Contos Amaldiçoados I

Contos Amaldiçoados

I

Henrri

Vampiro?

Era uma noite fria, o vento soprava as janelas que batiam, eu andava lentamente pela rua

em que as pedras trepidantemente soavam o meu batimento insessante.

A mala que segurava em minha mão escorregava junto aos meus passos que se alargavam, parecia que algo me seguia

as ruas se escureciam cada vez mais, as luzes ficavam turvas, e os odores da madrugada me atordoavam, até que

em um curto ouvi um sussurar proximo aos meus ouvidos, me chamando,temia eu o que poderia ser, mas virei-me... e vi,

o rosto dela, brilhava como a palida lua no céu, as roupas negras se confundiam com o breu da ladeira escura e os olhos avermelhados

como gue pareciam me hipnotizar. Disse:

_Tu!O que fazes aqui? supreso.

_Andava em tempos a te buscar, e hoje te encontrei!

_Procurar-me? Mas por quê? A muito já não nos vemos!

_Sim a muito já não nos vemos, desde aquele dia em que tu sairas de nosso pequeno vilarejo,

falando que traria-nos algo melhor...

_É, como prometi, vou levar-vos dias em que podereis cantar as glórias novamente!

_Não, não mostrará mais nada, a vida levou-te a outro caminho e a nossa vila também.

_O que aconteceras?

_Mortes, muitas mortes, mistérios e sangrias...

_Deus! Poupai-vos, mas tu! como estás viva?

_Viva...huh! Depois que tu saira da vila, passei os dias a me lamentar, e depois da morte de meus pais, decidi achar-te.

_Mortos?

_Sim, mortos, que nem uma gota de sangue lhes sobrara em suas veias, além de um languido e profundo corte.

_Deus! E quem os matara?

_Meu Senhor.

_Não, Deus não havera de tirar a vida de seus prórpios filhos!

Ela abraçou-me forte e colocou o dedo indicador em meus labios sussurou algo que

parecia um suspiro lascivo de amar, beijou-me os labios e eu sem reação beijei-a. Ai como quizera eu voltar a tras e correr! como quizera eu! mas não...

beijamo-nos lentamente e logo almentavamos a intensidade, mordi-lhe o pescoço lentamente com o desejo que me ardia,

ela retribuiu meu mrder, mas diferente de min, perfurou-me a garganta e bebeu de meu lâguido sangue, eu desmaiei.

Fui acordar em uma cama desarrumada, sem roupas e de cor escura, em um quarto de ar sombrio, senti-me assutado, porém a

tontura e a fraquesa não me permitia me mover, ela entrou pela negra porta de madeira segurando em sua mão um liquido vermelho e espesso,

sentou-se em meu lado e apoiou-me em sue colo, dando-me de beber o liquido... Era sangue!

tentei cospir, mas ela virava mais e mais a taça, o sangue me escorria pelos cantos da boca e desciame revirando a garganta o morno plasma.

Nervoso pedi explicações:

_Diga-me! O que está acontecendo aqui!?

_Fique calmo.

_Calmo o cac...arg...Diga-me, onde estou?

_Estás em meu lar...

_Lar? Moras já em uma casa como esta?

_Foi presente de meu senhor...

_Senhor?!

Parei um minuto e indaguei novamente..."Que senhor?"

_Bran Dercui... Aquele que livrou do fado da vida meus pais e deu-me a liberdade de uma vida noturna.

Falou ela em tom de admiração e despreso.

_Mas por que eu? por que?!

_Estás imerso na eternidade da escuridão e das duvidas, na perpetua era das trevas...

_Dane-se! Eu quero é saber por que eu!

_Porque presiso de ti!

_De mim? Mas por que?

_Não adianta eu servir a meu mestre, não adianta, não quero a eternidade sem ti!

Prefiro a morte de minha alma, o sono eterno dos condenados, do que sofrer eternamente a tua ausência!

_Mas por que fizeste isso, sem saber se eu queria a derrota eterna?! Diga!

_Não se lembra das noites em que passavamos juntos?

as juras que me fizera embaixo daquele velho salgueiro nas lugubres e chuvosas tardes de outono?

Não se lembras?!

_Éramos praticamente crianças! tinha eu apenas quinze anos!! Não conhecia a vida!

Ela ajoelhou-se no chão, derramou penosas lagrimas, olhou-me em tristes olhos, estendi a mão e ela levantou-se,

beijou-me e estendeu da mão um punhal e encravou-o em seu peito, mas não era um punhal, era uma estaca de madeira

molhada em uma água que ardia, eu tinha medo de minhas fantasiosas supertições serem verdade ... senti meu sangue estremecer,

como se voltasse a vida um cadáver moribundo na manhã de primavera, mas logo senti o seio gelar ea respiração faltar cada vez mais,estremeci

e cai pálido no chão frio, demasiadamente morto icociente. Acordei em um beco escuro pela manhã, como se sonhasse na noite pasada,andei, o sol

queimava-me a pele que parecia ferver, encobri-me na primeira sombra que vi, uma lagrima escorreu de meus olhos e passei a perambular apenas a noite,

numa boêmia nunca antes sentida, entre ameaças, escondi-me e agora, estou aqui, como um camponês amaldiçoado,

fugindo de seu senhor e renegando seu rei.

O homem bebe uma taça de vinho, enquanto o vento frio bate na vela, a vela se apaga. E apenas a ressonância dos morcegos se ouve,

a porta se fecha e a noite se finda.

(Rafaela Duccini-12/3/2007)

R Duccini
Enviado por R Duccini em 12/03/2007
Código do texto: T410522
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