Sem saída Parte IV – Uma oportunidade fácil demais

Sem saída

Parte IV – Uma oportunidade fácil demais

(Narração passa a ser em 3ª pessoa)

Arthur não poderia dizer nada, Renata estava certa, ele tinha que melhorar muito ainda, apesar de jurar que dava conta pouco tempo antes, a verdade é que nada prepara alguém para viver nesse mundo, somente a prática e isso ele ia ter de sobra, querendo ou não... Arthur foi até o zumbi estendido no chão e ficou observando, afinal, ele nunca tinha visto um assim tão... Definitivamente morto... Enquanto isso Renata foi até Luiza.

- Renata: e ai ta tudo bem com você?

- Luiza: (gaguejando) e! Eu to!

- Renata: ta ferida? foi arranhada, mordida ou qualquer coisa do tipo?

- Luiza: não... Eu to bem! Obrigada!

Arthur se aproximou das duas e ficou um pouco indignado por não receber a mesma gratidão, depois quis saber quem era sua misteriosa heroína.

- Arthur: e quem é você?

- Renata: sou Renata, e você?

- Arthur: sou Arthur... Obrigado por tudo!

- Renata: de nada! Eu vi vocês de longe, o que você pensou que tava fazendo, o super-homem?

- Arthur: (risos) eu não sei... Só... Fiz o que achei que tinha que fazer!

- Renata: (concordando com movimento da cabeça) da próxima faça isso de forma menos... Suicida! Ta bom?

- Arthur: (risos) eu vou pensar no seu conselho...

Enquanto os dois conversavam um pouco, Luiza foi até o morto, e parecia abismada ou vê-lo, como se visse pela primeira vez, Renata percebeu aquilo e estalando os dedos foi até Luiza.

- Renata: e você, como se chama?

- Luiza: (responde sem tirar os olhos do morto) Luiza Nogueira...

- Renata: por que você diz o sobrenome? Isso não é mais necessário...

- Arthur: se fosse por isso não precisava dizer o nome também!

- Renata: é? E eu ia te chamar de que gênio? Herói suicida?

Arthur não gosta muito da ironia, e Luiza nem percebe, pois continua olhando fixamente para o cadáver.

- Renata: não se preocupa, agora ele ta morto mesmo... Não vai mais fazer nenhum mal!

- Luiza: tem certeza? (e se abaixa para ver mais de perto)

- Renata: (ironicamente) coloca o ouvido no coração dele então, Só pra ter certeza!

Luiza olha para Renata, seu olhar demonstra que ela também não gostou da brincadeira, Renata parecia especialista nisso. Arthur foi para perto de Luiza e tomou seu posto na observação do morto, e Renata se irritou...

- Renata: sim, vocês vão passar o dia olhando pra ele mesmo?

- Arthur: não é possível que você não se interesse em ver...

- Renata: e porque deveria?

- Arthur: olhando posso ter alguma ideia do que causou isso...

- Renata: como poderia?

- Arthur: eu estava começando o curso técnico de enfermagem antes de tudo isso!

- Renata: ta bom, já chega... Não quero saber de autopsia amadora agora...

- Luiza: mas se ele já estava morto e se decompondo, por que ele voltou a andar? E se ele anda porque não fala se comunica ou sei lá... Ao invés de ficar só... Mordendo...

- Arthur: (olhando para Luiza) Bom talvez agente descubra!

- Renata: ta bom... Boa sorte Dr. House! Mas eu não tenho tempo para isso!

Já estava bem claro que Renata não tinha muita paciência, nem muito interesse nos mortos, ou vontade de agradar os outros, isso poderia ser um problema... Ela ouviu um barulho, se assustou e virou bruscamente para trás e ficou a observar...

- Arthur: o que f... (é interrompido por Renata que faz sinal de silêncio)

- Renata: temos que ir para um lugar seguro, e bem rápido! Nem sei por que perdemos tanto tempo nesse beco!

Renata rapidamente pegou o pedaço de pau, que tinha usado para matar o zumbi, e estava coberto de sangue, ela não se importava. Luiza virou o rosto com expressão de nojo, Arthur pegou o cano que havia encontrado, Luiza olhou em volta para ver se tinha algo para usar, mas não encontrou nada, Renata foi á frente, como se soubesse exatamente para onde estava indo... Isso não era necessariamente verdade, Luiza a seguiu, afinal não tinha para onde ir mesmo, Arthur queria ficar e olhar o corpo um pouco mais, mas percebeu que isso seria arriscado e resolveu seguir o conselho de Renata e não ter atitudes “suicidas” novamente, então foi atrás delas...

