Meu novo lar

*Amigos, um breve conto enquanto não publico o "casal perfeito". Espero que gostem, critiquem, comentem ou elogiem, fiquem a vontade.

Levantei-me durante a madrugada para comer algo, como faço sempre, aliás, péssimo hábito que tenho.

Fui até a geladeira em busca do meu iogurte de chocolate...procuro sempre ter algo doce, porém leve, para minha fome noturna.

Não encontrei meu iogurte. Será que estou ficando caduca e esqueci-me de comprar?

Chego perder o sono quando não acho nada para comer.

Resolví então beber um copo de água. Foi quando, sob a pouca luz da cozinha que iluminava o sofá da sala, avistei um homem alí deitado.

Devagar, fui chegando mais perto...ele estava dormindo, e ao lado do sofá, várias latas de cerveja vazias.

Será que um ladrão ou talvez um mendigo teria coragem de invadir minha casa, beber e ainda dormir no meu sofá?

Não havia ingerido bebidas alcoólicas e nem trazido nenhum homem para dentro de minha casa...não esta noite, pelo menos.

Pensei em chamar a polícia, mas não achei meu celular.

A passos silenciosos dirigi-me até meu quarto para procurá-lo.

Chegando lá, minha surpresa foi maior ainda. Na minha cama, havia uma mulher deitada, e ao lado um bebê.

Dormiam como se estivessem em casa.

Cheguei a pensar que eu estivesse na casa errada.

Saí de fininho pela porta dos fundos, para não fazer barulho, e fui até a frente conferir o número da residência: 450. Sim, era minha casa!

Resolví criar coragem e ir até o homem que dormia em meu sofá e perguntar o que estava acontecendo.

Quando estava prestes a acordá-lo, senti uma mão fria e úmida segurando meu ombro, e uma voz cansada dizendo:

- Não, querida, não faça isso!

Olhei para trás, uma senhora vestida de branco, pele cinza, lábios azulados, mas que me era muito familiar.

Era minha mãe, que já havia falecido há 10 anos.

Ela me olhou com cara de repreensão e disse, como aquela mãe que passa um sermão na filha:

- Já faz um ano que você sai vagar pela noite e tenho que te buscar todas as madrugadas nesta casa. Um dia você ira matar de susto os novos moradores da tua antiga casa. Vamos, já arrumei o teu caixão...esqueceu que agora, teu novo lar, é o cemitério?