Não pude fazer nada, tampouco me interessava salvá-lo. Não era um herói como meu novo e único amigo, tampouco tinha um coração como o da linda, Jackie, não...
...Eu era... Não!! Droga!! Eu sou um homem ruim... Isso é o que sou.
...
O corpo desmantelou-se ao meu lado, inútil e impotente, caiu como uma árvore, cujas raízes haviam sido devoradas por um bando de cupins. O rifle caido ao chão, a ponta do cano apontando para mim, quente e suja de sangue.
Olhei para o defunto e sabia o que iria acontecer a seguir. Ajoelhei-me próximo à ele. A cabeça estava estourada, sangue e miolos desenhavam-se em sua face semi cadavérica. Seu corpo aparentava estar em estado de decomposição, fraco e extremamente pálido, como fosse um aidético em fase terminal. Segurei minha faca com as duas mãos e fiquei ali, analisando toda estrutura dele.
Senti uma forte vontade de cortá-lo, fatiá-lo em pedaços. Percebi a ligeira invasão do gosto da pele dele em minha boca; isso sem ao menos tê-lo tocado. Apanhei a garrafa que carregara dentro da mochila velha que roubei de um motoqueiro morto que havia encontrado pela estrada. Infelizmente a moto estava inutilizável, havia sofrido perca total.
Destampei o pet e olhei para o rotulo daquela garrafa. Daria tudo para tomar uma Coca Cola bem gelada àquela altura do campeonato.
Enquanto olhava para o cadáver, tive a sensação que algo muito maior me faltava... O calor humano? Afeto? Amigos? Afinal, seria possível que ainda pudesse realmente escolher um caminho diferente? Poderia eu, me tornar o herói que Pedro tanto falava?
“Devemos ficar com ele” “Ele irá nos ajudar” – ele insistia em dizer. Blefes de um louco tentando implantar a esperança em seu próprio coração e no da priminha. Não dava para acreditar naquilo.
Pedro dizia tantas coisas absurdas. Algumas não faziam sentido nem mesmo depois de se concretizarem. Aquele maldito filho da mãe! Onde você está, cara? E você, Jackie? Afinal, estão vivos? Que merda!
Ali, agachado ao lado daquele corpo, pensei em muitas coisas. Tive sensações estranhas, desconfortantes. Estava desconcertado com todos aqueles sentimentos me invadindo espontaneamente, de repente tão presentes em minha solidão. Tudo era muito confuso.
O corpo subitamente começou a reagir. Podia ver algo se arrastando pelas veias do homem, como um animal andando bisonhamente pelo seu braço, a pele parecia sentir cada passo. Era horrível. A estranha criatura andou por todo o corpo. Minha pele formigou só de presenciar aquilo.
Os cretinos no cemitério disseram que aquele era o momento em que ela iria tomar posse de seu novo lar, uma solitária e bizarra criatura, alojada naquele corpo como um verme. Agora crescia e buscava justamente o controle. Ela iria direto para o cérebro.
Eu sabia o que aconteceria, segui-a com os olhos até que chegasse à cabeça. Dava para ver, a pequena criatura passeando internamente pelo corpo dele, vagueando por detrás da orelha, enquanto um calombo bizonho denunciava seus movimentos (como um rato escapando de um gato, sob um fino tapete), até que se alojasse abaixo da nuca.
Só precisava cortar aquela conexão. "Um cérebro com defeito não seria tão útil".
Peguei minha faca, virei o rosto do cadáver para baixo, enfiei a mesma por trás do pescoço dele e cortei. Fiz um buraco próximo a nuca dele, apenas um pouco abaixo dela. Enfiei a mão direita em meio a incisão, os dedos ultrapassando os limites da epiderme, até que senti o ser bisonho movendo-se, tentando em vão fugir de mim.
Sua pele era gosmenta, e ele deslizava entre meus dedos. Dava para sentir seus tentáculos (se os puder chamar assim), lisos e ramificados, com leves espinhos nas pontas, como se fossem unhas, entretanto eram mais parecidos com agulhas, conectores orgânicos que o ligavam diretamente ao cérebro de seu hospedeiro.
