Tem um monstro em cima da minha cama.

Sou um cara normal pelo menos acho que sou eu, que quando escrevo isso vou me chamar de Isaac acho que pseudônimo legal para contar essa história.

Como toda a história fascinante afinal tem que acontecer em uma rotina normal, mas vamos ao que interessa: Sempre me achava um cara normal, um cara amável, que tinha uma família conservadora e que pelo menos me aceitava como eu era, mesmo eu não sendo nenhum drogado inconsequente, eu era um cara normal que tentava não me atrasar quando ia pra escola, cercado por bons amigos acho que posso os considerar assim e achava minha vida aceitável mas não incrível como deveria ou como tanto almejava quando era criança...

Era uma tarde normal de 1982, tudo acontecia normalmente nesses tempos, tirando um fato que dias atrás em uma igreja num dia de manhã em que meus pais me levavam toda a hora que eu pudesse; Acho que eles pensavam: "Que já que meu querido filho não pode ser incrível quanto vivo, então ele pode ser eterno cantando aos nossos lados e de Deus, quando chegasse ao fim do caminho." eu tive uma visão, acho que posso dizer assim, em que estava em uma caverna acho que poderia descrever assim, onde olhos centrados e intensos faíscavam enquanto me observavam perdido em um lugar estranho e quase me mijando de medo por estar perdido, por num piscar de olhos ter indo para um lugar tão ridiculamente parecido como nesses filmes de terror que o orçamento era de no máximo uns mil doláres, mas lá estava eu, e todos esses pensamentos aleatórios não me importavam tanto, o que me importava era como sairia dali, parei para raciocinar, respirei fundo, e o medo um pouco se esvaiu do meu peito, agora eu conseguiria ver uma luz próxima e outra bem distante quase nula mas que parecia até mais atrativa que a normal, mas o meu desespero escolheu a mais próxima e não achei ruim, esqueci um pouco o fato que os olhos vermelhos penetrantes que me admiravam, mesmo parecendo que mesmo não tendo nada mais que órbitas conseguiam rir da minha situação e eu a passos trôpegos seguia no que seria a minha salvação, e eu conseguir chegar lá, eu sair da caverna, mas acho que seria melhor não ter saído, porque quando cheguei lá fora o alívio que tinha me tomado a mente se transformou em desespero pois estava caindo em um precipício e ele parecia infinito e cada metro que passava, um agudo começava a soar em minha mente logo se transformava em risadas profundas e antes que pudessem pensar o quão assustadoras elas eram, eu beijei o solo, sentir o gosto do sangue, de todos os meus pedaços se esmagando a pedras pontudas, eu sentir o gosto de minha merda em minha boca, "seria o fim de tudo?" pensei antes, de ser acordado por meus pais furiosos por eu ter dormido a missa inteira... Acordei assustado, desnorteado, como se tivesse sido socado por um boxeador uma luta, tanto que nem tentei conversar ou ludibriar meus pais que estava cansado ou que desmaiei, apenas abaixei a cabeça e pedi desculpas e retornei para a casa; parei um pouco para pensar em toda a situação por um tempo, mas logo a rotina me fez esquecer um pouco isso, mas logo fiquei normal e entorpecido pela minha vida, mas sempre antes de dormir pensava no que me tinha acontecido na igreja e o quão engraçado era fechar os olhos depois de ter passado por tal situação, mas depois disso nunca mais tive sonhos... Acho que era apenas um prelúdio, para o que iria acontecer dia 18 de julho de 1982, que me parecia uma tarde normal, antes de eu receber uma ligação; "A morte não é o bastante, o que eu quero para você é muito mais." tentava lembrar de onde conhecia esse timbre de voz, achei logo que era um trote de algum amigo meu sem ter o que fazer, sorri mais foi um sorriso desesperado e isso me martelou, tanto até eu receber uma notícia que me cortou a alma em saber que meu pai tinha sido esfaqueado por alguém descrito como um louco de olhos vermelhos com um casaco escuro com a aparência de um viciado que estava trincado que o esfaqueou no mínimo 7 vezes e sem levar nada, foi embora com um sorriso nos rostos afirmam as testemunhas de tal crueldade em uma manhã ensolarada. Em que tudo estava acontecendo como devia acontecer, menos pelo fato de eu não ter noção de que tudo isso tinha acontecido enquanto estava dormindo, dormir a manhã toda e me acordei em paz! E depois toda essa paz foi embora, e eu fui alarmado por uma ligação e depois por uma notícia de tal importância que minha mãe tinha acabado de saber, por uma vizinha que tinha acabado de saber também e que contou com todo drama e louvor possível sem poupar uma palavra.... Pensei antes de mais nada; "Por que demorou tanto para chegar a notícia?" "Por que meus olhos estão secos?" fingir um pouco de tristeza e me tranquei