13º Andar- A morte espreita...
13º Andar- A morte espreita...
Jorge Linhaça
Era uma jovem linda, atraente, os homens a cobiçavam.
Era modelo, longe de casa, buscando a fama e o sustento.
Mais um ano chega ao fim, a festa com amigos, a briguinha com o namorado.
A volta para casa.. O elevador vai contando os andares... 10... 11... 12... 13, 13 como o ano que se inicia... E a bela segue para o seu quarto... De lá para o banheiro... Coisa de mulher...
Do nada aquela sensação de medo, de estar sendo vigiada... Olha ao redor e nada... Só ouve o pulsar acelerado, amplificado de seu coração descompassado.
Sente-se encurralada por uma força invisível... Tenta chegar à porta... Impossível...
O coração pulsa e a veia no seu pescoço salta marcando as batidas sobrepostas do horror que sente. Olha em volta, só existe uma saída, uma única chance... A janela do banheiro. Esforça-se por escalar a parede fria, consegue espremer-se pelo exíguo vão...tenta não olhar para baixo, colando-se ao vidro, apoiada no mínimo parapeito.
A cabeça gira, a vida passa em flashes pela sua mente, sem ordem cronológica alguma, num ir e vir de lembranças sem sentido aparente.
O medo, apenas o medo, nada mais do que o medo...
Deseja poder voltar para dentro, mas a sensação atemorizante a impede, sente como que mãos invisíveis e gélidas a toquem... Seus pés suados deslizam pelo mármore frio,
Tenta , em vão equilibrar-se, seus olhos olham para baixo, a vertigem a acomete...Despenca do 13º andar... Um grito lancinante corta o ar...
O corpo escultural jaz desfeito em uma poça de sangue. Os sonhos findaram ali.
Suicídio? Talvez seja a conclusão da polícia, mas o mistério paira no ar...tinha de ser o 13º andar.
Salvador, 2 de janeiro de 2013