História de morte

João abriu os olhos e não reconheceu o lugar onde se encontrava. “O que estava fazendo ali”? “Não deveria estar em sua cama dormindo”? “João se perguntou”. Notou que estava completamente despido e ficou ainda mais confuso. Ao sentar- se percebeu que estivera deitado em uma maca e que havia muitas outras espalhadas por ali. Algumas com pessoas igualmente nuas deitadas. A descoberta o horrorizou. Estava em um necrotério! “Mas oque acontecera com ele. Não se lembrava de nada!” Se estava consciente era sinal de que não morrera. Levantou-se disposto a procurar alguém e informar que houvera um engano. Ele, o comerciante João Eustáquio estava vivo. Talvez tivesse desmaiado e para ali o trouxeram. Na grande sala gelada o silêncio era total. As luzes muito fortes iluminavam cada pedacinho do lugar. João descobriu uma porta de aço, e começou bater pedindo socorro. O eco de sua voz era a única resposta. Decidido esperar que em algum momento aparecesse alguma pessoa, voltou para a sua maca e em segundos adormeceu. O barulho de vozes cochichadas o despertou, olhou em volta e viu dois homens vestidos de branco colocando uma moça em uma maca. “Hei” Chamou ele. Os homens o olharam e sorriram um para o outro. “Estou vivo, precisam me tirar daqui.” Insistiu João. Sem uma resposta os homens saíram novamente. João voltou a esmurrar a porta, enquanto gritava colérico. “Eu sou um grande empresário, vocês não podem me prender aqui. Tenho negócios á resolver.” Durante muito tempo ele esbravejou em vão. De repente pelo canto do olho ele viu um rapaz se levantar de uma das macas. Aliviado se aproximou. “Você também está vivo?” O jovem que estava tão confuso quanto ele não respondeu. Apenas olhava ao redor desnorteado. João se irritou. “O que há com você camarada? É surdo ou mal educado?” O rapaz com os olhos arregalados olhava para João sem esboçar reação. De repente rompeu em um choro sentido. Os soluços sacudiam seu corpo franzino. Penalizado João estendeu a mão para tocá-lo. Golfadas de sangue saíram da boca do jovem. Enojado João pulou para trás. ‘“Esse aí não vai durar muito”. Pensou. Minutos depois o rapaz voltou para a cama e caiu em sono profundo. (Continua)

vânia lopes
Enviado por vânia lopes em 07/04/2013
Reeditado em 08/04/2013
Código do texto: T4228125
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