“O Livro dos Mortos”

“Depois de lerem este conto, os livros não serão mais vistos com os mesmos olhos.”

“O Livro dos Mortos”

Ronildo visita Morgana em sua casa de praia e ao entrar na biblioteca da casa com sua amiga, ele vê um livro adornado com uma capa cuja ilustração tem formato chamativo.

Ronildo fica curioso e vai à direção da estante. Morgana percebendo a intenção do amigo fala brusco com ele.

-não, não toque neste livro.

-porque não?

-ele esta ai a dezenas de anos, a casa já foi reformada, as prateleiras da biblioteca foram trocadas e coisas ruins aconteceram com as pessoas que abriram este livro.

Ronildo parou e prestou bem atenção nas palavras de Morgana, mas sua curiosidade trincava seu cérebro.

É como se o livro o chamava.

Ronildo olha a hora num grande relógio de parede e diz; vamos à praia Morgana? Sim, responde a moça segurando um vaso de flores na mão.

Morgana - me espera por água nestas flores, depois nos iremos, enquanto isso vai fechando as portas da biblioteca, por favor!

Ronildo que já estava no interior da ante-sala, volta para fechar a porta, ao dar as costas, ele ouve uma voz masculina, voz rouca, como se alguém o repreendesse; não vire as costas pra mim.

Ronildo – quem é você? A voz se cala, como se entendesse a pergunta, mas se nega responder.

Ronildo sente seus braços adormecerem, sua boca seca, ele quase não consegue se mexer.

Morgana já no jardim da frente da casa chama o amigo; o rapaz.

Vamos logo, daqui a pouco escurece e a gente não aproveita a praia, ela insiste; ou, vamos logo.

Ronildo – já vou indo, me espera.

Ao sair ele deixa à amiga perceber o pavor estampado no rosto.

Morgana – você esta bem? O que ouve? Ele olha para ela, pensa antes de responder, mas revela, eu estou ficando maluco.

Como assim? Eu ouvi uma voz falando para eu não dar as costas pra ele, mas não vi ninguém.

Morgana – foi o livro, ele percebeu tua curiosidade, precisamos ir embora. Você esta correndo um serio risco.

Não, eu não vou, o que acontece se eu abrir o livro.

Morgana – o livro é um caminho que leva as pessoas para o vale da morte. O que acontece? Você tem que cumprir uma missão.

Se você cumprir, você volta, mas se falhar; você morre, fica no vale da morte para sempre.

Eu quero ir, diz Ronildo.

Eu quero, sinto que se não for, nunca mais terei paz, entende? Eu preciso. Morgana – eu vou embora, se você quer abrir o livro deve estar só.

Os mortos não querem testemunha, você estará sozinho.

Ronildo – esta bem, então você vai, mas se eu não voltar para casa ate ao meio dia de amanhã, você volta para me resgatar.

Promete-me que volta? Sim, diz Morgana com uma expressão de pânico no rosto amarelo, sem sangue de tanto medo.

Os dois saem a caminhar em direção a praia, mas Ronildo não vê mais nada em sua frente, ele parece estar em choque. Logo que a noite chega, eles voltam para a casa, Morgana – tem certeza que quer fazer isso? Ele com muito medo, mas encorajado por uma motivação estranha e sem controle responde; sim, eu preciso.

Agora vá, vai embora, leva o meu carro a estrada esta muito escura e se precisar, você terá que voltar, então, leva o carro.

Logo que Morgana parte, ele entra na casa e sente um silencio mórbido, um silencio quase que planejado, como se alguém estivesse planejando um ritual.

Mas Ronildo determinado se esforça e vai à biblioteca.

Ao se aproximar vê o livro, parece sentir que ele sorria, sua capa se contorcia num breve jubilo de satisfação.

Ronildo fica ali parado do outro lado da grande porta de vidro.

E em seguido vai para o quarto toma um banho e se deita, por volta de onze horas da noite, ele ainda acordado, se levanta, veste o roupão e vai caminhando lentamente no corredor que da acesso a biblioteca, o roupão aberto, uma das pontas arrasta no assoalho que rangi lentamente com os 120 quilos do homem negro.

Ele para em frente à porta novamente e vê o livro se desfolhar lentamente, Ronildo fica assombrado, mas não se move, ele olha atentamente aquela cena inusitada. Quando as folhas param de virar.

Ele entra e novamente a voz fala com ele.

– aproxime-se, não tenha medo, leia este escrito.

Porem, lhe aviso tudo que se ler em minhas paginas acontecerão, eu preciso que leia o que este escrito do inicio ate aonde parou, esta será tua missão, cumpra-a e viva, falha, e ficara para sempre no vale da morte, tua sina esta traçada, agora depende de você.

