Infausto
Olhos fitam o negro de meu sentir,
Um cristal convexo de malevolência?
Alguns ramalhetes murchos
Colidem o mel da incongruência mística!
Salga o dedo e risque ao redor
O brado da lealdade, enfurnado no horror
O assassínio sádico,
Queres a mim?
Linhas atrofiadas relutam
Precedendo o incêndio magistral
Soe o trompete para a lua negra
Esfuziando o feixe de luz carnal intrigante
Repudio e temor estremece meu corpo
Criva calafrios na alma
Regozijo na dor
Esguelho o hirsuto a salivar
Ar! Entrai, feri-me a garganta!
Embrulha-me as entranhas num peso sobrejacente
Dentes travados na boca
Sufocados no grito da escuridão
Bruxuleias descompassando o estalar do tronco
Escárnio vil despe-me os ossos
Borbulhando em mim o escarlate
Guardará um capuz tua face verdugo?
Tornar-me pó não me faz extinta
Carbonada matéria sinaliza tua fronte
Fazendo-te minha caça por toda a eternidade.
- Dueto de Lee Rodrigues e Marcos Leite
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- A grande amiga Lee Rodrigues deixo um abraço macabro e que a loucura e a delicadeza a acometam as estrelas.
Marcos,