Escrotolândia

Você está prestes a entrar em um universo sujo, escroto, terrível, então se prepare e siga as indicações:

Você está em uma cidade horripilante, de frente a um rio ou um poço sujo e fedorento, e para você não morrer, sua única opção é pular, logo a indicação é que você pule, é a sua única opção,caso contrário, morra. Você pula, e quando sai de dentro desse rio, não se surpreende, por que você se depara com algo bem pior do que já estava vivendo.

Mergulhe nesse poço dos horrores, ele é obscuro, poluído e nojento. Não pare de nadar, dê as mais fortes braçadas em meio ao lixo, a corpos, e a dejetos fecais. Fuja do que te amedronta, e chegue a algum lugar diferente daquele que estava te assombrando desde que você nasceu. Depois do mergulho em meio a tanta tosquidão, o que você vê?

Se você enxerga nuvens negras e um mundo cinza e feio, seja muito bem vindo a Escrotolândia, você acaba de entrar em um lugar que não tem saída, e sua única missão é sobreviver, está preparado pra isso?

Se sim, deixe sua imaginação percorrer as próximas páginas.

Se não, evite prosseguir a leitura, isso tudo aqui pode ser nocivo demais para você.

Escrotolândia

Capítulo 1- A cidade dos horrores

Isso, você enxerga nuvens negras, zumbis a transitarem, explosões, a frieza e a crueldade são claras apesar da escuridão. Não se choque, é o mundo, seja bem vindo a Escrotolândia.

Apesar de brutais, todas aquelas cenas fúnebres eram um colírio para aqueles olhos acostumados a enxergarem a realidade de sua vida que havia lhe embrutecido no decorrer dos anos. Cruel, fria e horripilante.

Este ser que acabava de deslumbrar o tosco estava repleto de fezes pelo corpo e corós a saírem por todas as partes. Ao sair do poço escuro, ou se preferirem, do rio poluído e sujo no meio da cidade, ele respirava aquele ar putrefato, e ao respirar, escarrou um catarro contaminado de tanta poluição, verde um pouco preto eu acho, ele vomitou também, pois passou horas nadando em meio a coisas de fato muito nojentas. Deparou-se com um cigarro no chão, e o pegou e acendeu em uma criança que corria pela Metrópole, com o corpo em chamas. A cidade estava em ruínas e tudo era pavorosamente belo. A loucura se fazia presente em cada ser, e era entusiasmante ver o que nós humanos conseguimos fazer com aquela cidade. Todos perambulavam, no escuro e na boêmia. Esse homem continuou a caminhar, e a observar estrangulamentos, decapitações, estupros, tudo acontecia naturalmente. Viu uma luz que lhe chamou a atenção, era o Cabaré Morte, um local que servia de alívio para os homens e as mulheres daquela cidade, e na sua fachada havia escrito “Entre e morra de prazer". Lá, ele se deparou com as mais belas putas, gordas, deformadas, esqueléticas, sujas, vadias, vagabundas, todas trepavam ferozmente, era sexo e porra em todo canto, gritos, sussurros,hora pareciam de prazer, hora pareciam de dor e desespero . Foi abordado por uma que de fato, lhe matou de prazer, após a transa paga com um dinheiro sujo e molhado que estava em um dos bolsos de seu sobretudo,eles fumaram e beberam. Por alguns instantes as cenas infernais se tornaram boas. Por vezes aquele homem sem nome, pensou em se matar, mas ele tinha que deslumbrar a condição bestial que os seres humanos haviam construído para sis.

Era tudo perversamente dantesco. Ruas escuras, caos total, embriaguez generalizada, engravatados e flagelados, políticos, ladrões e assassinos, todos nessa cidade estavam no mesmo pé de igualdade. Todos se drogando, se matando, o estado de natureza era cada um por si, não se podia confiar em ninguém. O homem que caminhava na Escrotolândia, andava assustado em meio ao terror dessa cidade, e olha que ele não se assustava com qualquer coisa, pois sua vida antes não estava muito boa, mas ali, tudo era imprevisível, pois a cada passo uma surpresa o esperava. Casas desabando, prédios em chamas, pessoas malucas correndo pela cidade, tudo sujo, tosco, pavoroso. A violência estava em todos os cantos, era um estado de confronto e guerra total.

Esse homem, ainda mantinha sua consciência sã, e resolveu que deveria buscar um caminho, deveria planejar e calcular cada passo para não ser engolido pela boca macabra dessa metrópole. Adaptou-se aos poucos, e ali foi ficando, seus sentidos se afloraram, e seus instintos também desenvolveram suas armas interiores, preparou suas armas exteriores, e foi à guerra.

Antes de entrar nessa cidade, ele já estava com sua vida totalmente comprometida em outra cidade, pela decadência de uma existência que não deu certo, e que estava sem sentido, pois lá ele não havia conseguido se desenvolver, buscou estudar, trabalhar, se relacionar, enfim, fazer o que todos tentam, mas não conseguiu tudo falhou, e aos poucos ele foi vendo uma nação inteira ser contaminada pelas grandes massas, pelas grandes mídias. Com isso, ele foi aos pouco se isolando, e quando ele parou e olhou para os lados, não havia mais ninguém próximo, então ele tinha que se virar pra sobreviver, pois a vida lhe ensinou do modo mais cruel, que ser bom não estava com nada e não lhe ajudaria ou o salvaria em nenhum desses lugares, mas mesmo após esse período de embrutecimento, ele ainda carregava consigo valores, sentimentos, saudades e lembranças de quando ele tentou de todas as formas ter uma vida normal, de quando ele tentou ser feliz, de quando ele tentou ser civilizado.

Continua...Projeto de livro sendo escrito caros leitores!