- Luiza: (para Renata) ei me espera, por favor!

- Arthur: da pra me esperarem?

- Renata: (com expressão de “pouco caso” se vira pás os dois) ei prestem atenção, não é porque eu salvei vocês que quero uma romaria atrás de mim... Não estou pedindo que me sigam, então se mesmo assim vocês vão... Não me peçam para esperar! É cada um por si!

- Luiza: podemos ir com você?

- Renata: vocês vão mesmo não podendo... Então prestem atenção nas ruas, pois não são seguras, temos que encontrar um lugar pra ficar, uma casa, de preferência com duas saídas!

- Arthur: você ta certa! Vamos...

Quando todos já estavam seguindo para esse “abrigo”, Luiza faz uma de suas muitas perguntas idiotas, que deixou Renata com os nervos a flor da pele... E até mesmo Arthur se surpreendeu com essa pergunta.

- Luiza: mas por que tem que ser uma casa... E com duas saídas?

- Renata: (com expressão de ódio) por que uma casa? Você quer se esconder onde, numa arvore? Vai lá gênia! Uma casa por que é seguro, protegido e geralmente tem suprimentos, roupas, e artigos de defesa, e com duas saídas, para bloquearmos uma e usar a outra de preferência nos fundos para fuga, entendeu?

- Luiza: (chateada pela “patada” recebida) não precisa falar assim! Foi só uma pergunta!

Renata: e você não precisa falar! Essas coisas são atraídas por barulho então só caminha, ta? Se ficarmos aqui vamos ser almoço! (Renata se vira, e depois se volta para Luiza) Só um conselho, anda bem rápido e fica calada o máximo que você puder!

- Luiza (vai à frente, indignada e muito chateada) sim, comandante! (ironicamente)

Arthur: (puxa o braço de Renata) não precisava falar assim com ela

Renata: (puxa o braço com força) nunca me diga o que fazer! (e vai embora deixando Arthur falando sozinho)

Arthur: (falando sozinho) já to até vendo como vai ser essa convivência, meu deus do céu, me ajude! Faça com que eu não mate essa garota!

Depois desse conflito de ideias, todos caminhavam a seu tempo, Luiza cabisbaixa não observava em volta apenas andava, Arthur, pensava que teria que adiar seus planos, pois as coisas não estavam saindo como planejadas, estavam bem mais complicadas, e Renata ia a frente, olhando tudo em volta, com certa confiança, a estrada percorrida já era longa, mas uma pergunta inquietava a todos... Onde estavam todos da cidade, os vivos e os mortos?

Após caminharem por muito tempo em silêncio, entraram em uma rua “aparentemente calma”, apenas cinco zumbis vagavam por ela, eles se escondem de forma que os zumbis não os veem a principio, Luiza então avista uma casa com a janela aberta e avisa aos outros...

- Luiza: ei pessoal, olhem aquela casa ali, a janela está aberta, podemos conseguir entrar sem chamar tanta atenção!

- Arthur: é está mesmo... Vamos lá!

- Renata: (receosa) esperem! Isso ta muito fácil, é melhor observar primeiro...

- Luiza: (animada) não! Vamos lá... nem tudo é tão ruim quanto você pensa... Ou quanto você torna!

- Renata: eu torno as coisas ruins? Eu te salve garota! To começando a me arrepender...

- Arthur: para pessoal! Vamos Renata! É a chance que estávamos esperando, vai querer ficar aqui fora esperando os zumbis virem?

Renata não se convenceu nem um pouco, mas também queria acreditar que aquele era um abrigo, pois ninguém é de ferro, e ela como todos os outros estava exausta, e tinha seus próprios problemas para pensar e decidir como resolver. Todos foram juntos, Renata e Arthur mataram dois zumbis que estavam mais próximos, os outros três estavam um pouco longe e não causariam problema se eles entrassem rápido na casa, e foi o que fizeram, Arthur e Luiza entraram primeiro, Renata ficou na porta da casa vigiando, a janela era alta demais para um zumbi entrar, mas para eles não foi tão difícil. Arthur e Luiza começaram a olhar dentro da casa, não era grande coisa, mas ia servir, estava abafada por estar muito fechada, mas até que era confortável, e antes de ambos criarem vínculos maiores com o lugar uma voz foi ouvida...

Eduardo: (Cínico e irônico) Olha só o que temos aqui, Karen... Intrusos!

Sinclair
Enviado por Sinclair em 05/01/2013
Código do texto: T4068372
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