Arranquei-a de dentro do cadáver, já chegara a sua fase adulta, pelas dimensões que tinha. Estava ali, se assemelhava vagamente a uma barata, mas era algo mole, tinha no máximo cinco centímetros de comprimento por dois e meio de largura. Não tinha olhos, ao menos não que eu pudesse ver. Entretanto tinha uma boca horrorosa, pequena, mas nojenta. Ouvi apenas um barulho fino e agudo sendo proferido pelo ser, antes de soltá-lo no chão. Era como o ruído de um pequeno inseto. Ali ele não conseguia se mover, perdia toda sua mobilidade. Olhei-o por um breve momento, e decidido o parti em dois.
Estava morto.
Apanhei a arma do idiota, vasculhei seus bolsos, encontrei um maço de cigarros paraguaios, uma marca desconhecida, também encontrei um pouco de munição nos bolsos dele, me levantei e voltei a caminhar. mal me lembrava do sabor daquela fumaça, fumei como um adolecente descobrindo os prazeres da vida.
Era hora de encarar a estrada novamente.
...
Quando os mortos caminham – Capítulo IX – Na cama do cadáver
Quando chegamos a porta do cemitério ainda segurava aquela estranha maleta. Uma pequena maleta de aço, a tranca era digital, seis zeros piscavam avermelhados na pequena tela. Havia um teclado numérico e uma mensagem intermitente acima dos zeros...
"Digite a senha"
Uma senha de seis dígitos. O nome do professor estava lá, numa placa que identificava a maleta. E no bilhete, a chave, o código para abri-la. Não me arrisquei a abrir a maleta, apenas memorizei os números e rasguei o papel. Nem Jackie, nem Pedro viram o código. Olhei para eles e apenas disse que era melhor que somente um de nós soubesse. Eles não arrancariam nada de mim. Nada.
- Não vai abrir? – Perguntou Jackie.
Olhei para ela. Pela primeira vez percebi que era apenas uma garota crescida. Parecia curiosa demais. Talvez justamente essa curiosidade a fizera uma mulher tão sedutora e esperta. Desenvolvera sua sensualidade além dos do normal, era realmente muito linda e olhá-la me deixava extasiado. Em resposta apenas balancei a cabeça negativamente.
- Nem por curiosidade? – Insistiu, Pedro. Naquele momento Duda soltou um riso engraçado, não da para entender porque um bebe sorri, é... às vezes nem mesmo porque ele chora.
É estranho como tentava à todo tempo menosprezar a existência daquela criança, e o mais absurdo nisso tudo é perceber que ainda sinto sua falta.
- E se for uma bomba, e se for um vírus? – Não fazia idéia do que poderia ser aquilo, tantas hipóteses surgiam a minha mente, mas e se fosse algo perigoso demais.
- Merda! – Pedro, disse – em pensar que pode ser um milhão de reais, que fosse de dólares, e de que valeria isso agora? – ele suspirou.
Não tinha pensado naquilo ainda, realmente o dinheiro não nos valia de nada. Voltamos aos primórdios da humanidade. Agora a moeda de troca era outra. Algo que você tivesse de muito valor, que garantisse a vida de alguém, que garantisse a sua própria vida. O que cada um de nós poderia ter de tão valioso? É... não da para saber mesmo, ou talvez dê... pensei enquanto olhava para o corpo perfeito de Jackie.
Ah...os passos até o cemitério... Lembro-me bem daquela estranha caminhada. Uma cena no mínimo engraçada, eu e Jackie andávamos na frente, enquanto Pedro carregava Duda, que ria, parecia feliz, pendurada no corpo daquele seu titio engraçado. Foi no terror daquela nova e caótica vida que levávamos, que descobri o verdadeiro significado da palavra esperança.
Jackie seguia cada vez mais próxima de mim, em momentos parecia que estava com tanto medo que sentia ela se espreitando para meu lado. A cada metro que nos aproximávamos, o som tornava-se mais audível. Gemidos...sussurros... passos, algo parecia arranhar aqueles muros. Eles estavam lá dentro, mas o que havia afinal naquele cemitério?
