Força Sobre Natural (DTRL9)

Marcos era um rapaz bem apessoado com vinte e seis anos já casado, trabalhador, muito responsável com suas obrigações, mais quando se tratava de coisas espirituais era um incrédulo por completo, vivia fazendo brincadeiras sem graças com os amigos, às vezes quase os matava de susto. Certo dia um colega de trabalho lhe disse,

-Marcos, olha deixa de fazer esse tipo de brincadeiras porque o mundo espiritual é muito sério, existem muitas coisas entre o céu e a terra que não temos poder e nem conhecimento.

Ele deu uma risada respondendo

-Carlos você é o cara mais medroso e crédulo que conheço, deixa de ser bobo só existe essa vida que vivemos, morreu acabou tudo.

Disse isso e saiu dando risada.

Passado uns dias seu chefe o chama dizendo para ele se preparar porque ele iria viajar a trabalho que era para ir a uma cidade não muito longe para resolver um problema na filial de lá ele disse tudo, bem. Como não era muito longe a cidade que deveria ir, ele preferiu ir de carro, não falava para ninguém mais morria de medo de avião. No dia marcado saiu em viagem tudo transcorria dentro da normalidade até que ao chegar à entrada de um pequeno povoado seu carro estraga. Teve que entrar dentro do povoado para procurar um mecânico logo na entrada encontrou um senhor que lhe disse que lá não existia mecânico nenhum, mais que ele poderia dar um jeito se ele tivesse paciência, não tendo outro jeito Marcos aceitou.

Esse senhor por nome de Vicente lhe disse não existir hotel lá, então que seria um prazer hospedá-lo em sua casa, com sua família, isso foi por volta das quinze horas, seu Vicente olhou para o céu, disse amanhã pegamos o seu carro, já está tarde, temos que ir para a casa. Marcos estranhou, mais não quis argumentar porque estava cansado, mas quando estava andando pela rua rumo à casa do seu Vicente estranharam que todos na cidade andava em silêncio, todos vestia roupa escura, as mulheres com vestido muito bem comportados e até lenço amarrado na cabeça tinha. Aliás, parecia que estava em um lugar onde o tempo havia parado, Perguntou para o seu Vicente,

-O que está acontecendo neste lugar? Parece mais uma cidade fantasma.

Seu Vicente só fez o gesto com o dedo, pedido silêncio a ele.

Quando chegaram à casa de seu Vivente, esse disse a ele,

-Qual é sua graça mesmo? Ainda não sei por que estava com pressa para chegar à casa.

Ele responde estendo a mão

-Marcos, e do senhor?

-Vicente!

Então seu Vicente lhe disse agora vou responder a sua pergunta por estarmos em um lugar seguro que é o interior da minha casa.

-Marcos, estamos em um lugar mal assombrado, aqui a noite acontecem coisas horríveis de se ver, por isso é que todos nós nos recolhemos as nossas casas às quinze horas.

-Mais por que tão cedo?

-Porque tudo que fazemos durante o dia ou falamos fora do interior de nossas casas é repetido durante a noite. Por isso é que todos nós andamos calados em silêncio pelas ruas, procurando fazer o mínimo de barulho possível.

-Desculpe-me, seu Vicente mais não acredito. Se for assim, porque você ainda continua morando em um lugar assim?

-Marcos, existe coisas que não se explica, já tentamos sairmos daqui, mais parece que tem uma coisa uma força sobrenatural que nos puxa para trás, não conseguimos passar nunca dos limites do município. É como se existisse um muro invisível ou uma mão nos puxando sempre para trás. Já temos muito, agora não tentamos mais, procuramos seguir as leis que regi este povoado.

-Ainda continuo não acreditando.

-Que aparelho é esse que tem aí no bolso?

-Um telefone celular.

-Veja se ele funciona?

Marcos tentou falar ao telefone mais ele simplesmente estava mudo, cansou de dizer alô, alô, mais nada. Então seu Vicente disse,

-Aqui nada funciona, por isso é que parece que paramos no tempo. Realmente estamos parados no tempo, porque nem energia elétrica tem em nossas casas, vivemos completamente fora da realidade exterior, não sabemos de nada que acontece além dos limites da cidade.

Quando a noite foi caindo, todas as casas foram fechadas portas e janelas e os moradores, no mais completo silêncio recolheremos aos seus quartos. Marcos pensou bom já que sou visita, todos foram deitar também vou, estou muito casando. Quando a noite caiu, por completo. Marcos ouviu muitos gritos, pelas ruas, risadas, conversas altas, tropel de cavalos, muitos gemidos e choros. Até o ronco do motor do seu carro ouviu. Aliás, a música que estava ouvindo quando o carro parou de funcionar ouviu, deu vontade de abrir a janela do quarto para ver quem estava andado no seu carro, mais como era hospede, o dono da casa havia pedido que em hipótese alguma abrisse a porta ou a janela, nem fizesse barulho algum. Isso durou a noite toda, só parou ao raiar do dia.

Ao raiar do dia, quando estava à mesa tomando o café da manhã Marcos disse ao seu Vicente,

-Que barulheira foi essa durante a noite toda? Ouvi até alguém andando no meu carro, então ele já deve de estar bom, acabando aqui vou pega-lo e continuar minha viagem. Ele deve estar aqui pertinho porque ouvi o motor dele roncando e o som da música que estava ouvindo quando ele parou de funcionar como estivesse em frente a sua casa.

