Cliché - Micro Conto

Clichê - micro-conto

A lua cheia pairava sob um céu cinza, e sem nuvens,o sibilar do vento açoitava os galhos secos das árvores do cemitério abandonado. Ilustrando o sinistro, uma revoada de morcegos partiu da torre do castelo e inundou a abóboda celestial com esvoaçar de suas asas negras. A neblina bailhava por sobre os túmulos. Talvez, caísse um chuvisco,apesar da ausência das nuvens. Uma noite de advertência para que os incautos permanecessem em casa, pois algo de macabro poderia acontecer: os mortos sairiam de seus túmulos para assustar, o vampiro teria sede de sangue,o lobisomem teria fúria para estraçalhar alguém. Diogo não levou a sério os sinais:

- bobagem, puro clichê...

Ao abrir de sua porta foi golpeado,com fúria, e caiu esvaindo-se em sangue,despedaçado.Não teve uma morte demorada e dolorosa.

Não se sabe o que o matou.Para quem gostaria de saber, basta sair de casa quando avistar no céu,ao alto, uma grande e bela lua cheia numa noite,onde o vento sibila,com a presença de uma garoa convidativa para um passeio na madrugada.

Leônidas Grego
Enviado por Leônidas Grego em 07/05/2013
Reeditado em 02/12/2017
Código do texto: T4278931
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