no banheiro lavei o rosto e tentei entender pela situação que estava passando, levantei e olhei no espelho e vi algo que nunca imaginei ver, uma pessoa sorridente, com olhos rubros de tanta felicidade que eu conseguir ler em seus lábios secos e cheios de feridas; "Eu estou fazendo tudo que você nunca teve coragem, me agradeça quando aceitar." O espanto foi tão grande que eu perdi o equilíbrio e cair para trás batendo a cabeça e perdendo um pouco da minha orientação, e depois levantei e quando tive a coragem de me fixar no espelho eu me vi novamente, que alívio... Sair do banheiro rapidamente, e vi toda a minha família, pessoas que nunca tinha parado para pensar uma vez na vida, de luto chorando, achei uma coisa interessante acho que muitos nem ligava para o que estava acontecendo com minha família , fui abraçado por todos e algum parente que cheirava a cigarro e a café que não conhecia o nome; "Está tudo bem, Deus vai levar para um lugar melhor." Eu sorri, e fui embora para o meu quarto, me tranquei e percebi que a janela estava aberta achei estranho mas a gravidade da situação não me deixou pensar muito nisso, mas quando fui fechar a janela; tinha um bilhete em que dizia em letras borradas, "Não adianta fugir, eu estou mais perto do que você imagina e a gente vai se encontrar onde você não poderá fugir, aprecie essas palavras." fiquei desesperado, vasculhei meu quarto e todos os cômodos de cima no primeiro andar da minha casa, com um taco de baseball que nunca usei, na mão, e nada encontrei... Fiquei desesperado, a tarde se passou todos os meus parentes foram embora, fiz todos os votos que a sociedade impõe beijei e abracei cada um deles e aceitei todas suas condolências, mas estava com a mente fixada naquele estranho que parecia me conhecer até mais que eu. Entrei no meu quarto novamente, procurei algo para me manter atento e acordado e tomei no mínimo três xícaras de café aguado, tranquei o quarto me escondendo do meu admirador secreto que possivelmente era responsável pela morte do meu pai e achava que estava fazendo algum favor, pisquei os olhos, e ouvi gritos na vizinhança, destranquei a porta uma eternidade de 30 segundos para conseguir achar o lado certo para abrir, desci as escadas, abrir a porta, vi lágrimas nos olhos de um dos filhos da senhora que tinha avisado sobre a fatalidade que tinha acontecido com meu pai; "Tem sangue pela casa inteira, eu não tô acreditando, porra... Minha m..." e caiu em prantos, entrei desesperado em meios a tantos curiosos na casa e me deparei com uma situação que me fez vomitar! sangue, por todos os lados, uma faca no chão e a senhora com os olhos ainda brilhantes enforcada com um sorriso no rosto, estava vomitando a casa inteira, a ânsia, tudo estava pesando, mas o que me fez perder totalmente o foco na senhora e do terrível gosto de vômito na minha boca, "HA HA HA, o fim é sempre o mesmo, você sempre vai me encontrar, morte mas não para você, não ainda ou quem sabe nunca." "Ass.: Seu adorável amigo, ou como você tava chamando em deboche de seu admirador nem tão secreto. :)" tudo em sangue e com letras que não demorei muito a reconhecer, sair desesperado da casa tropeçando pelo vômito e por um sentimento de culpa pelo que aconteceu tanto a meu pai quanto a ela, mas eu não tinha culpa, pelo menos eu achava que não... Só podia ficar triste, me deitei na cama, a cama parecia me torturar estava pensando naquele momento; "Eu sou um cara comum" tudo martelava e a dor de cabeça apertava esqueci todo o meu senso de defesa e cair no sono... Onde o pesadelo realmente estava começando; "Estava me afogando em um mar gelado, mas eu não conseguiria morrer, pelo menos sabia que não, estava perdendo o ar nos pulmões quando de repente uma mão quase esquelética me segura sem nenhuma delicadeza pelos meus cabelos e me puxa como se fosse arrancar todo meu couro capilar, me puxou e eu vi a distância que eu estava da areia, enquanto ele me levava vagamente até o ponto em que me mataria, sentia a água entrando na minha boca deixando um gosto salgado e grudento em todo meu paladar, e só disso me lembro até ele me jogar na areia, ele não era uma pessoa, era uma criatura escondida pela capa de um humano." E todo o meu mundo, o mesmo olhar rubro, o mesmo casaco de mendigo com uma capa que não me permitia o ver nada além dos seus olhos, como se fosse um espelho de toda minha alma, me sentir como Jesus na cruz perguntando a Deus; "por que me abandonastes?" Ele parecia ter controle de todo os meus sentimentos, sentou ao meu lado enquanto eu tentava regurgitar toda água que eu engoli, de joelhos vomitando todo aquilo que não tinha comido, quando conseguir voltar a si, porque você não consegue pensar enquanto está vomitando... E eu vi que isso era um fato.

