O pior dia dos namorados de John Raviastro e sua família (Preludio de "O Anjo da Morte) DTRL
RELATÓRIO DE COMBATE
CAPITÃO AUBERTO SABINO ESTORIO
AGENCIA SECRETA DE CAÇA AO TERRORISMO – A. S. C. T.
12/06/1992
MASSACRE DA FAMÍLIA RAVIASTRO
Um grupo terrorista utilizou-se de um relacionamento entre a namorada de seu líder e o jovem John Raviastro, para ter acesso à fazenda da família e massacrá-los sem piedade. Por sorte, o jovem fugiu e conseguiu me encontrar, contando-me o que ocorreu e quando fui ajudar, descobri que era o grupo do qual eu estava atrás há algum tempo.
Esse grupo terrorista é também uma seita que acredita no Mundo da Escuridão e acha que deve realizar determinados atos para entregar ao Rei do Mundo da Escuridão as almas das famílias ricas do mundo.
Por quê esse fato é determinado como um ato terrorista? Porque a família Raviastro é uma das maiores exportadoras de alimentos naturais do país e influenciam muito na política econômica do Brasil, de modo que um ataque a essa família obrigaria o governo a aceitar suas exigências para que não houvessem mais ataques a famílias ou a inocentes.
BRASIL
ESTADO DE SÃO PAULO
CIDADE DE CAMPINAS
FAZENDA RAVIASTRO
11/06/1992
A fazenda Raviastro é uma das maiores e mais ricas da cidade de Campinas; está localizada numa área um pouco isolada e comumente deserta; é cercada por um alto muro de blocos de cimento e o único acesso é através de um portão de madeira em arco; após o muro está o jardim que fica diante da casa da propriedade, que é um edifício de um único andar, embora tenha muitos cômodos e sua arquitetura seja de uma casa do período colonial, com janelas quadradas e um alpendre logo à entrada; após a casa cercada pelo jardim, iniciam-se os campos de pasto e depois as plantações de frutas e cereais de vários tipos e espécies.
Nosso objetivo é o quarto do jovem John Raviastro que fica na ala noroeste da casa; é um quarto pequeno, pois o jovem não gosta de lugares muito espaçosos; há poucos objetos, pois ele não dá muito valor a coisas materiais; entre os objetos estão: uma cama de solteiro, um guarda-roupas de duas portas e três gavetas e uma escrivaninha com um computador e um telefone fixo.
John é um garoto alto com quinze anos de idade; ele tem olhos castanho-claros, cabelos pretos cortados em estilo militar e é muito magro. Comumente está vestido em roupas pretas, principalmente ternos, mesmo quando está em casa, mas no momento exato está vestindo seu pijama, pois já é noite e vai dormir cedo para acordar no outro dia, também cedo.
Encontraremos John sentado à escrivaninha, falando ao telefone e invadiremos um pouco de sua privacidade para escutar um pouco de sua conversa:
— Pois é meu amor, minha família toda está aqui hoje. Até meus tios do norte do país vieram nos visitar. Estão todos aqui. Passarei a manhã toda trabalhando nos preparativos da festa do dia dos namorados para poder apresentá-la, então não vou ligar para ti durante o dia, mas à noite te buscarei ai na tua casa. — John falou para a pessoa do outro lado da linha e a resposta deve ter sido boa, porque ele abriu um enorme sorriso de orelha a orelha antes de desligar o telefone e ir dormir.
12/06/1992
Durante a manhã do dia 16, John passou o tempo todo para lá e para cá, arrumando os preparativos da festa e deixando os afazeres da fazenda para tarde. O dia dele foi muito movimentado e assim como dissera a namorada, fora buscá-la no inicio da noite.
Mas a namorada fizera-lhe uma surpresa: ela queria levar toda a família dela para casa dele também para apresentá-lo e estavam em quase o mesmo número que a família de John, exceto por não haver ninguém para cobrir o seu espaço de modo que os parentes dela perdiam apenas por um membro a menos.
A festa acontecia no salão de dança da casa, todos estavam felizes e John se divertia muito. Sua namorada pediu-lhe para trazer uma taça de champanhe e ele obedeceu, mas quando voltou, por sorte sem fazer nenhum barulho, viu uma cena que o fez parar onde estava.
Os "familiares" e sua namorada, haviam agarrado cada membro de sua família e os ameaçavam com um tipo estranho de faca, com curvas que formavam um "S". Um deles cortou um dedo de um dos primos de John, uma criança com apenas sete anos, que desandou a chorar de dor e simplesmente começou a passar o dedo cortado do menino nas paredes, desenhando símbolos estranhos e obscuros.
Com muito terror e medo de morrer, John conseguiu voltar às cozinhas e sair por uma janela, correndo direto para a estrada deserta e lá fora, enquanto corria desolado, assustado e com raiva, gritava por socorro, até que um Lamborghini preto parou ao seu lado e o homem ao volante perguntou de forma amigável:
— O que o aflige tanto garoto?
— Estão matando minha família! Ela e eles vão matar minha família! Por favor me ajude! — John pediu desesperado e sequer mediu as palavras ou pensou em como falaria para o homem.
— Me leve até lá, pois não só vou ajudá-lo, como tenho meios para fazê-lo. — O desconhecido bom samaritano falou e abriu a porta do carona para que John entrasse.
John guiou-o até a fazenda e sem dizer nada, os dois correram para dentro da casa e John o levou até o salão.
E o que viram lá foi a cena mais assustadora que John já vira até ali. Todos os seus parentes estavam mortos, literalmente feitos em pedaços, espalhados pelo salão, havia sangue por todo o lado e vários e vários símbolos sombrios estavam desenhados.
— Então são vocês! — O homem exclamou de repente, um pouco feliz. — Eu sabia que ia encontrá-los. Cacei vocês por muito tempo. Diga-me John, qual das moças aqui é sua namorada?
John não conseguiu falar, pois estava muito assustado com a cena ao seu redor, mas ainda assim apontou para a namorada.
— Meu caro jovem, você foi traído e enganado por ela, pois ela é namorada do líder desse grupo. — O homem surpreendeu uma expressão de clara confusão na face de John. — Isso mesmo, um grupo. Eles não são uma família, sequer têm parentesco algum. Eles são terroristas e eu sou um Caçador de Terroristas.
Terminando de falar, o homem retirou duas mini-metralhadoras do paletó e começou a atirar na família da namorada de John e nela também. As balas pareciam nunca acabar e estavam estraçalhando cada membro do grupo terrorista até que o homem cansou e parou de atirar.
— Eu me chamo Auberto Sabino Estorio, sou capitão da Agência Secreta de Caça ao Terrorismo. Gostaria de ser seu instrutor e treiná-lo para combater grupos terroristas que cometem os mesmos tipos de crimes que fora cometido contra sua família hoje. Aceita ou não?
Com o coração cheio de ódio, John aceita e só demonstra estar em dúvida sobre o que dizer à polícia quando ela chegar, mas Auberto o tranquiliza e diz que o pessoal da agência cuidaria de tudo.
Assim, o jovem John Raviastro, se tornara um Caçador de Terroristas, no dia dos namorados, quando descobriu ser traído o tempo todo e assistiu à morte de sua família causada pela traidora.