VULTOS NA MADRUGADA - PARTE I

- Vamos Ricardo, precisamos ir, já bebemos demais, iremos trabalhar amanhã.

- Espera um poucooo... só uma saideira.

- Ricardo essa já é a sexta saideira.

- Garçommm, trás mais uma saideiiiraaa.

- Não garçom, já chega traga a conta.

Jonas e Ricardo beberam muito, mas ainda assim Jonas encontrou forças para sair puxando o amigo. Saíram pelas ruas na madrugada cantarolando. Logo Jonas já estava diante de seu prédio, Ricardo morava dois quarteirões depois, e teria que ir sozinho.

As ruas estavam totalmente desertas, Ricardo saiu andando, cambaleando, quase indo de cara no chão, quando inesperadamente ao passar por uma esquina, ele viu um vulto, que rapidamente se escondeu na escuridão da noite.

Ricardo começou a temer por sua vida, apressou o passo quase correndo, a medida em que corria, olhava para trás, e via a sombra sair de um lugar e se esconder em outro. Logo ele observou que não era mais um vulto e sim vários.

Ricardo medroso que só ele, começou a pedir ajuda a todos os santos, e quanto mais orava, mais vultos o seguia. De repente ele esbarrou em uma lata de lixo, que rolou para o meio da rua, foi um barulho estrondoso, e ele caiu, e com grande dificuldade conseguiu levantar, enquanto isso uma legião seguia-o. Ricardo não sabia mais a quem recorrer, orou, fez promessas, até de parar de beber se conseguisse sair dessa com vida.

Os vultos agora não faziam questão de se esconder, e com certa dificuldade de locomoção perseguiam o Ricardo, que já havia perdido as esperanças.

Ricardo corria e caia, levantando e corria novamente, parecia uma eternidade até chegar em sua residência. Os vultos agora andavam em grupo, e emitiam um som de animal.

Logo Ricardo ouviu um uivo de dor, e quando olhou para trás eles haviam parado e atacado um cachorro que revirava o lixo, dilaceraram o pobre animal que se debatia, enquanto eles faziam a partilha.

Ricardo aproveitou o incidente para se safar e cambaleando apertou o passo e logo estava diante de seu prédio, e com muita dificuldade meteu a mão no bolso e tirou a chave do portão, enquanto tentava encontrar o buraco da fechadura, a chave caiu no chão, ele olhou e viu os restos mortais do pobre cachorro estirado ao chão.

Observou que eles voltaram a atenção para ele. Rapidamente tentou pegar a chave, enquanto eles vinham em sua direção. Desesperado Ricardo enfiou a chave na fechadura e tentava girá-la o mais rápido possível. Ele podia sentir a respiração dos agressores.

Continua...

Rivanda De Siqueira
Enviado por Rivanda De Siqueira em 11/04/2013
Reeditado em 23/04/2013
Código do texto: T4235712
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