“A cobaia”
Primeira parte.
Ivan é filho único de Igor, medico e cientista alemão radicado no Brasil.
A idéia de perder um filho assombra qualquer pai. Principalmente quando se trata de perder para a morte, pois sabemos que de lá, ninguém volta.
Mas para Igor, voltar à vida apos a morte já é uma possibilidade quase comprovada.
No laboratório de ciências e pesquisas da Universidade de medicina onde Igor é professor de Medicina esta sendo estudado uma forma de ressuscitar os mortos, graça a um antídoto desenvolvido por Igor, tal antídoto é guardado a sete chaves e em segredo de estado.
Igor fez um rato voltar à vida após ser morto, o bichinho vive e é observado para experiências futuras.
O objetivo do Cientista é trazer pessoas de volta a vida para acabar com a dor de pais e mães que perdem seus filhos. Ivan – um jovem estudante de Medicina gosta de viagens e praticar esportes radicais, agora com vinte e nove anos, 1, 75, 70 kg, Branco de olhos azuis.
Ivan é um tanto inquieto e de natureza forte. Julio - colega de turma e amigo de Ivan prepara um acampamento, lá haverá uma escalada, a montanha não é muito alta, mas escorregadia; um desafio para os aventureiros. Julio – Vamos Ivan, o vento esta fraco, se for agora, antes de anoitecer estaremos no topo. Ivan – Vamos passar a noite no topo da montanha? Sim – diz Julio. Espera eu pegar os equipamentos e por no jeep, Ivan – não esqueça de pegar lanternas, lá encima tem mato e bichos, ok, ta com medinho de cobra? Diz Julio para Ivan que sorri reprovando a brincadeira do amigo, vamos logo, não quero bater pinos a noite.
Enquanto isso no laboratório; Igor trabalha na experiência, Laura, uma jovem aplicada nos estudos e parceira de Igor na pesquisa lidera uma equipe de jovens futuros Médicos.
Laura percebe algo errado com rato, ele se move com dificuldade na roldana, parece ter as patas rígidas, uma pequena deformação na cabeça do bicho é observada por Laura, ela olha; fica por alguns segundos a observar.
Ao sair de lá do laboratório ela liga para Igor; ela diz; Igor, eu passei no laboratório antes de vir pra casa e não gostei muito do aspecto da nossa cobaia, ele parece estar cansado e seus membros estão rígidos, passa por lá antes de sair e vê você mesmo. Igor – vou passar sim, vá para casa, mais tarde eu te ligo. Ao passar na sala onde estava a cobaia, Igor averigua o rato, aplica-lhe uma pequena dose a mais do antídoto, Sai da sala, tira o avental e o pendura no cabide, Igor apresenta cansaço, ele se despede do colega e vai à direção do carro no pátio do prédio onde trabalha.
Ao entrar no carro; ele pega o celular e liga pra Ivan, o telefone toca, mas cai na secretaria. Ele decide ligar para Laura, da noticias da cobaia e em seguido comenta com Laura sobre seu filho. Laura eu liguei para O Ivan e ele não atende, por acaso ele diz a você aonde iria? Sim diz Laura – ele foi acampar com Julio, ele não comentou com você? Não; responde Igor – ele passou na minha sala hoje depois do almoço, mas eu estava em reunião com a equipe do projeto.
Depois não o vi mais.
Vou para casa, Marina me espera para jantar.
Você pode estar no laboratório amanhã por volta das seis horas? Sim; reponde Laura, então nos veremos amanhã, boa noite.
Ao chegar ao laboratório no dia seguinte, Igor encontra Laura chegando, ele vai ate seu carro e a acompanha para a entrada do prédio, Igor se diz preocupado com Ivan, ele não ligou e nem o Julio ligou para seus pais também, meu Deus, exclama Igor, eu estou com uma ma intuição. Laura – calma, agora a gente precisa ver nossa cobaia, espero que ele tenha se recuperado.
É, vamos lá, diz Igor.
Ao entrar; Alfredo, Camila e Jairo vêm na direção dos dois desesperados, Doutores, Doutor, venha conosco imediatamente, Ivan e Julio precisa muito do senhor, eu não disse Laura, minha intuição não falha, o que ouve com os rapazes? Senhor; uma tragédia, diz Alfredo. Eles caíram duma altura de mais ou menos quinze metros, senhor, a situação é dramática.
Ao entrar no quarto, Igor vê seu filho respirando através de aparelhos, Igor entra em desespero e não pensa em nada.
