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  Era um menino, brincava, as letras se divertiam em sua mente, se aglutinavam e se transformavam.

  Ele, um escritor, não escrevia nada com nada, seguia linhas medíocres de pensamento, e ao relento era um bom leitor.

  É, ele era um ótimo leitor, não lia nada com nada, seguia linhas ortográficas complexas, de autores renomados e inacessíveis, de cadeiras de academias, de letras perfeitamente impressas em livros clássicos, era um fanático, nada mais que um fanático.

  Suas idéias eram hipóteses construídas em linhas tortas que não levavam a lugares reais. Eram fantásticas e fantasiosas. Era hipócrita e insensato, isso se a sensatez deveras existisse. 

  Sempre pensou que agradaria a si mesmo com suas escolhas, mas no amontoado de decisões impensáveis tomou atitudes impactantes. Tornou-se algo menor do que já era, agora a evolução era um retrocesso.

  Desejou ser mais lido que os demais, desejou ser mais comentado, criou fantasmas e sombras, hoje é um personagem e não um autor. É um retrato e não uma imagem, ele é, é o que ele é. Agora se esconde atrás de uma maquiagem, é apenas uma miragem.

  Sentou-se sobre uma pedra, maldita pedra suja e empoeirada. Olhando para ela, esculpiu-a em seu cérebro, uma linda mulher, doce, calada, só opinava quando ele ordenava. Sua escrava era uma estátua, uma pedra no caminho de muitos, eram muitos no caminho dessa pedra. E se tornaram uma aliança.

  A chuva e o sol não o molhavam mais, nem de suor, nem de água, nem de vida, nem de ar... Era seco, se tornou um prisioneiro em seu próprio quarto, em seu próprio canto. E era um quarto, e por fim se tornou refúgio para seu próprio mau. E mesmo sendo mau, definitivamente era bom demais.

  Abafado de idéias, construído de desejos, movido por sua fome e sedento por água potável de fonte cristalina, poluiu a nascente, poluiu todo o mar, e o sal ficou sem gosto, e a água doce virou esgoto.


  Era um menino, de estória difícil, de idéias, um escritor, era um leitor... Era um rosto, apenas um rosto que nunca existiu.

Fim!


Acreditem, o terror não é algo que pode se ver, é algo que se sente, é aquilo que te persegue e te rodeia, ele está aqui em algum lugar... escondido, maqueado... ele está aqui!

  Esse é apenas mais um texto, sem endereço, entregue ao carteiro do recanto, e não me pergunte sobre ele, mas se pergunte sobre "eles"...


Afinal...

"Nem sempre o que é fértil produz"

Sejam sempre bem vindos e que Deus os abençoe e ilumine sempre!

Sidney Muniz
Enviado por Sidney Muniz em 22/02/2013
Reeditado em 22/02/2013
Código do texto: T4154226
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