A FAZENDA DO ARREPIO I

- Aló! Julia? Estou passando aí as 20:00 para pegá-la, meus pais decidiram pegar a estrada hoje à noite, assim viajamos a noite e chegamos lá de madrugada, sem contar que à noite o transito está melhor.

- Ok querido vou fazer as malas. Beijos. Te amo.

Ferdinando passaria para pegar a sua namorada Julia para irem a fazenda de sua família, ficariam lá os três dias do feriadão de semana santa.

Ferdinando e sua família prepararam todas as coisas necessárias para a viagem. Era a primeira vez que Júlia ia a fazenda dos pais de seu namorado. Ela estava bastante empolgada.

A principal atividade econômica da fazenda era gado de corte.

A noite Ferdinando passou na casa da Júlia para pegá-la, ela levaria também seu irmão menor. Júlia já estava pronta, esperando o namorado. Ela desceu rapidamente e entrou no carro, onde já estavam seus sogros. Partiram rumo a mais uma aventura. O Domini, irmão de Júlia estava fascinado com a experiência que viveria na fazenda.

Domini ia pensando na pescaria e banho no riacho, pegaria perereca e sapo, assim pensando adormeceu no colo de Julia.

Pegaram a Rodovia 101, era um breu total, pois ela não é iluminada, sem contar no perigo que é pegar a estrada a noite, onde ninguém respeita a lei, consequentemente desrespeitam a vida.

O clima estava bem ameno, a temperatura ia caindo e o vento soprando suavemente, a escuridão causava pavor. De vez em quando via-se olhos na mata em meio a escuridão, suponhamos que sejam de animais. E assim transcorreu a viagem até a madrugada, quando já exaustos avistamos a porteira, com luzes brilhando, a única durante toda a viagem.

Julia tentava despertar o irmão, enquanto desci do carro e fui abrir a porteira, entramos e seguimos até a casa grande, o silêncio era total. Descarregamos o carro, meu pai guardou o carro na garagem e levamos tudo para dentro. Todos exaustos seguimos para os quartos, claro depois de certificar-me que a porta estava bem fechada.

Meus pais foram para o quarto deles e eu, Julia e Domini seguimos para o meu quarto. A minha cama estava convidativa, corri e me joguei nela. Julia e Domini também. Já era quase de manhã, o galo já cantava. Esperávamos dormir até as dez horas, pois estávamos muito cansados.

Estava tão cansado que desmaiei, dormia o sono dos justos quando fui acordado com um barulho estranho na janela. Ela rangia, com um barulho aterrorizador, me arrepiei dos pés à cabeça, mesmo assim tinha que verificar o que era aquilo. Fui a gaveta da cômoda e peguei a arma, e de ponta de pé cheguei até a janela, olhei pelas frestas de madeira, mas não vi nada. O barulho passou, então retornei para a cama. Julia e Domini cobriram a cabeça e tremiam de medo. Então falei:

- Julia não foi nada, não há ninguém lá fora.

- E esse barulho Ferdinando, surgiu do nada? Ainda acho que tem alguma coisa lá fora.

- Querida, já lhe disse que não foi nada, volta a dormir.

Caímos na cama e dormimos novamente, porém a paz não durou muito tempo, logo fui acordado subitamente com um vento uivante que escancarou a janela, levantei rapidamente peguei a arma e fui até a janela, olhei e olhei lá fora e não vi nada, além de uma ventania. Fechei a janela e voltei a dormir. O quarto foi tomado por uma temperatura baixa, sentíamos muito frio. Nos agasalhamos e voltamos a dormir.

Não transcorreu muito tempo e logo, logo acordei com os gritos de Julia. Imediatamente perguntei-lhe:

- Julia o que houve?

- Não sei se sonhei ou realmente aconteceu, é que senti um sopro gelado em meu ouvido, e acordei assustada.

- Não foi nada Julia, você deve ter sonhado, vamos voltar a dormir.

O vento uivava lá fora, estranhamente a temperatura caiu muito. Levantei e acendi a lareira, mas o quarto continuava frio.

Puxei a coberta e me cobri, quando de repente olhei para o lado e havia uma mulher estranha dormindo ao meu lado, a qual deu um puxão e me descobriu. E a Julia aonde ela estava? Quem era aquela mulher? Ela era familiar. Como ela foi parar ali? Levei um grande susto, tentei gritar mas a voz não saia. Todo o meu corpo paralisou, fiquei arrepiado.

Tentei acordar, mas não conseguia, e logo vi um homem deitado em minha cama ao lado da mulher, abraçados. Mas o que houve com a Júlia? E o Domini? E aquele homem quem era ele? Por que tinha a sensação de que o conhecia?

Continua...

Rivanda De Siqueira
Enviado por Rivanda De Siqueira em 11/03/2013
Reeditado em 13/03/2013
Código do texto: T4183267
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