ENTRE CAIXÕES - PARTE III - FINAL

Astrobaldo saiu correndo até o quintal, apavorado entre chamas, e ao se ver no terreiro, como que por mágica as labaredas desapareceram sem sequelas, como se nada tivesse acontecendo. Ele ficou intrigado com o ocorrido.

O sucesso chegou a vida de Astrobaldo, enricou, fez fortuna e passou a querer tudo de melhor, comprou uma belíssima casa, praticamente uma manssão, e mudou-se com sua mãe para a nova casa.

Ele ampliou sua fabrica, contratou mais mão de obra e passou a vender móveis para todo o País.

Agora com sua vida financeira resolvida, pensou em arrumar uma moça para casar. Logo fazia fila em sua porta, as moças da cidade queriam desposá-lo, partidão, bem resolvido, quem não queria. Ele pode escolher e se interessou por uma bela moça de estatura baixa, afinal de contas Astrobaldo também era baixo. Astrobaldo conheceu pouco sua namorada e logo resolveu casar.

Logo Astrobaldo estava casado e no primeiro ano nasceu seu primeiro filho, e assim por diante, a cada ano nascia um novo filho, totalizando seis.

Astrobaldo revelou-se um mulherengo de primeira, e não se contentando com a esposa em casa, saia todas as noites para ir ao Cabaré. Ele não bebia e nem fumava, seu único vício era mulher.

No Cabaré as mulheres caiam em cima de Astrobaldo, todas queriam ficar com ele, por interesse, pois sabiam de sua condição financeira e ele gastava tudo com elas.

Depois desse comportamento de Astrobaldo, seu casamento começou a minar, muitas brigas e Astrobaldo resolveu se separar, sua esposa estava com o 6º filho na barriga. Eles se separaram, mas sua esposa não quis ficar com os filhos.

Logo Astrobaldo se casou novamente, sua nova esposa concordou em criar seus filhos, e quando o 6º filho nasceu a ex esposa entregou a ele.

E diga se de passagem, como gostava de fazer filho, e logo começou a criação, veio o primeiro, o segundo... e finalmente sua esposa esperava seu 7º filho.

E nesse período, Astrobaldo continuou sua vida noturna no Cabaré, gastava cada vez mais com as mulheres. Logo começou a faltar dinheiro para honrar seus compromissos com os fornecedores, Astrobal ficando sem matéria-prima para produzir, e sua firma foi a falência. Sua esposa foi embora, seus filhos maiores, cada um foi tomando um rumo na vida. Seus bens foram vendidos para pagar os fornecedores e Astrobaldo se viu sem família, sem casa, sem dinheiro, tinha apenas sua mãe e a simples casa da mãe, para onde retornaram.

Astrobaldo voltou ao ponto de partida, depois de ser rico voltou a pobreza. Um dia sua mãe se compadecendo de sua miséria, falou:

- Filho, ainda restaram as ferramentas que eu comprei quando você começou. Comece de novo, faça caixões, há um resto de madeira na antiga oficina.

- Sim mãe, é uma boa ideia, vou me levantar de novo.

E Assim Astrobaldo voltou a receber encomenda de caixão, e como no início, virava à noite fazendo as encomendas. Ainda sentia medo, por isso sua mãe ficava ao seu lado.

Quando ele não tinha encomenda fazia os caixões e guardava uns em cima do outro na sua pequena oficina.

Naquela noite estando Astrobaldo na oficina trabalhando com sua mãe ao seu lado, ele nem lembrava mais daquela aparição de anos atrás, quando um grande clarão se deu no local, surgindo de uma labareda aquele mesmo ser. Sua mãe ao ver não teve dúvida de quem se tratava, e de um susto caiu para traz sem vida.

Astrobaldo estremeceu diante da figura que disse:

- Vim buscar o que me pertence!

- Mas eu não tenho mais nada.

- O que eu quero você tem.

E Astrobaldo se urinou de medo, enquanto a figura bradava, as labaredas tomaram conta do recinto, o solo rachou e tudo desceu as profundezas da terrra, os caixões, o corpo da mãe de Astrobaldo e o próprio Astrobaldo.

Astrobaldo caiu entre seus caixões, já sem vida.

Rivanda De Siqueira
Enviado por Rivanda De Siqueira em 25/05/2013
Reeditado em 25/05/2013
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