“Carona Indesejada”
Seg/parte. Este conto é composto de tres partes.
O homem balbucia uma frase embargada por tanto sangue na garganta - “você me atropelou, eu estou morto” Ana se volta para Johnson este, desacordado a seu lado, de tão bêbado, nada percebe.
O carro dela para e ela sai correndo para o meio da estrada, outro carro se aproxima com os faróis acesos e altos, ofuscando seus olhos fortemente.
Ela se joga na frente do carro abrindo os braços e pedindo socorro.
Dentro do carro esta seu irmão e Bya, eles saltam depressa em socorro de Ana.
Eles correm ate o carro de Ana para ver o homem citado por ela.
Mas ao chegar à janela; apenas Johnson tentando se recobrar e atordoado, com embriagues Johnson indaga; - o que vocês fazem aqui? Ele não tem noção de nada.
Ana desesperada pede ajuda a seu irmão e pede para ele levar o gringo para sua casa.
Bya entra no carro de Ana e juntas elas seguem o carro do seu irmão que agora leva o gringo.
O ponteiro de combustível indica que precisa abastecer.
O carro já esta quase sem combustível, a estrada esta escura e com a visão embasada devido à neblina da madrugada tenebrosa.
Ela liga a seta e entra num posto a beira da estrada, mas Paulo, seu irmão não percebe e continua em frente.
As duas mulheres, jovens, lindas para na frente da bomba de gasolina.
O frentista vem atendê-las, ele apresenta cansaço e sono.
Enquanto abastece o carro, Ana observa que o homem não tem reação, ele esta estático, parado feito a uma estatua e Bya percebe a gasolina derramar escorrendo na pintura do Galante preto.
As mulheres chamam a atenção do homem e ele não reage.
Bya sai do carro e vai próximo a ele para resolver a situação, mas antes que ela se aproxima; ele cai no chão com o rosto desfigurado, como se o sangue do seu corpo estivesse se esvaído repentina, bruscamente.
Ana se assusta e olha em frente à loja de conveniência, ela vê que ali tem um homem de preto, ele esta virado de costas para ela, ele a olha de canto, virando o rosto lentamente de lado, ele tem o coração do frentista em uma das mãos, na outra, ele segura uma garrafa de álcool.
As duas entram novamente no carro e saem em disparada, agora a situação esta fora de controle e elas não sabem como fazer.
O dia amanhece elas contam a Paulo o que viram.
Ele as leva a um psiquiatra, Paulo pensa que as mulheres estão malucas.
Ao visitarem o hospital, elas conhecem o psiquiatra que de agora em diante, fará um acompanhamento da situação.
O Dr. Inácio as convida para uma consulta e as indagam, ele não tem duvida.
Só pode ser efeito de álcool.
Ana apresenta um estado de pânico.
O medico sugere a sua nova paciente que se abstenha de bebidas e, lhe pede para ficar longe de bebidas alcoólicas.
Ana – eu não ingeri bebida alcoólica.
O senhor vai a te o posto e vai ver que um homem morreu lá.
O Dr. Inácio convida um amigo da policia e vão ate o local indicado pelas mulheres.
Ao chegar ao posto não constataram nenhuma ocorrência de morte.
O frentista que elas disseram estar morto estava lá e cheio de saúde.
O frentista informa ao medico e o policial que duas lindas mulheres bem vestidas e com sintomas de pânico passaram por lá em torno das quatro horas da madrugada para abastecer o carro e fugiram sem pagar, inclusive arrancaram a mangueira da bomba de combustível.
Elas pareciam estar fugindo de algum elemento perigoso.
Inclusive eu liguei para o patrão e pedi para ir embora.
Fiquei com medo de sofrer assalto, diz o frentista.
Mais tarde, o policial vai à casa de Ana e conversa com ela, ele quer entender o que aconteceu.
Ana explica e o policial vai ao consultório de Inácio e conta a ele o que houve.
Ambos vão ao bairro próximo ao ocorrido e constatam a morte de um homem membro de uma organização criminosa.
Ele foi atropelado durante a noite.
Dois homens numa motocicleta o perseguem.
Ele desesperado atravessa a rua e um carro o atropela.
Os dois criminosos viram tudo e voltaram para trás.
Inclusive o que se descobriu, era que a justiça divina teria ajudado os dois criminosos, alguém teria matado o bandido mais perigoso do bairro.
Trata se de Dimas, um assassino cuja alma teria entregado a satanás. Na noite em que foi atropelado, fugia de dois justiceiros que buscavam tirar-lhe a vida.
Ao seres ouvidos, O medico e o policial se afasta do homem que lhe conta a triste estória de Dimas.
Os amigos precisam confabular entre si.
Eles percebem que se a moça não atropelasse o individuo, os seus perseguidores teriam morrido.
Dimas, ao fugir, estava levando seus perseguidores para uma cilada, e o fluxo, seria um cemitério, indaga o Doutor ao seu parceiro policial; porque um cemitério? Isso é preciso descobrir meu caro, precisamos descobrir, repete o policial.
Ambos se despedem do homem que lhes contava sobre Dimas, entram em seu carro e partem em direção a casa de Ana.
Lá, eles conhecem o gringo, agora ele já esta sóbrio, embora reclame de enxaqueca, uma forte dor de cabeça.
O Dr. Lhe da umas cápsulas de analgésico e em seguida o interroga.
O gringo diz não ter visto nada do que Ana diz ter visto.
Não se lembra nem do atropelamento.
Nada, nada aconteceu a não ser uma carona e eu ter desejado muito transar com esta moça gostosa, diz Johnson.
Ana olha para o gringo e balbucia uma frase de canto de lábios; maldito, imprestável.
Em seguido diz a Paulo, em alto e com bom tom; - leva este idiota daqui, por culpa dele eu estou nesta encrenca.
Ordinário, gringo tarado.
Paulo se levanta e vai em direção ao homem, mas o Dr. Inácio o detém, ele diz – não, o deixa aqui, podemos precisar dele, não se livrem de ninguém que esteve envolvido nesta estória.
Precisamos de todos.
Mesmo que não se lembrem de nada.
Ate agora, apenas o atropelamento é real, o que aconteceu daí para frente é fruto de imaginação ou fato, embora diabólico.
Isso; precisamos descobrir.
(Continua)