A Animadora
Eu era o mal. O mal sempre fui. Ele me habitava e dele eu me servia. Era minha fonte de poder, meu eterno amante, por qual me encantava. Minha acidez corroía as entranhas do bem que começou como um joguete meu e se transformou em algo real e convicto pelas mãos humanas e fracas. Sendo obra minha, a mim sempre se rendia. Eu pisei por todos, converti anjos em demônios, provoquei a morte a destruição, fiz lágrimas, fiz dor, fiz fome, fiz feridas. Fiz injustiça e fiz a mesma ser justa. Sou mais que o Deus que imaginaram, mais que o demônio qual temiam, mais forte que os heróis que criaram, mais velha que o chão que pisam.
Fiz do mundo um jogo de marionetes, um grande palco no qual me divertia, no qual ria, em que me vestia de gentil e depois me mostrava trevas. Fiz de homens comuns ditadores, escolhi os mais fortes, sou a seleção natural das espécies. Eram meus enviados, homens de brilho que eram subestimados.
Fiz dos bons líderes e exemplos mas, da vida deles fiz sofrimento, fiz dor e psicológicos fracos encararam sua medíocre resistência como um ato de bravura e de fibra.
Eu fiz o bom se passar de mal e continuar sendo visto como bom. Eu acendi as fogueiras da Santa Inquisição, eu ri da agonia dos inocentes, eu transformei os inocentes em culpados. Eu joguei as lágrimas nas faces e provi alguns de chorar.
Joguei os psicopatas na sociedade, a loucura, a debilidade e as pessoas se encantaram com os mesmo. O sadismo humano que eu implantei.
Criei as dores do parto, as dores da fertilidade, a incapacidade de alguns, o incotentamento de outros para que sofressem para perpetuar a própria raça.
Criei os brancos, os negros e todas as outras raças para que, a mania de liderança que criei, fosse ativada, para que brigassem pela superioridade.
Eu dei inteligência para o bem e muito mais para o mal. A penicilina foi descoberta e a bomba atômica construída.
Mas como uma criança mimada, eu cansei desse jogo. Todos se tornaram padronizados demais e um fim bem doloroso eu criei. A raça se auto destruiu pela teimosia e ignorância que inventei.
Eu fiz do caráter e da personalidade, a mais poderosa arma de destruição em massa. E dela surgiu a morte. Em meu palco azul o espetáculo terminou. Não tardarei a encontrar algo que me distraia.
E quem sou eu? Eu sou a autora do passado presente e futuro. Eu ninei os filhos e os matei. Eu sou o destino. O começo, o meio e o fim.