Minha Morte

Observo-a com meus olhos penetrantes,

Essa imagem que ainda percorre esse meu leito,

Percebo nela os seus desejos ultrajantes

Sinto a sua mão gélida comprimindo-me o peito

Acaricia-me essa figura tão pitoresca,

Afagando meu rosto descorado e sem energia

Como um presságio da visão dantesca

Com esta paz ela afasta-me da dor de melancolia

Ouço esta voz sussurrar algo a alguém

Mas neste quarto não há ninguém entre de nós

Percebo a energia renascida do além,

Temeroso por fitar nos olhos esse macabro algoz

Sinto o vento em um sopro friorento,

Abrindo a porta deste quarto que está fechado

O pesadelo real tornou-se o tormento

Algo de ruim ainda me mantém enfim acordado

Vejo negros fios de cabelos pela janela

Uma senhora ao canto aponta o dedo para mim,

Apaga-se a luz que bravia expunha a vela

Será essa a sensação maquiavélica de todo fim?

Não consigo mexer os músculos inferiores,

Uma força maligna parece ter um domínio total,

Sobre as percepções dos terríveis pavores,

Quando vejo-me de frente com o sobrenatural!

A face pálida beija-me a suada fronte,

Estou sendo tragado para uma energia fenomenal

Avistando o sol apagar-se no horizonte

Este é o momento de dar-te esse meu adeus final

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 13/04/2013
Código do texto: T4239630
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