Uma mensagem do desconhecido

Naquela tarde, Maicon não queria ficar sozinho em casa. Aos 14, já tinha passado por muitas coisas. Coisas que lhe causaram medo e deixaram marcas horríveis.

Odiava muitos filmes de terror, pois tinha um medo incrível dessas coisas do cinema acontecesse com ele, mas parecia que seria naquele final de tarde, quase escurecendo, que seus pesadelos iriam se tornar realidade. Por motivos de emergência, seus pais tiveram que sair às pressas a caminho do hospital onde se encontrava Mariléia, a sua avó materna.

Após meia hora da saída de seus pais, Maicon sentiu-se entediado com aqueles programas fúteis que passavam no final da tarde. Decidiu então, acessar a internet. Ao entrar em seu e-mail, percebeu que recebeu uma mensagem de alguém desconhecido com o título “Nenhum”, no começo teve receio em clicar, mas a curiosidade falou mais alto.

Ao abrir a mensagem, percebeu que não havia nada demais, apenas um texto com umas 15 linhas, na qual relatava uma história de um espírito, chamado Samael. A história dizia que esse espírito vinha atrás das crianças que eram medrosas e de mente fraca. Quando chegou ao fim da leitura, sentiu um calafrio, pois se realmente existisse esses espírito ele seria um alvo fácil. Levantou-se da cadeira, olha pela janela, viu apenas o quintal completamente escuro, apenas um pouco de luz batia em um canto do muro, que vinha da luz da rua.

Foi então que ouviu um trovão seco, sentiu um arrepio, logo viu que as nuvens estavam negras e que com certeza choveria. Fechou a cortina e por um momento olhou para frente e imaginou o espírito, então ouviu um barulho vindo da cozinha, um clima tenso pairou no ar.

Ficou parado em pé olhando pra porta entre aberta de seu quarto, sem ação. Exitou por uns 2 minutos em ir conferir, mas novamente ouviu o barulho. Teve que reunir toda a coragem do mundo pra ir conferir, chegando à cozinha, percebeu apenas que era o gato de sua mãe andando pelas panelas, com certeza sentiu um alívio, se sentiu mais leve. De repente outro trovão fez com que seu coração acelerasse.

Houve trovões seguidos, com aqueles enormes clarões, até que em um deles lhe deu a impressão de ter visto pela janela da cozinha, uma silhueta de uma pessoa, ou algo que parecia gente. No clarão seguinte a forma estranha já não se encontrava mais lá. Com medo, foi para a sala. Começou a chover. Ligou a televisão, perambulou pelos canais, até parar em um de desenho animado. A chuva continuava a cair forte e os relâmpagos aumentaram. Após 15 minutos vendo TV e um pouco mais aliviado, a luz acaba e novamente seu coração começa a palpitar mais acelerado. Ao ir à cozinha, sentiu a sensação de não está sozinho, com as mãos tremendo, pegou uma vela e acendeu, clareando parcialmente aquele cômodo da casa, foi para seu quarto. Lá tentou ligar para seus pais para saber se demorariam a voltar. Quando pegou o telefone percebeu que o mesmo estava mudo.

A cada segundo que passava o temor tomava conta dele, até que ele ouviu uma voz, como se estivesse o chamando:

- Ei!Menino...

Coração disparou com uma velocidade que crescia constantemente, um vento frio percorreu pelo seu quarto, não se sabe da onde veio, mas foi o suficiente pra apagar a vela.

O pouco que conseguira enxergar, foi o suficiente pra perceber que alguma coisa, entrava em seu quarto, logo em seguida ouviu uma voz:

- Menino, você sabe quem eu sou?!

Maicon com uma voz trêmula respondeu:

- Não.

- Eu sou aquele que veio te buscar.

Quando sentiu, uma mão lhe tocar o rosto, o corpo inteiramente tremeu.

Até que ele levantou assustado, seu pai o chamava:

- Acorde Maicon, você dormiu vendo televisão, já voltamos do hospital.

- Mas... O que?

- Antes que me pergunte, sua avó está bem.

Seu pai foi para a cozinha onde preparava algo para comer junto de sua esposa.

Ao levantar e olhar ao seu redor, Maicon percebeu que ainda estava no seu quarto. Ficou confuso e pensou consigo mesmo:

- Será que tudo aquilo foi um pesadelo?Será que nada aconteceu?

Coçando a cabeça ele se levantou, ao ligar o computador percebeu que tinha uma mensagem no correio eletrônico, sem nome ou assunto, igual a do pesadelo, sentiu novamente o arrepio. Mas desta vez a curiosidade não bateu mais alto, teve coragem de apagar antes que lesse. Levantou ainda desnorteado e foi comer alguma coisa na cozinha.

F I M

Leandro Fonseca
Enviado por Leandro Fonseca em 06/06/2013
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