E Ela Falou o Seu Nome
Perambulava pela noite, mas era como se algo onírico. Um algo inflamado. Um algo de fatal pairava . Instante de impossível suportar minha alma. Insatisfeito e irremediável. Um sonho medieval, ou alucinações inconformadas. E a escuridão sempre noturna. Vagavam entre longínquo. E ainda mais longínquo distanciava o que eu sentia. Todas tempestades. Invisível violência. O debater-se entre nuvens avermelhadas, febrentas repletas. Trovão e inconsolável. Foi então que a encontrei.
Ela abrira a porta do antigo casarão. Sedutoramente a entrar. Aquele algo que me envolvia, como se não houvesse perigo, que é o que ocorre quando o perigo pressente. Aterrorizava-me a contemplação quando antes da porta, mas em interior a sublimação de magias do incompreensível. Hipnotizei-me. Aroma delicioso de desconhecido e delírio. Alucinógeno anatural. Sobrenaturalidades inaladas. Atmosferas-auras e pesadelos, vidas e mortes, luz astral queimando pulmões. Ela carregava-me. Em ambíguos sentidos.
Ambiente febricitante, e por entre estranhezas de luminosidades, meus olhos ardentes, lácrimas. Distinguiam coisas que não sei nomear. Tudo não possuía nome, aqui onde vida vivida ao dia. Não conhecemos aquelas coisas. Indizível arrancando meus cabelos. O absurdo... o Absurdo. Mas afirmo que vi. Infinitas. Meu coração que não era, em vertigens. Perturbavam como devastação. Entorpecido como quando venenos ofídicos de éter. A céus e a infernos cada vez... ela dirigia meus olhos desvanecidos vapores.
Instante supremo insanidade espiritual. Refulgiu pelo mistério tempestuoso clarão de íris. Contemplar o que até então me fora incontemplável: face e olhos dela. Sobre-humana. E foi que a amei. Daquela face onde micaeles e lucíferes, olhos fundos de Desconhecido. Mudavam de cor, raios nucleares e flechas. De essência e de mônada.
Cantos e gritos canhestrando-se em demência. No porém, belos. Em excesso para suportáveis. Enlouquecia-se, como forma de penetrar. E aqueles seres nunca-vistos... Na tensidade de escuridão, escuro iluminado. Sinfonia de ciclônicos, vulcânicas em forma de relâmpagos. Um algo que se extasiava aos olhares. Do fogo dela. Compreendi que estaria ligado. Em maldição e sublime àquela mulher. Para a eternidade finita ou infinita.
E desejava saber quem era. Qual mulher? Que mulher? Loucura de filtros feitiços? Cura de aumentar doença? Arrastei o roxo do meu manto. Pisavam tortura e saudade. Enigmas arcânicos do que não. Abalo sísmico anímico. O que se oculta entre universos não versados. Vapor sanguíneo de rosa e horror. Pesar e fronte ensandecida. E o desespero.
Esquisitas angústias de energias e abracei o coração daquela mulher, beijei, durante marcha fúnebre. Seus lábios em lava. Pelas janelas do meu transtorno, do inspirar sem limites, eu via a tempestade e o fim. Ao redor do meu ser e do que ela era erguiam-se as deleitosas ameaças e fantasmas, fulgurações de espectros e astros vermelhos.
E num murmúrio, plenitude fantástica da demência, perguntei aos ouvidos da mulher. Aos extremos cósmicos... Eu perguntei o seu nome. Disse-me, mas em furacão. Senti-me dessalvo. E o seu nome era Arte.
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