Ele me olhou e disse; "Acabou princesa?"

Eu abaixei os olhos e nada falei.

"Eu sou apenas o reflexo do que você é, eu sou seu amigo, eu sou seu irmão, eu sei de tudo que aconteceu na sua vida, todos os detalhes, todas suas maldades, todas as suas virtudes, tudo..."

"Quem é você? O que porra você é, seu filho da puta?"

"Quem sou eu? Eu sou seu reflexo! Eu sou apenas o que você deseja."

"Eu não desejei em nenhum momento a morte de ninguém, acho que nunca desejei nada além de viver. VOCÊ MATOU MEU PAI, SEU FILHO DA PUTA AUDACIOSO DO CARALHO"

"Mentiroso, apenas mais um mentiroso, que se esconde atrás de superstições e da rotina para não mostrar o que é, humanos como você, me fazem sentir pena e curiosidade!"

Eu olhava sem acreditar naquele sujeito, naquele monstro que parecia o ladrão de toda minha sanidade, minha vida era tão normal, tão sem graça, daria um dedo para poder voltar a tudo isso.

"Mas respondendo a pergunta, eu apenas sou seu "monstro" interior, que acabou vencendo sua realidade, acabou vencendo sua motivação de viver, estou fazendo tudo que você mais deseja."

"Mas eu nunca desejei nada di..."

E um soco me calou, o sangre escorria do meu nariz como uma cachoeira misturada pela areia e pelo sal grudado e minhas narinas...

"Não, você é o culpado pela morte seu pai, você sempre pensou que ele sempre te limitou de ser além do que você é, e aquela senhora, ah, eu matei só por diversão, os olhos dela esbugalhados vendo a face da morte foi divertido, eu parecia está em êxtase, nunca pensei que uma senhora prestes a morrer de qualquer maneira dispensável nunca fez nada de útil além de mimar os filhos que serão o reflexo dela uma dia, lutou tanto pela vida, por aquela vida patética, acho que fiz um favor e terminei com alguém já morto a muito tempo, eu apenas joguei o último grão de areia no caixão dela..."