-Marcos, vá ao lugar onde você o deixou porque é lá que ele está.

-Que brincadeira é essa?

Disse Marcos se levanto e abrindo a porta, para ver o seu carro, realmente ele não estava lá. Sai depressa, com seu Vicente ao seu encalce, mas, andando em silêncio como era o costume do lugar. Quando Marcos chegou onde havia deixado o carro, ele estava lá do mesmo jeito que havia deixado, pegou a chave, tentou ligar nada dele funcionar. Então ele mais seu Vicente o levara para um galpão e passaram amanhã toda mexendo nele e nada dele funcionar. Conversaram muito pouco porque seu Vicente sempre fazia silêncio sem nada dizer.

No mesmo horário do dia anterior eles voltaram para a casa de seu Vicente, foi quando Marcos disse,

-Seu Vicente que besteira toda é essa? Isso é apenas imaginação.

-Marcos isso é tão real quanto estamos nos falando agora. Existem coisas entre o céu e a terra que nem imaginamos.

-Seu Vicente já ouviu isto, não acredito. Tanto é que a noite vai ficar do lado de fora da casa para provar para vocês que essas coisas não existem.

-Por favor, não faça isso.

As mulheres da casa saíram fazendo o sinal da cruz e dizendo cruz credo.

Marcos deu risadas dizendo.

-Essas coisas não existem.

Quando fui escurecendo, que a família de seu Vicente foi fechando portas e janelas, Marcos sai para fora da casa, dizendo que pela manhã eles se falariam.

A noite chegou. Marcos de fora da casa viu um clarão, iluminado toda à rua, com todos os tipos de coisas estranhas, uma árvore andando com um homem se enforcando nela. Outro homem andando segurando a cabeça na mão, pedido para que alguém a colocasse no lugar, foi até o homem quando chegou junto, ele desapareceram como por encanto reaparecendo mais na frente pedido à mesma coisa. Homens andando de cavalo discutindo, trocando tiro, o tiro pegou em Marcos o perfurando mais ele continua vivo sem sangramento de bala, quando ele viu seu carro vindo funcionando sozinho com a mesma música da noite passada, abrindo e fechando as portas. De repente foi como se a terra possuísse uma boca e ela sendo aberta, foi aí que o horror começou na realidade. Foi como se a boca do inferno tivesse aberto, todo tipo de coisa saindo de dentro dela, pessoas pegando fogo, outros sendo comido por outras pessoas, Muitos gritos e choros, de pessoas que estavam sendo arrastas pela rua abaixo em correntes. As casas dos moradores do povoado ficaram como se estivesse em chamas, pegando fogo mesmo. Vinha uma língua gigante lambia tudo, para tudo recomeçar novamente. Parecia que o inferno todo havia saindo para fora e de repente a boca que havia aberto na terra veio mastigando e engolindo tudo novamente.

O dia amanheceu a família do seu Vicente abriu as portas da casa muito preocupada com Marcos, não o achando por perto saíram a sua procura. O acharam vagando pelos campos perto das casas, com os cabelos em pé e todo branco, dizendo coisa com coisa. O pegaram e o levaram para dentro da casa, fechando as portas novamente. Neste momento sua esposa abriu a porta do quarto, dizendo,

-Vamos amor está na hora de você levantar, porque hoje é o dia da sua viagem. Acordei mais cedo para fazer um café todo especial para você não sair de casa com fome.

Marcos levanta pensando que tipo de sonho estranho tivera a noite, entra no banheiro liga a luz porque ainda está meio escuro, olha no espelho leva um susto, porque seus cabelos estavam em pé todo branco, seu corpo cheio de hematomas por todo lado como se muito tiro tivesse penetrado por seu corpo, levado socos, ponta pés. Dá um grito de horror sua esposa vem correndo e o acha caído no chão chorando e solução muito, dizendo coisa com coisa. Não teve como ele viajar porque parecia que ele estivesse delirando, quando a noite chegou, sua esposa não consegui dormir com ele, porque ele gritava chorava muito como se estivesse vivendo um horror. Isso durou três noites seguidas, quando ela resolveu leva-lo ao uma clinica psiquiatra, voltou para casa sem o marido, o medico achou melhor deixa-lo internado. Mas nem mesmo as injeções mais fortes de calmantes conseguiam faze-lo acalmar a noite porque todo horror era vivido por ele novamente, porque a mente dele estava presa naquele pequeno povoado encravado no fim do mundo. À noite aquela força sobre natural o fazia sair pelas ruas do povoado para reviver junto com os condenados todos os horrores. Para sua família e amigos ele havia ficando com problemas psiquiátricos, mais ele sabia que não, que aquela força que seu Vicente havia dito, era que o prendia ali. Aliás, em meio ao horror que sua mente vivia descobriu que tanto ele como todos do povoado foram levando para lá por essa força e todos estava condenados como ele. Então soube que estava perdido para o mundo normal para sempre chorou amargamente.

Lucimar Alves

Lucimar Alves
Enviado por Lucimar Alves em 22/06/2013
Código do texto: T4353472
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