Essa é a pergunta que fazíamos a nós mesmos. Seriam só mortos vivos? Seria apenas um cemitério? De repente estávamos há cinco metros do portão, olhei para a cerca viva e notei que alguns dos corpos ainda estavam vivos, se movendo quase em camera lenta, definhando. Estavam secos, como se não se alimentassem há horas. Os peitos, braços, barriga e pernas haviam sido perfurados por balas. Alguns estavam realmente inertes, nesses havia ferimentos na cabeça.
Parei por um instante, vi Jackie e Pedro taparem o nariz. Algo havia acontecido, um cheiro podre chegou até mim, como se um caminhão cheio de porcos cruzasse nosso caminho. E um ânsia terrível nos tomou. Duda vomitou só de sentir aquele cheiro, gorfou no pescoço de Pedro. Jackie e o vidente pareciam assustados, mas conseguiram ao menos manter a refeição que haviam feito, dentro de seus estômagos.
Chegamos até o portão, o odor era cada vez mais insuportável. Mas o que mais me pareceu estranho foi a placa que mal havíamos notado, com os seguintes dizeres:
“Patrimônio fechado para obras de reforma. Proibida entrada de pessoas não autorizadas”
Obviamente queria voltar atrás, não por medo da morte, não... eu só não queria que simplesmente acabasse assim. Lembrei-me do gado morto na estrada. E a verdade, era que eu tinha certeza que eles nos devorariam.
Levei as mãos ao portão, tentei abri-lo, mas ele mal se movia, estava trancado, não havia cadeado, não havia nada. Apenas uma fechadura estranha sem trincos externos.
Olhei para o alto, a primeira idéia que me passou foi a de pular o portão e abri-lo por dentro, isso se eu não fosse devorado antes, entretanto algo me alertou. Vi um pouco a minha esquerda um pássaro morto queimado... “a merda da cerca elétrica” eu pensei.
- Não da para entrar – eu disse desistente. O som da minha voz era apático. Não acreditava naquilo, chegamos até ali para nada.
- Não acredito, tem que haver uma forma! – Jackie lamentou – nem que seja para morrer lá dentro! – é... isso me fez refletir, estávamos loucos para entrar em um lugar que possivelmente seria nosso tumulo, ou na melhor das hipóteses nos esclareceria algo. Foi quando Pedro interrompeu.
- Estão ouvindo isso? – ele perguntou olhando para o alto do portão. Dava para ouvir o som de algo mecânico, um som arranhado, e então eu a vi. Vi uma luz intermitente, fina, piscando no alto do portão. Uma pequena câmera, escondida atrás de uma moita da cerca viva, girando, focando em alguém em especial, sua lente olhava diretamente em meus olhos.
Olhamos para câmera, e antes que pudéssemos sequer questionar a presença dela ali, o barulho de engrenagens mecânicas, girando enferrujadas, e aliadas ao som de estalos irritantemente assustadores, chegaram naquele momento acelerando nossos corações. O Portão começava a se abrir.
...
Estou andando há quase duas horas, não vi mais ninguém depois daquele suicida. Olho à frente, vejo um caminhão parado, aparentemente abandonado na rodovia. É um caminhão de cabine dupla, engatilho o rifle, meus olhos se estreitam e sinto a adrenalina tomar meu corpo. De repente acho que tem alguém lá. Ouço o som de algo, algo arranhando a lataria.
Aponto a arma e ando na direção do veiculo, o cenário já não é tão apocalíptico. Nesse trecho da estrada só há esse carro, a mata é fechada de um lado e de outro. Tudo está deserto. Chego sorrateiro, ouço um grito.
...Pânico.
“Que merda é essa?” – penso.
Sinto minhas veias saltarem de meu corpo. Ouço o barulho de vidro se quebrando. Não vejo nada, sei que a voz do grito era a de uma mulher, me fez lembrar a de Jackie, mas não podia ser ela, não... eu devia estar alucinando.
Outro barulho, a lataria do caminhão parece estar sendo socada. Ouço o choro de alguém, talvez o da mulher... tudo está confuso. E eu?