E as lágrimas escorriam nos meus olhos, esbugalhados por tal perversidade que eu tentava não me esconder atrás!

"Abra seus olhos meu amigo, não chore, você é inútil, pare de ser patético, e me agradeça, você não queria algo grande na infância, eu estou lhe dando algo para você pensar, todos aqueles que você considerava tudo não eram absolutamente nada para você, aceite isso e me agradeça, ah, e outra boa notícia; Sua mãe acabou de tomar veneno, você vai poder salvar ela, só preciso que você me peça para eu te acordar disso e você nunca mais vai me ver, HAHAHAHA!"

Eu fiquei imóvel, todo meu íntimo queria gritar, por favor acabe com isso e me deixe salvar minha mãe, mas não tinha desejo algum em deixar o meu estranho amigo ir embora pensei, e depois repensei; "Amigo? Porque eu tô pensando assim, eu vou realmente deixar minha mãe morrer, eu posso fazer o certo dessa vez, e e porque não estou aceitando tudo isso..."

"Sei que você vai continuar aqui comigo! Você também não se importa com ela, ela era apenas uma pedra no sapato e você agora tá descalço, parabéns! Pelo menos uma atitude que você realmente desejava você tomou uma vez. Mas saiba, que nesse exato momento ela está sufocada pelo próprio sangue, e está tudo okay para você né? Você sempre foi de aceitar tudo que a vida lhe dava ou tirava né?"

"Sim."

"Parabéns você acaba de se tornar um matricida, pelo menos algo que você pode tomar todo o prazer de realmente ter feito."

"Mas sem mais delongas, me diga logo o que porra você é? Acho que temos toda a eternidade pela frente conversando..."

"Eu sou você meu amigo, apenas você, o que mais você deseja mais sempre reprimiu no seu íntimo sorridente, lembra de que todos sempre te olhavam como alguém digno de pena mas alguém necessário como você odiava tudo isso com um sorriso no rosto?"

"Lembro, eu me lembro de tudo."

"Ótimo, que tal da a volta por cima? Mate apenas todos eles, isso te tornaria apenas um assassino mas uma pessoa livre."

"hmmm"

"Você vai tá certo pelos motivos errados, mas o que realmente importa? você já não matou seu pai, sua mãe e uma senhora um tanto indefesa? Lembre-se de toda vez que você dormia, você me deixava agir, seu sorriso foi contagiante quando esfaqueava seu pai e ele te reconhecia e balbuciava; POR QUE? E você apenas sorriu, ou quando a senhora implorou que não a matasse e você disse que a estava fazendo um favor, que nenhum amigo dela que teria coragem de fazer o faria? Ah, você se lembra, como você foi silencioso dopando todos os três filhos dela, para poder escutar todos os gritos e saciar toda sua vontade de ver o espetáculo daquele lindo círculo dos horrores? E do veneno que você mesmo escolheu para sua mãe o mais doloroso possível?"

"Eu lembro de tudo isso, meu amigo."

"Então, acorde e o faça, a polícia já sabe que foi você todo mundo já sabe, e principalmente "VOCÊ JÁ SABE"!... Fuja e faça o que você sempre desejou, você nunca quis fazer algo que realmente importasse para todos mesmo que fosse para o lado negativo, você agora tem a condição de o fazer... Parabéns meu amigo, você é livre para fazer tudo que lhe convém. ENTÃO, ACEITE SUAS ESCOLHAS E SIGA EM FRENTE DA MELHOR MANEIRA POSSÍVEL, eu vou estar sempre do seu lado. Então, acorde meu amigo! E faça o que achar que lhe convém, nós dois sabemos que o seu desejo de vingança com os fracos e quem tanto lhe oprimiu... É tão gigantesca."

...

Isaac C
Enviado por Isaac C em 07/02/2013
Código do texto: T4128014
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