PESCARIA ASSOMBRADA

- Vamos! - gritava Genésio, já alcoolizado, trocando as pernas, não se aguentando de pé, enquanto a turma se reunia no Bar do Antônio, esperando o para mais uma pescaria.

- Estamos indo! - respondeu Carlos.

Genésio havia combinado uma pescaria com seus melhores amigos- Carlos, Paulo, Roberto e Haroldo. Conheciam-se desde a infância, nascidos e criados no bairro. Desde pequenos estavam sempre juntos, para nadar no rio e no mar, pescar, jogar bola, sempre se divertiam juntos.

Genésio chamava-os aos gritos, na porta do Bar. Um a um foram chegando e se acomodando no jipe. Todos já bêbados e na maior algazarra seguiram rumo ao mar. Genésio mais bêbado que todos, arriscava uma canção, sem êxito.

Após algumas anedotas e gargalhadas, desceram por uma rua de terra que beirava um precipício antes de chegar ao mar. Logo estávam em frente ao mar, do lado direito havia uma pedra grande, que os pescadores usavam como banco na pescaria. Do lado esquerdo descia um riacho que desaguava no mar, ao lado uma outra pedra grande.

Ao caminharem a pé no caminho até a pedra que se instalariam, Genésio ouviu um choro de bebê, mas pensando ser coisa de sua cabeça, por ter bebido demais, calou-se não comentando com os colegas.

Abriram uma garrafa de bebida e entre uma anedota e outra enchiam mais a cara. Jogavam o anzol ao mar, mas não vinha nada. Lá pelas tantas da madrugada, ouviram novamente o choro do bebê, todos ouviram mais ninguém falava ao outro o que ouviu.

Depois de uma pescaria frustrada, Genésio falou:

- Pessoal acho melhor irmos embora.

Ao que os outros concordaram. Levantaram, recolheram o material da pescaria e seguiram caminho acima, quando Genésio passou por um determinado local e ouviu novamente o choro do bebê, e falou:

- Pessoal eu quis voltar porque já bebi demais e estou ouvindo um bebê chorando.

- Nós também ouvimos. - disseram os amigos.

Ao ouvi isso Genésio correu o mais que pode até o carro, ligou o carro e saíram dali as pressas.

No dia seguinte contaram no bar a aventura vivida na noite anterior. Sr Antônio, proprietário do Bar relatou um fato ocorrido naquele lugar há mais de 30 anos. Contou que certa vez foi encontrado um bebê morto naquelas imediações. Diziam que o bebê ainda tinha o cordão umbilical ligado ao corpo. E nunca descobriram a origem daquele bebê. E assim como aqueles cinco amigos, outras pessoas já ouviram o choro do bebê. Inclusive não conseguem mais pescar ali, dizem que o choro do bebê espanta os peixes.

Rivanda De Siqueira
Enviado por Rivanda De Siqueira em 02/01/2013
Reeditado em 03/01/2013
Código do texto: T4064338
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