta, por trás da biblioteca, à noite, quando todos estivessem dormindo.
Com o cinismo dos pedófilos, o maldito pastor chupou e mordeu, com força, o seu pênis e mandou que ele deitasse na mesa de costas, que ele iria dar uma surra em satanás. Marcus quis gritar quando sentiu o membro rijo do pastor rasgando-lhe as entranhas, mas teve a boca tapada e o pastor reafirmou que contaria tudo para a assembléia. Essas seções de tortura duraram muitos meses até que Marcus disse ao pastor que queria beijar uma menina da congregação. O pastor fez um sermão em que demonizava todas as mulheres e mexeu os pauzinhos para que Marcus fosse expulso do seminário.
O trauma se instalou em sua mente fraca e, isolado do mundo, nunca se aproximou de uma mulher. Ele mesmo nem sabia o porquê daquela amizade com Patrícia, porque a visitava e embora ela fizesse parte de seus sonhos eróticos, jamais tocara nela, devido à indefinição da sua sexualidade. Ele sabia que satanás agia contra os homens através das mulheres e muitas vezes desejou que elas não existissem.
Marcus é hoje um empresário renomado, possui muito dinheiro e também muitas fantasias...