Eu estou me aproximando ainda decidindo se faço algo ou não. Chego até o veículo, no lado oposto ao ataque... Outro grito. E então vejo os cabelos dela, não pode ser... eu a vejo.
...
Lá estávamos nós, perplexos com o que víamos...
Assim que entramos o portão se fechou. Pude notar o olhar assustado de Jackie, pude sentir o medo de Pedro. Ambos estávamos olhando para aquele maldito cemitério. A imagem mais absurda que pude presenciar.
As covas estavam abertas, os túmulos violados, montes de terra por todos os lados. Esqueletos, ossos, madeira podre dos caixões, cruzes derramadas ao solo, imagens de santos, santos de barro, quebrados e sem poder algum (afinal ao menos esses ainda existiam, ou como Deus eram haviam nos abadndonado) , buquês e suas flores murchas, fotos e sua falsa imagem...
Isso não era o mais assustador, o cemitério era enorme, um dos maiores da região. A capela dele era linda. Olhamos ao longe e lá estavam eles, podíamos sentir o cheiro ainda mais forte.
Duda apontou com o dedo para os Zumbis.
- Eles – Jackie gaguejou e então ouvi a voz daquele homem, e me lembrei dele.
- Estão presos! – Ele disse, enquanto olhávamos para um bando de mortos vivos enjaulados, cercados por telas espessas. Devia ter cerca de quarenta a cinqüenta deles por ali. Presos em um quadrado, alguns evoluídos o bastante, aquela foi a primeira vez que vi aquelas criaturas - Eles estão presos - ele reforçou.
A reaparição daquele homem foi reveladora. Estávamos cercados por cerca de dez soldados que praticamente surgiram do nada.
- Com essa telinha aí? Está louco? – Pedro falou.
- Isso não é alumínio, garoto – respondeu o coronel com a voz autoritária de quando o encontramos na estrada – é aço, e também está eletrocutado. Eles não podem escalar muito alto, são ágeis porém o tecido da pele deles e a carne, ambos ficam muito frágeis até a mutação.
- Mutação? – eu perguntei olhando para as novas criaturas em meio aos outros.
- Isso mesmo – ele olhou diretamente para a maleta. Eu soube naquele momento que tinha algo que ele realmente queria – estamos aqui há dois meses, mas bem, algo saiu do controle - ele concluiu.
- Há dois meses? – Jackie perguntou curiosa como de costume.
- A filha do professor? – ele riu – ou seria uma pirralhazinha impostora – Foi então que vimos uma espécie de pá carregadeira se aproximar. O cheiro fétido voltou ainda mais forte, e então vimos do que se tratava. Eles estavam acampados ali.
- Vocês estão alimentando eles? – Pedro perguntou, irritado. O coronel riu novamente.
- Sim, precisamos de cobaias, precisamos de alguém para que possamos responder a nossas perguntas – ele respirou fundo – Vocês vieram aqui pra quê? O que sabem, afinal?
- Sabemos que você quer essa maleta – eu respondi secamente. Ele ergueu as sobrancelhas.
- Pode ser – respondeu – o que querem em troca? – disse enquanto a pá carregadeira jogava um amontoado de gado e porcos, mortos, a carne parecia estar podre. "Lembrei-me dos animais na estrada" Logo aqueles que estavam ali presos naquele cercado começaram a abocanhar a carne, tripas e órgãos dos animais. Era uma guerra, pareciam estar famintos, porém na verdade logo descobrimos que não se tratava disso.
- Queremos a verdade – havia cerca de dez a quinze soldados por ali, o coronel nos olhava pacientemente. Pessoalmente, não confiava nele, mas ao menos não havia apontado arma alguma para nós até aquele momento. A pergunta era, o que ele queria?
...
Atirei na cara da criatura. Mal lembrada da potencia daquele tipo de arma, levei um arranque tão forte que senti uma dor no braço. Aquilo era estranho demais.
Por um instante não entendi se estava sonhando ou
delirando, só podia estar louco.
Ela apareceu de repente na janela do carro. Pensei que fosse Jackie, juro, eu a vi ali, quiçá por um momento. Pareceu ser tão real, mas não era ela.
