CALAFRIOS NA NOITE - PARTE II

Apesar do medo Severino tinha que certificar-se do que estava acontecendo, afinal de contas ele era um cabra macho da Paraíba, tinha que honrar sua reputação. E deixando o medo de lado, olhou o corpo, catucou, e nada. Diante dos fatos Severino querendo mostrar-se muito macho. adiantou-se a conversar com o defunto:

- O seu menino, você está me ouvindo?

E nada ouvia-se, até mesmo os gemidos sessaram. Severino sentindo-se cabra macho, afinal de contas teve coragem de puxar assunto com um defunto. E Severino insistiu:

- Você me desculpe a pergunta, mas de que morreu?

E nada ouvia-se, até que quando passavam por um trecho do percurso totalmente escuro, a lâmpada estava queimada, Severino começou a ouvir barulho, gemidos, a maca começou a tremer.

A macheza de Severino caiu por terra, o homem tremia mais que vara verde, mas tinha que ter certeza que aquele barulho era proveniente do defunto, e foi chegando devagar e num puxão desfez o lacre do pacote, na altura da cabeça, e vapttttttttt, o lençol foi retirado do rosto e o defunto abriu os olhos e olhou para Severino, fez menção de falar-lhe, mas antes que o som saísse ele correu o mais que pôde.

Pernas pra que te quero, assim corria Severino quando se chocou com a porta de vidro da saída caindo estatelado no chão.

Quando Severino voltou a si estava deitado em um leito na emergência do Hospital, passou a noite na emergência e outro foi chamado para terminar o trabalho dele.

No próximo plantão Severino já recuperado retornou ao trabalho, e estando ele em sua sala, foi chamado ao C.T.I., e andando apressadamente subiu. Encontrou o médico que lhe falou:

- O que houve ontem Severino, correu de medo dos falecidos? Cuidado que eles Vêm atrás de você. kkkkkkkkkkkkkk

- Doutor, não fala isso nem brincando.

- Ora Severino, se tem medo de defunto, está no emprego errado. Se ontem você ficou com medo, prepare-se para hoje, que tem o dobro de óbito de ontem.

- Doutor eu preciso muito desse emprego.

- Então mãos ao trabalho.

- Severino apreensivo, porém consciente que deveria encarar seus medos, iniciou seu trabalho. Enquanto transportava os defuntos, rezava:

- Meu Padin Pad Cícero, vem em meu socorro.

E se apegando em suas crenças, carregou todos, quando levava o último, na penumbra dos corredores frios de um Hospital, Severino fatigado do trabalho, sentou-se em um banco no corredor. E enquanto tomava fôlego para conduzir o último defunto, eis que a maca tremeu, dessa vez Severino não desembrulhou o corpo, quando inesperadamente o pacote começou a abrir e uma mulher desceu da maca falado:

- Me ajude, eu quero respirar, ar...ar...ar ...

Continuou balbuciando palavras, mas Severino já tinha picado a mula, aos gritos:

- Socorro! Tem um fantasma atrás de mim.

Os seguranças do Hospital correram para ver o que estava acontecendo, Severino contou o fato, eles percorreram todos os corredores, mas não encontrou nada. Severino foi levado a Enfermaria e o médico prescreveu um calmante, e ele dormiu. O médico sugeriu um encaminhamento de Severino a um Psicólogo, afinal não era primeira vez que ele apresentava este quadro.

No dia seguinte o médico deu alguns dias ao Severino, e mandou que procurasse cuidar-se. Severino foi para casa encucado com o que estava acontecendo no Hospital, e indagava-se, sem respostas. Por que será que está havendo tantos óbitos atualmente? O que será que há por traz disso? Ele nunca passou por essas perseguições antes. Alguma coisa estava acontecendo naquele Hospital, e Severino estava disposto a desvendar o mistério.

O que será que os defuntos querem, parece até um movimento dos mortos.

Continua...

Rivanda De Siqueira
Enviado por Rivanda De Siqueira em 13/04/2013
Reeditado em 03/06/2014
Código do texto: T4238463
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