Minha Morte
Observo-a com meus olhos penetrantes,
Essa imagem que ainda percorre esse meu leito,
Percebo nela os seus desejos ultrajantes
Sinto a sua mão gélida comprimindo-me o peito
Acaricia-me essa figura tão pitoresca,
Afagando meu rosto descorado e sem energia
Como um presságio da visão dantesca
Com esta paz ela afasta-me da dor de melancolia
Ouço esta voz sussurrar algo a alguém
Mas neste quarto não há ninguém entre de nós
Percebo a energia renascida do além,
Temeroso por fitar nos olhos esse macabro algoz
Sinto o vento em um sopro friorento,
Abrindo a porta deste quarto que está fechado
O pesadelo real tornou-se o tormento
Algo de ruim ainda me mantém enfim acordado
Vejo negros fios de cabelos pela janela
Uma senhora ao canto aponta o dedo para mim,
Apaga-se a luz que bravia expunha a vela
Será essa a sensação maquiavélica de todo fim?
Não consigo mexer os músculos inferiores,
Uma força maligna parece ter um domínio total,
Sobre as percepções dos terríveis pavores,
Quando vejo-me de frente com o sobrenatural!
A face pálida beija-me a suada fronte,
Estou sendo tragado para uma energia fenomenal
Avistando o sol apagar-se no horizonte
Este é o momento de dar-te esse meu adeus final