Sibil

Pules, não intervenha, está a espreita

Um uivo, ouço, não passa de um ritual

O alarido dos pássaros na noite, não existe.

Um lago, aqui jaz minh'alma.

Corte o lábio, e perfure, a agulha desenha.

Chamarão te de bruxa, um elogio.

Lance ao fogo, as partes podres

Os corpos estão nos ataúdes, com fartura.

Sibil, és tu, a lua da noite

Grasne seu sorriso para o breu

Um feitiço, hedônico, letal.

Assopre as velas, sortilégio lançado.

Sentado aqui, sob o luar refegado

Olhos erguidos, no céu cinzento

Sou violento, e isso és um tormento.

Ao meu redor, sinto as pupilas rúbidas cada vez maiores

me confrontarem...

Elas me afrontam a trucidar

Olhando-me e dizendo-me:

O que houve com você, filho, voltarás a ser quem eras!

Transmutação.

Respondo-lhes com uma pergunta parecida:

O que houve com nós dois?

A vida se esvai assim, sem avisar

Surge no céu como uma nuvem vulgar...

- Dueto de Mauro Alves e Marcos Leite

Folheto Nanquim: http://www.folhetonanquim.com/2013/01/sibil.html

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- Ao grande Mauro Alves deixo um abraço agourado e que minha melancolia e horror o enalteça em tuas inspirações.

Marcos,