A MInha Casa é Mal-Assombrada (DTRL)

Contarei sobre as assombrações que acontecem em minha casa. Desde os meus 17 anos de idade, quando pisei pela primeira vez no antigo sobrado, de térreo e primeiro andar que vi coisas estranhas. Aconteciam quando estava sozinho, ou na alta madrugada. O número é 313 - como podem ver um número ligado às coisas do além. Certa feita todos viajaram, ficaram eu e uma irmã. Neste dia, resolvi dormi na sala, pois, veria tv até tarde da noite. Como, na época não era muito de sair à noite, gostava de ver os filmes, após a novela até alta madrugada. Adormeci num dos sofás. Ja era madrugada a dentro. Uma chuva torrencial caia. Quando chove, por ser o casario próximo a um morro, que fica logo nos seus fundos, ficava frio.

Acordei com uma mão que passava insistentemente pelo meu rosto, por cima do meu nariz. Achei que era minha irmã procurando graça - sem abrir os olhos, eu reclamava, sem abrir os olhos, pois, estava com muito sono. Quando resolvi abrir os olhos, dei de cara com uma criatura pequena, miúda e cabeluda, parecia um anão. Quando esta percebeu que acordei de todo, enfiou-se debaixo da cama. Meio aturdido e incrédulo, sem saber se fora um sonho ou não, não dei muita importância. Porém, a imagem da criatura ficou na memória - num míster de dúvida e incredulidade. Olhei por baixo das camas que ficavam na sala, num canto. Estas camas beliches ficavam ali, por ser a sala espaçosa para abrigar amigos ou parentes, quando estes viessem do interior. Falei para a minha irmã o ocorrido.

- Foi sonho, imagina, uma criatura baixinha e peluda, passando a mão no seu rosto.

Ela ironizou, na manhã seguinte. Para minha surpresa, um pedaço do teto havia despencado e caído no sofá, onde estaria a minha cabeça. Não pude notar o ocorrido devido ao barulho da chuva. Um pedaço de mais ou menos de três quilogramas, que se deslocou de uma altura de cerca de seis metros, caiu no sofá e rolou para o canto da parede. Caso eu estivesse deitado ali, dormindo, provavelmente estaria morto ou muito ferido na cabeça. A criatura estranha havia salvado a minha vida. Acreditem se quiserem.

Sempre fui o protagonista dos fatos estranhos que ali ocorriam. Parte do casario, minha mãe havia transformado num dormitório para os feirantes que vinham do interior do estado para entregar as suas frutas, em vendas em grosso na Feira de São Joaquim. Era comum que todos da minha família viagessem no fim de semana, pois,a família se dividia entre Salvador e a cidade de Feira de Santana. Como sempre, eu ficava sozinho, ou acompanhado de mais um ou dois membros da família. Desta vez, fiquei sozinho. Resolvi ir dormir no quarto de minha mãe, achei que ali não seria pertubado pela criatura pequena e peluda. Apesar desses fatos serem para mim intrigantes, eu não sentia medo. E, para provocar desligava as luzes e dormia no mais profundo breu - apenas a luz da casa de cima iluminava. Mais uma vez fui acordado na madrugada com uma mão grande que tocava no meu rosto. Acordei de leve. Não me mexi, desta vez achei que era um ladrão que havia entrado na casa. No escuro, abri devagar os meus olhos e vi um senhor grande, corpulento se dirigindo para a porta do quarto, que estava fechada. Achei que o ladrão havia entrado pela janela lateral, que estava aberta. Como num passe de mágica ela atravessou a porta desmaterializando-se em pequenos fachos de luzes amareladas. Achei que era uma pessoa conhecida, as suas feições mão me eram estranhas, porém, não consegui lembrar quem era ele. Simplesmente, virei,e voltei a dormir.

Na segunda-feira, conversando com um dos hóspedes, perguntei por um dos seus companheiros, que era um senhor sexagenário, que parecia ser mais um escravo do Brasil colonial, e ele disse:

- Ah, ela morreu tem mais de um ano, talvez.

Então, lembrei que foi ele quem me visitou. Talvez, um adeus.