Ao olhar ao lado, vê um saco mortuário, é Julio quem esta lá dentro. Ele não sobreviveu. Laura – Igor, o antídoto, O antídoto, Igor meio atordoado, Ivan esta vivo, Laura – não é de Ivan que eu falo, é de Julio. Vamos; você não quer fazer uma experiência? O momento é agora, vamos, levemos o corpo para a sala e realizaremos a primeira experiência com um humano, Igor desesperado com possibilidade de perder seu único filho, não titubeou e junto com Laura levaram o corpo de Julio para a sala de cirurgia.
Lá eles injetaram o antídoto no corpo de Julio, passaram os dez minutos, o corpo não reage, Igor se desespera, sai de perto do corpo de Julio. Num ato desesperado, Laura – Igor, Igor; veja; o corpo de Julio começa esquentar.
Logo o corpo do cadáver estava tão quente que ultrapassava o calor de quarenta graus, eles começaram efetivar os testes, Julio se move, não parece sentir os efeitos de uma febre sobre-humana, senta na maca, os olhos avermelhados, olha para as agulhas em seu corpo, começa a arrancar, Laura – Calma, calma Julio, calma.
Julio pega a Moça pelos cabelos, abraça-a com força e morde seu pescoço com muita violência, Meu deus, Que é isso? Tenta tirar a moça das mãos do Julio, mas inútil, por pouco o cadáver o pega também.
Com isso ele corre ate a sala onde esta a roldana com o rato cobaia e vê que o bicho não estava mais lá, porem, umas dúzias de ratos mortos estavam espalhados por toda a parte, ele se desespera, entra numa sala escura e em seguido desmaia.
Por toda a manhã, ele permanece preso, logo ele começa a recobrar a memória, as lagrimas escorrem dos seus olhos, a dor na alma de Igor é grande, ele acabava de perder seu único filho, a expectativa de ressuscitá-lo não existe mais, Julio, seu aluno e amigo de seu filho, ressuscita sem alma, Laura, agora pode estar morta.
Tudo acabado, Igor quase louco, coloca a mão no chão para se apoiar e levantar.
Sente tocar algo estranho, sem perceber, apertou a cabeça da sua cobaia, agora morta.
A cabeça do rato estava esmagada, vários outros ratos estavam mortos ali.
Ele se apreça em sair, ao chegar ao corredor, não vê mais ninguém vivo. Apenas uma multidão de corpos mortos caídos ao chão, todos com suas cabeças abertas e sem cérebro, muito sangue espalhado pelas paredes, no chão.
Igor vai ate a janela do corredor e vê o jardim com no mínimo dez mortos vivos caminhando, todos tem marcas de agulhas, Alfredo, num ato desesperado tentava trazer os mortos a vida.
Igor teria perdido a noção do tempo, o entardecer já começava chegar.
Uma brisa fria tocava seus braços nus, seus óculos quebrados, seus cabelos caídos no rosto.
Nada mais importaria agora, apenas a sobrevivência.
Naquele lugar ele estava só, mas procurava por sobreviventes, ao sair, vê Laura com uma seringa na mão, ele a chama, mas ao olhar para ele, ele vê que agora ela também esta morta e caminha em busca de cérebro, para eles o cérebro é a única fonte de sobrevivência, pois no cérebro estão os pensamentos, as idéias, talvez comendo os cérebros, alcançarão uma porta para sobrevivência.
Laura vem em direção de Igor, e ele a ataca com um golpe de machado, logo atrás dela, esta o Ivan, Igor se desespera, Ivan não reconhece seu pai, apenas o vê como fonte de sobrevivência, Igor não consegue atacar o filho que agora o persegue.
Igor – vou pegar o carro e passar em casa, ver se Marina esta bem e fugir com ela para um lugar seguro.
Eu não tive coragem de abrir a cabeça do meu filho, meu Deus, que esta acontecendo? Igor transtornado, já não sabe o que pensar, por que Alfredo aplicou aquela droga nos outros? Por certo viu Laura aplicando; pobre coitado.
Já estava comprovado que não deu certo, mas ele não entendia, minha nossa! O que eu estou pensando? Apenas eu e Laura sabíamos do antídoto, Alfredo apenas ouvia a gente comentar, coitado, pensava em salva-los.
Ao sair no portão os mortos vivos tentava barrar a saída do carro de Igor, ele os atropelou, mas eles caiam e saiam andando desorientados em busca de cérebro.
Pelo retrovisor do carro; Igor vê seu filho perambulando, por certo procurando o caminho de casa.
Aguardem a segunda parte.
Abraço.
02/02/201
Este é o mês de aniversario do autor.
Oba!