Há muitos anos ninguém se atreveu me olhar à capa, nela estão meus olhos. Você foi corajoso e eu preciso continuar minha saga.

Neste instante, uma risada medonha toma o ambiente, em seguido o livro se cala.

Mais um pouco, ele diz – vamos leia teu destino.

E boa viagem! Ao iniciar a leitura Ronildo entra em choque, seu corpo desaba ao solo, lá diz o seguinte; há vinte e três anos morreu uma menina com sete anos de idade, a morte dela foi noticia em todos os jornais devido à crueldade a que lhe sucedeu.

Porem, os vivos não entendem, mas seu espírito vagueia entre eles no corpo de uma mulher a qual deveria estar morta e seus ossos apodrecidos nas valas.

Porem tomou o espírito da pequena Melissa para si indevidamente e agora chegou sua hora de partir e devolver o espírito a menina para que ela descanse em paz.

Tua missão e encontrar a mulher, matar seu corpo e devolver o espírito a dona de direito.

O espírito cuja adentrou em minhas paginas, estará vagueando por entre os espíritos, assim que encontrar o espírito de Melissa tu entrara no sonho deste corpo cujo espírito abita e fará com que ela morra dormindo, tu deve lhe causar uma morte lenta e cruel, para que ela tenha tempo de se arrepender do mal que fez a pequena Melissa.

Depois, deve encontrar os espíritos cruéis que lhe fizeram mal, de tal forma que a levou a morte.

Estes devem morrer rapidamente, pois deles não quero arrependimento.

Enquanto o espírito de Ronildo lia o Livro, seu corpo tremia inconsciente caído ao chão em convulsão.

O espírito justiceiro de Ronildo não teve dificuldade em encontrar o espírito fujão, ele o encontrou logo, porem algo terrível esta prestes a acontecer, pois sua melhor amiga era quem estava com o espírito de Melissa.

Morgana, Não, eu não posso lhe matar, Morgana dormia e já eram três horas da madrugada, ele entrou no sonho da amiga e seu espírito se rebelou contra ele, pois ele sabia, que se Ronildo falhasse, morreria. Ronildo não tinha chance, ele amava sua amiga, mas de certa forma, de nada adiantaria sua lealdade, ele acaba de descobrir que seu espírito tentava lhe destruir.

Por isso, não titubeou, causou-lhe um enfarto e a matou.

Em breve, ouviu-se um forte ruído no jardim da casa, eram os espíritos dos assassinos que viam ao encontro de Ronildo para matá-lo.

Ele os enfrentou e os espíritos fugiram covardemente e foram seguidos pelo espírito guerreiro de Ronildo que em breve entrou nos sonhos dos covardes mal feitores.

Estes também foram destruídos com a mais breve ação possível, como pedia o livro.

Isso já eram seis horas da manhã.

Ronildo despertou, olhou o relógio na parede da Biblioteca, olhou o Livro na estante, e o livro estava fechado.

Ronildo sentia um forte cheiro de sangue na boca, passou a mão no rosto, lentamente se levantou com uma sensação horrível.

Nossa, que pesadelo, me deixa ligar para Morgana.

Ele ligava, mas a ligação caia na caixa de mensagem.

Ronildo decide esperar a amiga ate o meio dia, conforme combinado.

Passou meio dia, uma hora e nada da amiga chegar, ligou novamente e desta vez uma voz masculina atendia, era o pai de Morgana.

Ele lhe dava noticias da morte da filha, Ronildo assustou-se, entrou em desespero.

E ao conversar com os pais de Morgana, informaram-lhe, a vinte e três anos, fizeram um pacto com um espírito e este pacto seria registrado num livro, o “livro da morte.”

Agora, estava tudo acabado, o livro já estava sem encanto e suas paginas já poderiam ser abertas, Ronildo abriu e viu na roda pé da pagina uma assinatura, seria a assinatura do pai da Morgana.

Lá, ele se comprometia guardar o livro num lugar seguro por vinte e três anos.

Porem, um espírito justiceiro viria a reclamar pelos direitos da inocente Melissa, daí em diante a divida estaria pago e a ordem natural restaurada.

Fim

Queridos leitores, escrever este conto causou-me arrepios e medo.

Mas o escrevi para que refletissem no assunto; nunca devemos fazer pactos que interfira em nosso tempo de vida.

Este tempo, deve ser determinado por Deus e ninguém tem o direito de interferir.

Joel Costadelli
Enviado por Joel Costadelli em 27/04/2013
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