A criatura conseguira entrar no caminhão e estava a ponto de devorá-la viva. Estourei os miolos dela e então abri a porta.
Sob a criatura estava o corpo da mulher, ela tinha em torno de seus vinte e cinco anos, era bela, morena e estava cheia de sangue. Uma mistura perfeita.
Olhei para ela, usava um vestido e tinha uma tatuagem próxima a orelha. Era uma rosa linda, seu caule e apenas um espinho. Achei aquilo intrigante. Tirei o corpo do morto de cima dela e vi que outros mortos chegavam do meio das árvores, estavam escondidos na mata. De certo foram atraídos pelo som do disparo.
- Merda! – a mulher estava desmaiada – pensei que devia fazer ligação direta, quem sabe aquele caminhão por um acaso do destino, pegasse. Ao menos se eu soubesse como fazer aquilo. Porcaria! Escolher ser mendigo ao invés de ladrão não pareceu ser uma decisão sábia naquele momento.
Eles chegaram, estavam perto demais, e foi aí que a vi brilhante á minha frente.
...
- Querem respostas? – ele indagou – só isso mesmo? – eu sabia que não podia competir com eles, mas a vontade era de atirar no meio da testa daquele cretino. Mesmo que ele não tivesse feito nada até então para merecer isso. Chame de sexto sentido ou de intuição, mas acredite, eu tinha razão.
- Sim – Jackie respondeu – isso pela maleta – ela jogou como se soubesse o que estava ofertando.
- Perfeito – a voz dele chegou cínica demais para mim, naquele momento eu tive a certeza de que não sairíamos vivos dali, não sem uma boa briga – vamos para a cama do cadáver – ele disse começando a caminhar na direção de um tumulo, logo percebi que aquele era o maior por ali, ele olhou para nós e então chamou – Vocês não vem?
Entreolhamos-nos e dei sinal para que todos o seguissem, apenas um sinal positivo com a cabeça. Jackie logo viu que havia uma entrada subterrânea, a tumba se abriu e descobrimos de onde eles haviam saído. Pedro olhou para Duda e disse:
- Vamos ficar bem, Dudinha – como se fosse ela que estivesse com medo, na verdade era a mais sorridente dali.
- Podemos confiar nele – Jackie sussurrou.
- Não – respondi enquanto olhava para o cercado cheio de mortos vivos. O que fazer quando se está encurralado? Apenas continuamos...
...
Não pude acreditar, eles estavam tão próximos e ela estava ali. Seria possível? Será mesmo que Deus ainda existia? Que merda! Olhei para a chave, perdida naquela ignição. Parecia ser impossível. Girei-a e o motor roncou. “Maldita sorte”, pensei alto.
Saí atropelando meia dúzia de mortos vivos... estava me sentindo revigorado, de volta a estrada e já sabia para onde ir e o que fazer... “eu ia a forra”...
...
Continua em...
Quando os mortos caminham – Capitulo X – O segredo da maleta
- Você está bem... ei!! Você está bem, moça? – perguntei enquanto ela acordava. Ela estava deitada no banco de trás e eu a olhava pelo retrovisor.
- Quem é você? – Disse encolhendo-se feito um gato quando via água, imaginando que iria se banhar.
- Meu nome é Carlos, e o seu? – perguntei, e por mais absurdo que pudesse parecer ela respondeu.
Antes olhou em meus olhos, parecia sondar meus
pensamentos, tentar desvendar meu verdadeiro eu. Ainda bem que ela se revelou péssima nisso.
- Você parece ser mesmo uma boa pessoa, pelo visto me salvou lá atrás – Ela levantou-se, ainda podia sentir a insegurança na voz dela, sorriu um riso de canto de boca e por fim estendeu a mão – me Chamo, Clara, Clara Raiane.
Esse capítulo é dedicado a querida Carla Raiane, não deu para colocar Carla, pois já temos um Carlos por aqui...hehe... Espero que goste! Quanto a ação que está um pouco ausente até então,mas já estamos chegando ao ápice.
leiam também...
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