Numa madrugada quente, acordei para tomar banho frio. O banheiro ficava na área externa da casa. Quando olhei para cima vi debruçado na amureta do sobrado de cima um dos filhos da velha que tinha sido assassinado ali, mesmo pela polícia. Acho incrível o meu comportamento nessas horas. Olhei para ele, de forma insistente. Naquele momento ficava uma dúvida cruel, ou você tem a certeza do que está vendo, ou acha que é uma miragem ,delírio. A sua forma foi se dissipando aos poucos. Entrei e voltei a dormir. Cinco irmãos morreram na casa de cima do sobrado. É coisa muito comum eu ouvir as vozes dos mesmo a qualquer hora do dia, parece que não sabem que morreram e ficam perambulando pela casa e se comportando como se ainda existissem entre os vivos da casa de cima. Eles chamam-se mutuamente, e vez ou outra chamam pela mãe deles e pelos irmãos vivos.

Numa madrugada um hóspede bêbado entrou e esqueceu a porta aberta. Mais uma vez senti uma mão no meu rosto. Acordei e ouvi o barulho intenso dos carros na pista que fica em frente à casa. Quando fui ver a porta estava aberta. Fechei-a e fui dormir. Inúmeras vezes ja acordei com um fantasma ao meu lado. Fazia várias perguntas, e eu as respondia, como se dominasse aquele assunto. Numa feita era um que se parecia um indiano e me perguntava a respeito da vida após a morte.

De outra vez foi um suicida. Era de negrume total, revoltado, ateu. Foi uma discussão acirrada, pois, eu falava de Deus, e ele dizia que Deus não existia e que ele era um desgraçado condenado.

Em uma época eu estava tão familiarizado com os fantasmas, com as coisas do além que presenciei, de madrugada um dos meus irmãos entrando pela casa, estava cheio de cerveja. Havia uma mulher feia ao seu lado, vestida como uma prostituta barata. Quando a mesma me viu saiu correndo pela corredor, largando o seu tamanco. Estranhei o fato, e o interroguei a respeito do por que da mulher sair correndo de mim. Para minha surpresa ele disse:

- Eu bebo e você que fica bêbado, eu estava sozinho.

Pesquisando, descobri que os espíritos se divertem junto com certos encarnados. Sugam as energias sexuais do sexo descabido e bebem e se drogam com os viciados.

Um dos acontecimentos mais intrigantes foi acordar de madrugada pelo ranger de uma cadeira de balanço que era usada pela minha tia. Era daquelas de metal forradas com tiras de elásticos coloridos. A cadeira ia e vinha, pensei até que minha tia estava sentada nela na escuridão. Olhei bem e não a vi - o fato me deixou intrigado e entusiasmado, pois, adoro fenômenos dessa natureza. Fiquei olhando por alguns minutos, em seguida adormeci.

Acreditem, ha mais de 25 anos, ao entardecer um morcego baila por toda a casa, sai pelos fundos e se dirige para o morro que fica nos fundos da casa. Seria o mesmo morcego, ou a sua segunda geração?

Numa noite sonhei com um senhor que dizia:" aprenda a ser caridoso." Acordei com algumas batidas na porta da frente. Pensei em não abri, achando que era um hóspede, e a casa tem regras-à meia-noite não se recebe mais ninguém. Conduzido por um impulso, fui e abri a porta. Era um mendigo que disse:

- Moço me arruma um pedaço de pão. Eu vim para o médico aqui na capital e os meus parentes me abandonaram.

Eu dei o pão, com café e voltei a dormir. Fiquei sabendo depois, que este mendigo há mais de 25 anos diz esta mesma frase, e que foi real o que fizeram com ele, que tem problemas mentais. Deduzi que um dos seus parentes mortos me usaram para aplacar a sua fome, num exame de consciência. Na certa, conforme diz a minha intuíção um dos seus familiares que o abandonaram, falecido.

Uma vez tive a sensação de que havia um espírito que estava ao meu lado dentro da casa. O mesmo me soprava um convite. Saí de casa á ermo e fui parar num centro espírita. Quando se deu os trabalhos, o médium disse que tinha visto uma das cenas mais lindas da vida dele: " o pai falecido, de mãos dadas com o filho, trazendo-o para se iniciar na Doutrina."

O meu pai falecido estava comigo e me levou a um centro espírita, onde ele realiza trabalhos, depois de falecido.

Encerro, dizendo que tudo o que foi aqui relatado e a máxima verdade.

LG

Leônidas Grego
Enviado por Leônidas Grego em 15/02/2013
Reeditado em 16/07/2013
Código do texto: T4141928
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