O Fantasma do Navegador
Percorri as terras mais distantes,
Guiando na proa essa minha embarcação
Soprado pelos ventos congelantes
Ao horizonte percebo a negra aparição!
Vejo o fantasma dos navegadores
Sendo afundados com toda a tripulação,
Dos mares um dia eram senhores,
Agora sendo a mim terrível assombração
Surgem do abismo as caravelas,
Trazendo nestes olhos macabras visões,
Tento em vão içar as débeis velas
Para fugir destas inexplicáveis condições
Lamento que toda a oração,
Que faço em pé próximo a este leme,
Não me mostre outra direção,
Pelo ponteiro da bússola que treme!
Meus marujos estão estarrecidos
Em desespero jogam-se para o mar frio,
Possuídos pelo pavor e aturdidos,
Vão morrer possuindo espírito arredio!
Uma neblina profunda me engole,
Não enxergo sequer um palmo ao redor,
Do rum batizado beberico um gole
Já pensando em alguma coisa bem pior!
Meu sangue corre com a pressão,
Nada temo nem a frieza de tanto temor,
Segue o navio em sua condição,
Sendo eu mais um fantasma navegador