O CONTO DO COMBOIO FATAL

Na estação de comboios chamada Maldita tinha um comboio que era sempre o último a passar na estação. No qual um homem chamado Fernando de sua profissão talhante, levava em sua mala uma faca e um martelo dos talhos. Esperava sentado pela passagem do último comboio, observando tudo o que se passava à sua volta, quando chegava o comboio que ele costumava viajar, entrava dentro dele e sentava-se num banco, observando os passageiros à sua volta. Quando chegava o momento certo pegava na sua faca e no martelo e ia de encontro às suas vítimas matando-as violentamente. Despindo-as e amarrando-as de cabeça para baixo retirando os olhos e os dentes de cada uma das vítimas e os colocava dentro de um frasco.

As queixas de pessoas que tinham desaparecido já eram muitas mas não se sabiam do paradeiro de nenhuma. Fernando ao fim do seu serviço, entrega suas vítimas para os canibais da sua organização comerem, sempre com o olhar atento do maquinista desse comboio felicitando-o pelo sucesso das suas matanças. Um fotografo chamado André vê uma das pessoas que havia fotografado no dia anterior, como desaparecida no jornal. André lembrou-se que tinha visto essa pessoa a entrar no último comboio da estação Maldita. No dia a seguir resolveu esperar por esse último comboio a ver o que se passava dentro dele. Chegado o comboio, o fotografo entra e esconde-se no último compartimento do mesmo.

De seguida avança devagar observando o que se passava dentro do comboio, e depara-se com um homem a matar violentamente as pessoas que iam lá dentro, aterrorizado tira fotografias dos homicídios e parte o vidro do comboio para fugir, antes que o homem assassino o veja e o mate. O homem assassino ouve um barulho e vai investigar o que se tinha passado, e viu que alguém tinha escapado pelo vidro sem ele ter dado conta. André corre até sua casa e observa as fotos tiradas. No dia a seguir vai à polícia fazer queixa mas a polícia não dá crédito ao que ele diz, ignorando suas acusações. Visto isto André vai até à casa da sua namorada Anabela, e conta-lhe o sucedido. Anabela nem queria acreditar numa monstruosidade daquelas. Combinam os dois irem no dia a seguir para dentro do tal comboio com o intuito de matar o homem assassino.

Entretanto o homem assassino depois de cumprir sua missão do dia, desloca-se para o seu hotel onde se encontrava hospedado. No dia a seguir acorda e veste-se e vai para o talho onde trabalhava. Acabado o seu dia de trabalho vai até à estação apanhar o último comboio para mais um dia de matanças. O comboio aproxima-se e o fotografo e a namorada preparam-se para entrar dentro dele mais o homem assassino e os restantes passageiros. Já dentro do comboio o casal de namorados foge para o último compartimento no mesmo, observando o homem assassino a matar os passageiros. O fotografo decide enfrentar o homem assassino mano a mano, e vai ao encontro dele com uma faca grande. O homem assassino vê o fotografo com a faca na mão e vai ao encontro dele para o matar.

Há uma luta terrível entre os dois, murros um no outro, arranhões, cabeçadas, até que o fotografo atira o homem assassino para fora do comboio. O fotografo vendo que já se tinha livre do homem assassino vai ao encontro da sua namorada abraçando-a. Chega ao fim da linha e o comboio para. O fotografo olha para trás de vê o homem assassino a vir de novo ao seu encontro. Começam de novo ao murro um ao outro e pontapé, até que o fotografo espeta-lhe a faca no pescoço matando-o redondamente. O maquinista observa a cena e vai ao encontro da namorada do fotografo e mata-a com uma faca. O fotografo ao ver o sucedido grita pela sua namorada, não acreditando no que estava a ver.

O maquinista diz ao fotografo:

- És o escolhido, vais trabalhar para nós, ocupando a posição do homem assassino agora já morto, e não perguntes o porquê, apenas obedece e cumpre a tua missão.

O fotografo começa a desempenhar essa missão anteriormente feita pelo homem talhante assassino, matando as pessoas do último comboio todos os dias à noite para saciar a fome dos canibais da organização.

André assegura a continuidade da estrutura da organização, porém começa a ter pesadelos de noite que o atormentam todas as noites. Era a sua namorada já morta que o persegue nos seus pesadelos, dizendo-lhe:

- André, abandona a organização e vinga-te deles! Não vês que me mataram, vinga minha morte, destrói a organização!

André acorda sobressaltado destes seus pesadelos, e continua tirando fotos das suas matanças dentro do comboio, mas cada vez mais fica traumatizado pelos pesadelos que vem tendo à noite. Refugia-se de si próprio na praia, tomando ar puro, pensando na sua vida e nos horrores que vinha fazendo. Porém não queria ceder ao que a namorada lhe dizia nos seus pesadelos, ia lutando contra isso. A cada dia que passava ficava mais louco, até que um dia já não aguentava mais ser atormentado, resolveu preparar uma emboscada contra a sua organização. Levava em sua mala armas de fogo com o intuito de acabar de vez com a organização de canibais.

Quando chega à estação e fica esperando pelo último comboio, observa à sua volta tudo o que o rodeia e vai tirando algumas fotos que lhe agradam. Ao ver o último comboio chegar prepara-se para entrar e realizar seu plano diabólico. Já dentro do comboio manda que os passageiros se retirem do comboio para fora, indo de encontro aos canibais com sua arma de fogo e lança fogo sobre todos eles. Estes por sua vez começam a morrer, gritando muito alto em som deveras tenebroso, a respirava-se a morte dentro do comboio. O maquinista ouve gritos estranhos e resolve parar o comboio de repente.

Fazendo uma travagem muito brusca, até fazia faísca nas linhas de ferro, e vai ao encontro de André e vê que este tinha matado todos os canibais. Deita as mãos à cabeça incrédulo pelo que estava a ver e de seguida ataca André. Os dois envolvem-se num duelo muito duro, entre murros e socos um no outro, partindo os vidros do comboio. André atira com o maquinista pela janela fora, e este cai redondo no chão mas não morre. O maquinista levanta-se e vai ao encontro de André surpreendendo-o por trás com um murro ao qual este cai para o chão. O maquinista vê uma faca no chão e apanha-a, e tenta dar uma facada em André mas este consegue impedi-lo, dando-lhe uma cabeçada na testa. O maquinista cai, e André pega na faca e espeta-lha no centro da testa, matando-o.

Era só sangue pelo corredor do comboio, André viu que tinha conseguido alcançar seus objectivos, e corre até à sua mala para tirar fotografias do horror que aconteceu dentro do comboio, lembrando-se do que dizia sua namorada nos seus pesadelos. Sai do comboio e vai a pé até ao seu carro para regressar a casa. Pelo caminho André começa a ter seus pesadelos que o fazem suar muito, quando de repente não observa o sinal luminoso vermelho, e passa sem parar, ao qual um camião bate contra seu carro matando-o acidentalmente.

Mais tarde um investigador da polícia encontra dentro do carro de André um diário que falava sobre uma organização de antigos sacerdotes egípcios que liberavam esses monstros demónios e os alimentavam em troca da imortalidade. E que o André foi o escolhido por ter lido o livro dos mortos.

FIM